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Testes

BMW R 1200GS: Aventura com tecnologia

28 de April de 2008

Arthur Caldeira

Com bagagem acomodada nas malas de alumínio e garupa a posto, pressiono por alguns segundos o botão do ESA (Electronic Suspension Adjustment) para ajustar eletronicamente as suspensões da nova BMW R 1200 GS Adventure. Opto pela pré-carga da mola para piloto, passageiro e bagagem, indicada por dois capacetes no display de cristal líquido do computador de bordo.

O dia nublado e chuvoso não era dos mais convidativos para uma viagem de moto, mas o dever de testar o modelo 2008 me chamava e a vila de Paranapiacaba, no alto da Serra do Mar, em São Paulo, foi escolhida como destino.

Apesar de curto (cerca de 70 km), o trajeto até a histórica vila reunia as características necessárias para conhecer na prática as novidades tecnológicas introduzidas no modelo 2008 dessa aventureira.

Além do já citado ajuste eletrônico das suspensões, a nova Adventure ganhou o ASC (Automatic Stability Control), um exclusivo controle de tração que evita derrapagens indesejadas em superfícies escorregadias, como a estradinha de terra que leva até a parte baixa da centenária vila de ferroviários.

Outra novidade eletrônica é o RDC, que monitora a pressão dos pneus e informa ao piloto em caso de vazamento. Todos esses sistemas somam-se aos freios ABS (anti-bloqueio), já existentes na versão anterior.

Longas viagens

Ir a Paranapiacaba com a R 1200 GS Adventure é brincadeira de criança. Com seu tanque de 33 litros cheio, o computador de bordo apontava uma autonomia de 509 km. Portanto, os 140 km ida-e-volta não exigiram nem mesmo abastecimento. Mas de acordo com o computador, o consumo foi de 14 km/l — bastante elevado em função do motor boxer de dois cilindros opostos mais potente, agora com 105 cv a 7500 rpm.
 
Na rodovia SP-122 em direção à vila, o conjunto de suspensões e as rodas de alumínio com raios externos, calçadas com pneus radiais sem câmara de uso misto, ignoravam o asfalto ruim e os buracos — sem nem incomodar piloto e garupa confortavelmente acomodados no novo banco, que ganhou espuma mais macia.

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A leve garoa que caía não chegava a molhar a viseira, afinal o grande pára-brisa e os defletores laterais nos protegiam. À medida que o alto da serra se aproximava, a neblina aumentava. Por segurança, acionei os faróis auxiliares (equipamentos de série nesta versão Premium da Adventure, assim como o ESA).

Em Paranapiacaba, pode-se escolher entre deixar a moto em um estacionamento e chegar à parte alta a pé ou pegar uma estrada de terra de cerca de 5 km que cruza a ferrovia e leva até o centro da vila. Com a big-trail alemã nem hesitei. Era hora de testar o controle de tração em um piso verdadeiramente escorregadio.

Maravilhas da eletrônica

Mesmo com duas regulagens na altura do banco (915/895 mm), a nova Adventure é bastante alta para alguém da minha estatura (1,71m). De início, fiquei um pouco desconfiado do funcionamento do tal controle de tração, afinal se os 256 kg dessa BMW decidissem sair debaixo de mim não teria pernas para corrigir. Com o passar das curvas, fui dando mão no acelerador até que uma luz amarela acendeu no painel. Sinal de que o ASC entrara em ação.
 
Na prática, a impressão que se tem é de que a moto está tendo problemas de alimentação, já que o sistema gerencia o motor de modo a diminuir o torque na roda traseira. Maravilhas da eletrônica em prol da segurança.

Para os mais radicais (e mais altos), o ASC oferece um ajuste mais esportivo que permite leves derrapagens ou ainda se pode optar por desligar o sistema. Assim como o ESA versão Enduro que equipa a Adventure. Além das opções tradicionais — piloto, piloto e bagagem ou dois ocupantes e bagagem —, há dois modos off-road: leve e mais pesado, que regula a pré-carga das molas para obstáculos mais radicais.

Como a estrada, apesar de escorregadia, tinha poucos buracos selecionei o modo “normal” de compressão e retorno das suspensões e a pré-carga das molas para dois ocupantes. Também não desliguei o ABS, o que acabou sendo bastante útil em uma descida íngreme em que fui forçado a frear de repente. O tradicional barulho (trac-trac) e a sensação do pedal de freio se soltando indicava que o sistema havia evitado o travamento da roda.

Elite das big-trails

Em todas suas especificações, a BMW R 1200 GS Adventure convida a uma longa viagem. Além do tanque enorme e de todas as características, ela esbanja conforto, segurança e tecnologia. Uma das mais bem equipadas e modernas big-trails do mercado.

Além disso, a R 1200 GS Adventure é uma das mais caras entre as motos do segmento disponíveis no Brasil. O modelo testado era a versão Premium, a mais cara, cotada em R$ 88.900 — que traz todos os equipamentos de série, com exceção das malas laterais em alumínio. Há ainda a versão Top, mais barata (R$ 83.900), que vem sem o ESA Enduro, o ajuste eletrônico de suspensão.

Ficha Técnica 

Motor: Dois cilindros opostos (boxer), 4 válvulas por cilindro e refrigeração mista
Capacidade cúbica: 1.170 cm³
Potência máxima (declarada): 105 cv a 7.500 rpm
Torque máximo (declarado): 11,7 kgf.m a 5.750 rpm
Câmbio:  6 marchas
Transmissão final: eixo-cardã
Alimentação:  Injeção eletrônica
Partida: Elétrica
Quadro: Multitubular em aço
Suspensão dianteira: BMW Telelever com 210 mm de curso
Suspensão traseira: BMW Paralever com 220 mm de curso
Freio dianteiro: Disco duplo de 305 mm de diâmetro
Freio traseiro: Disco simples de 265 mm de diâmetro
Pneus: 110/80-19 (diant.)/ 150/70-17 (tras.)
Comprimento: 2.250 mm
Largura: 980 mm
Altura: não disponível
Distância entre-eixos: não disponível
Distância do solo: não disponível
Altura do assento: 895/915 mm
Peso em ordem de marcha: 256 kg
Peso a seco: 223 kg
Tanque de combustível: 33 litros
Cores: Prata e vermelho
Preço sugerido: R$ 88.900,00 (Premium) e R$ 83.900,00 (Top)

Fotos: Renato Durães.

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