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Testes

Bruno Corano testa motos do Mundial SBK em Portimão

15 de December de 2011

Bruno Corano

HONDA CBR 1000RR - A última SuperBike para testar era justamente a moto pole-position da etapa. Desenvolvida pela tradicional equipe Ten Kate, e conduzida pelo jovem Jonathan Rea, talentoso e muito rápido, a moto é muitíssimo diferente de uma Honda de rua.

Seguindo a regra, bengalas, balança, e tudo mais é modificado, ao mesmo tempo o próprio Ronald Tem Kate, team manager me explicou a filosofia da casa. Dar ênfase aos itens que realmente fazem diferença, e usar parceiros não habituais para os concorrentes.

Entendi isso melhor quando ele foi me mostrando os detalhes na moto. As proteções contra quedas são iguais as vendidas amplamente para pilotos a GB Racing, as pedaleiras as convencionais, porém eficientes Valter Moto, entre outros itens. Ficando as diferenças mais importantes para o sistema de freios e eletrônica.

Dentre as 6 principais motos do campeonato, a Honda é a única que não usa sistema de freios Brembo. A opção do Tem Kate foi adotar a muito tempo atrás uma parceria de desenvolvimento técnico com a marca japonesa Nissin, recebendo total atenção da área de desenvolvimento para sua equipe.

O mesmo acontece com a eletrônica. A única das 6 a usar os equipamentos da Cosworth. Respitada empresa inglesa concorrente da italiana Magneti Marelli e a australiana Motec.

Na prática a sensação era de que tudo funcionava bem e de forma harmoniosa, e o ponto forte da moto me pareceu ser a força do motor e seu alto poder de prover aderência em todas as situações, consequência de uma boa eletrônica. Freando, acelerando, inclinando a moto se mostrou fácil de ser conduzida ao extremo. Excelente eficiente geométrica.

Rea é um tanto quanto seco, ou talvez tímido. Não consegui fechar minha opinião. Porém certamente veloz e tido como um dos candidatos ao titulo de 2012. Mais um vindo do Campeonato Britanico de SuperBikes, tido hoje como o celeiro de talentos do Mundial, já que Sykes, Rea, Camier, Kyonari, Byrne, Toseland, Haslan, Lavilla são só alguns nomes de pilotos que saíram do BSB.

Conversando com Rea sua meta é provar que pode ser vencedor. Já que veloz todos já sabem que é, e muito. Porém seus últimos anos ainda não mostraram isso. Ele própria reconhece que não basta mais ser veloz. Ser vencedor é sua meta.

 

O motivo, a conclusão do teste - Pirelli

Ter sido selecionado para desempenhar esse teste foi um honra.

Saber que jamais um latino havia sido selecionado fez com que eu achasse tudo mais especial ainda.

Avaliar pneus é uma tarefa extremamente complexa, já que estamos falando de sensibilidade pura. Ao mesmo tempo andar nessas motos em uma pista tão especial, e interagir com profissionais tão qualificados agregou muito para minha bagagem pessoal.

Uma das conclusões a qual chegamos e algo muito interessante para que os motociclistas de rua saibam, é que hoje os pneus de uso urbano na linha de performance da Pirelli realmente estão muito sofisticados.

Todos os campeonatos Premium de SuperBike no mundo usam Pirelli, começando pelo próprio Mundial, chegando ao SuperBike Series Brasil, ao SuperBike Britânico, ao SuperBike Japonês entre muitos outros. O uso desses laboratórios práticos, fez com que a Pirelli desenvolvesse uma tecnologia nas pistas com o principal propósito de levar sua utilização para as ruas.

Isso se confirmou nesse dia de testes da seguinte forma. As diferenças apuradas entre os então ultra sofisticados Pirelli Diablo SuperBike, pneus slicks usados no Mundial, (slicks são os pneus lisos, sem ranhuras), e os ultra modernos pneus esportivos Pirelli Diablo SuperCorsa usados no Mundial de SuperStock, usado no SuperBike Series Brasil e especialmente desenvolvidos para uso urbano e nas estradas, é ínfima.

O trabalho de se importar informações e conhecimento do resultado da utilização dos compostos nas pistas com o Diablo SBK, permitiu que a Pirelli criasse a custo acessível e com durabilidade um pneu que rende em termos de aderência, segurança, eficiência de pilotagem para direcionar a moto, um pneu que se aproxima muito do que existe de mais sofisticado no mundo das duas rodas. É como se pudéssemos colocar nos nossos carros pneus semelhantes aos usados na Fórmula 1.

Essa constatação certamente foi uma das informações mais especiais e importante do dia. Especialmente para mim, pois mantenho contato hoje com mais de 5 mil ex-alunos na MotoSchool, escola de pilotagem na qual eu atuo.

De fato foi uma experiência única.

Fotos: Moto School - Y.Sports/Divulgação

 

Bruno Corano, 32 anos, é organizador dos campeonatos SuperBikes Series, Pirelli Mobil SBK e TNT SBK, piloto da equipe Desodorante Gillette SBK Team e instrutor-chefe da MotoSchool Escola de Pilotagem. Info: www.brunocorano.com

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