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Testes

A primeira grande Harley

23 de June de 2008

Aldo Tizzani

Para esquentar a briga entre os modelos custom de média e alta cilindradas, chega ao país a Harley-Davidson Dyna Super Glide Custom com preço bastante atrativo — R$ 39.900 — para uma moto de quase 1600 cm³.

Só para comparar, a Yamaha Drag Star 650 (649 cm³ e 40 cv) custa R$ 25.300 e a Honda Shadow 750 2009, com injeção eletrônica (745 cm³ e 45,5 cv) sai por R$ 29.980. Já a Suzuki Boulevard M800 (805 cm³ e 55 cv) tem preço sugerido de R$ 32.900.

Porta de entrada para a linha Classic da marca norte-americana, o modelo está equipado com o motor Twin Cam 96 de exatos 1584 cm³, com injeção eletrônica de combustível e câmbio de seis marchas.

Outra novidade da linha Dyna é que a moto utiliza linhas de freio de malha de aço. Em função de seu porte, estilo, configuração e preço, a Super Glide Custom tem tudo para seduzir os motociclistas estradeiros.

Mas como é na prática pilotar está primeira grande Harley-Davidson? Para responder esta pergunta colocamos a moto em seu habitat natural, a estrada. Nesse test-drive, o novo modelo da Harley rodou mais de mil quilômetros por rodovias paulistas e mineiras. De cara, a estradeira norte-americana impressiona pelo conforto e pela facilidade de condução.
 
Nada mais sensato para quem é “marinheiro de primeira viagem” pilotando uma Harley é incorporar o “espírito de tiozão”, fugir dos buracos, reduzir a velocidade e deixar a moto contornar a curva, suavemente, sem pressa de ser feliz. Frear dentro de uma curva, jamais! Por isso, o piloto inexperiente deve ter atenção redobrada. Senão, é chão na certa!  Na versão testada, a Super Glide Custom estava equipada com um banco solo. Porém, de série o modelo traz um assento em dois níveis, já a versão Super Glide é que vem equipada com banco único.

Motorização

O coração desta máquina norte-americana é o motor Twin Cam 96, de 1584 cm³,  que esbanja torque (12,3 Kgf.m a 3.125 rpm), principalmente em baixos e médios regimes de rotação. Detalhe: o propulsor é o mesmo que equipa a linha Touring.

Apoiado em coxins e sem balanceiro, a vibração do motor em marcha lenta é minimizada com a moto em movimento. Para os aficionados pela marca que completa 105 anos em agosto, isso não é um defeito, mas sim uma característica dos motores HD. Para os mais sensíveis e que não estão acostumados a pilotar uma Harley, a moto vibra em demasia. Por isso, engate logo a última marcha.

Ideal para longas viagens, a sexta marcha over drive parece que acalma o motorzão V-Twin, que trabalha com giro mais baixo, oferecendo conforto e economia. Agora se o piloto precisar fazer uma ultrapassagem, é só reduzir uma marcha e virar o cabo. A entrega de potência é gradativa, porém oferece muito vigor e segurança.

Com velocidades variando entre 80 Km/h e R$ 130 Km/h, o consumo da  Super Glide Custom ficou entre 23 Km/l e 17 Km/l. Com média de 19 Km/l, é possível rodar pouco mais de 350 quilômetros com um tanque de combustível (que tem capacidade para 19,3 litros).

Acessórios

Além do motorzão e do ótimo custo benefício, essa HD também oferece ao piloto uma confortável posição de pilotagem. Como nenhuma Harley é igual à outra, o novo modelo comercializado no país pode receber inúmeros itens de personalização. E esse é um dos grandes trunfos da Dyna.

Com um investimento de cerca de R$ 10 mil em acessórios — pedaleiras plataformas, pára-brisa, sissy-bar, alforges etc —, a moto ainda fica mais barata que uma Deluxe (R$ 57.900,00) ou uma Fat Boy (R$ 58.900,00). Detalhe: os três modelos compartilham do mesmo vigoroso motor V-Twin de 1584 cm³.

Diferenças

Já a Dyna Super Glide, que tem  preço sugerido é de R$ 36.900,00, é uma custom com apelo mais esportivo, evidenciado pelo banco solo riding e também pelas belas rodas de liga-leve. O painel é muito parecido com o utilizado na HD XL 883. Sob o tanque há o bocal em aço escovado, além de marcador de combustível, emoldurados por uma peça de alumínio. O modelo mais básico da linha Dyna tem tanque de combustível um pouco menor se comparado à versão Custom (18,2 litros).

Ficha Técnica

Motor: Dois cilindros em “V”, Twin Cam 96, refrigerado a ar
Potência máxima: n/d
Torque máximo: 12,3 Kgf.m a 3125 rpm
Capacidade cúbica: 1584 cm³
Diâmetro x curso: 95.3 mm x 111.1 mm
Sistema de alimentação: Injeção Eletrônica de Combustível Seqüencial (ESPFI)
Relação de compressão: 9.2:1
Sistema de partida: Elétrica
Câmbio: Seis velocidades, com Cruiser Drive
Transmissão final: Correia dentada
Capacidade do tanque: 19,3litros
Chassi: De aço tubular de secção quadrada na trave principal
Suspensão dianteira: Telescópica
Suspensão traseira: Bichoque, com regulagem de pré-carga a ar
Freio dianteiro: Disco simples de 300 mm
Freio traseiro: Disco simples de 292 mm
Pneu dianteiro: D401F 100/90-19 57H
Pneu traseiro: K591 160/70B17 73V
Comprimento: 2.355 mm
Altura do banco: 681 mm
Distância entre-eixos: 1.630 mm
Peso a seco: 295 kg
Preço: R$ 39.900,00

Fotos: Roberto Konda e divulgação.

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