Lambretta: breve história do scooter italiano que conquistou o mundo
A marca rival da Piaggio nasceu após Ferdinando Innocenti perder tudo na Segunda Guerra Mundial.
Por Marcel Ahless
Por Marcel Ahless
Durante a Segunda Guerra Mundial a Europa viu-se devastada pelas bombas e invasões de exércitos.
Na Itália, que é a tônica destas linhas, na qual os aliados travaram batalhas contra o exército alemão, surge nos entulhos uma ideia que revolucionaria o mercado da duas rodas na Europa. No mesmo país, o Brasil teve participação na invasão com as Forças Expedicionárias Brasileiras, fazendo com que capitães norte-americanos elogiassem os soldados pela destreza na hora de sitiar as cidades.
Sem mais delongas, trata-se de uma breve história de um scooter icônico: a Lambretta.
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Ferdinando Innocenti, criador da Lambretta, esteve envolvido com construção e infraestrutura durante boa parte de sua vida.
Após a ‘Segunda Grande Guerra’, assim como muitos italianos, viu-se sem dinheiro. O país passava por crise econômica.
Innocenti viu a oportunidade de criar um veículo de mecânica simples, pequeno e econômico. Para que isso se concretizasse, ele contatou Pier Luigi Torre e Cesare Pallavicino, ambos engenheiros aeronáuticos.
O primeiro modelo construído por Ferdinando Innocenti e seus engenheiros foi o Modelo A, em 1946. Seu nome era Lambretta 125M.
A fabricação em série do scooter aconteceu em Milão, no bairro de Lambrate, nome este que ficou conhecida como uma marca.
Os componentes cromados e o design chamavam atenção pelas ruas de Milão, com suas pequenas rodas de 7 polegadas.
O primeiro modelo não tinha suspensão, e seu pequeno motor 125 era de apenas 3 velocidades.
Um ano depois, surgiu a primeira atualização da moto, o scooter Lambretta 125B, já com suspensão traseira.
O sucesso da marca foi imediato, e surgiram os modelos Lambretta 125LC, na qual a estética é parecida com as modernas de hoje.
Posteriormente, outros, como 15FC, 125FD e a Lambretta 125LDA. Esta última com partida elétrica, incomum para o ano de seu lançamento, que é 1954.
Lambretta é um desses casos dos quais o produto transfaz-se em sinônimo de marca. Poucos devem saber, mas o nome da marca é Innocenti, como seu criador. Lambretta é nome dado aos modelos das motos.
Dentre tantos lançamentos nos anos recorrentes, a Innocenti teve uma rival no início que disputam até hoje o mercado de scooters: a Piaggio.
A ‘guerra’ entre as duas marcas tiveram o gênesis na década de 1950, com os modelos Vespa (Piaggio) e Lambretta (Innocenti).
O mercado italiano para as duas marcas ficou pequeno, e a briga ficou séria também no restante da Europa.
O ciclomotor Lambrettino 48 deu início ao ritmo de produção da fábrica. No fim da década de 1950, a Lambretta 150 LD série 3 sobressai entre os outros modelos pelas vendas na Grã-Bretanha. À mesma época, a Lambretta 175 chegava a 103 Km/h.
Cada vez mais inovando, a Innocenti lança o modelo LI 125 em 1958, com paralamas fixos. O mercado britânico contribuiu para melhorias no scooter italiano, com um público cada ano mais exigente.
Em resposta, surgem os modelos Lambretta TV 200, de 1963 e as edições especiais, a saber:
Ainda na Inglaterra, aos anos 60, surge a subcultura Mods Movement, em oposição a outras subculturas igualmente associadas a motocicletas, como Café Racer e Scrambler.
Os Mods faziam uso dos scooter Vespa e Lambretta pelas ruas de Londres.
Esse movimento é retratado no filme Quadrophenia (1979), do diretor e roteirista Franc Roddam.
Nessa época, portanto, os scooters Vespa e Lambretta saíam da fábrica com possibilidades para customização, algo que o público britânico gostava.
Pelos anos de 1971 a 1972 a marca tornou-se do governo indiano, sob a gerência da Scooters India Limited. Não obteve o mesmo sucesso dos primeiros anos. O fim da gestão aconteceu em 1977, com a série GP.
Décadas depois, sem novos modelos e novidades, alguns grupos fizeram tentativas de reviver os tempos áureos da marca italiana, sem sucesso.
Mas aconteceu em 2017, com a reinterpretação austríaca do estúdio KISKA que trouxeram à Lambretta armas páreas para competir com a Vespa novamente.
Com isso, foram lançados modelos remetidos às décadas de 1950 e 1960, com a essência que levou a Innocenti pela Europa.
Foram lançados os modelos:
O design retrô ganhou tecnologia atual, como:
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