Um pouco mais sobre o Rally, interessante! Um rally mais inclusivo!

Foto: @A.S.O./E.Vargiolu/DPPI

Texto Luiz Mingione. 08/01/2022

Venceram nestes últimos cinco anos, Kevin Benavides com Honda em 2021, Rick Brabeck também Honda em 2020, Toby Price  em 2019, Matthias Walkner 2018, e Sam Sunderland em 2017 todos com a KTM. Ou seja, nestes cinco anos somente duas fábricas dominaram o Rally Dakar, a Honda e a KTM.

Os experientes ex-campeões,  mais um pequeno grupo de pilotos estreantes, jovens e talentosos, todos tem chances, e são capazes de vencer o Dakar 2022. Com os resultados até o final da sexta etapa, é possível arriscar prováveis favoritos mas, será que só estas qualidades e probabilidades seriam garantia de vitória em uma prova longa e cheia de surpresas e adversidades como o Rally Dakar? Posso dizer que nunca, até o último dia de prova, no pódio de chegada.

Entre as fábricas que disputam o Dakar 2022, tirando os habituais vencedores KTM e Honda, temos três que podem surpreender: Gas Gas, Sherco e a Yamaha estão com sede de vitória, já que não vencem um Dakar desde 1998 com Stéphane Peterhansel.

Neste Rally Dakar,  Sam Sunderland com a  Gas Gas Factory Racing, Matthias Walkner da Red Bull KTM Factory Racing, Daniel Sanders também Gas Gas Factory Racing, Adrien Beveren  com a Monster Energy Yamaha Rally Team, Pablo Quintanilla junco com a  Monster Energy Honda Team e Lorenzo Santolini da Sherco Factory, são os seis pilotos na geral de motos até a 6ª etapa, sendo que o sexto colocado está a dezoito minutos do líder, faltando ainda seis etapas para o final do Rally dia 14 de Janeiro em Jedah.

Foto: A.S.O  - C. Lopes

O Rally Dakar é uma prova difícil e muito cara, é preciso um grande orçamento para chegar na rampa de largada do maior Rally do mundo, o que historicamente manteve os jovens pilotos fora da disputa. Mas nos últimos anos isso mudou à medida que os fabricantes reconheceram a necessidade de desenvolver novos talentos para chegar à vitória. 

No Rally deste ano, temos acompanhado a ótima performance de estreantes e jovens talentos, como o americano Seth Quintero de 19 anos nos UTV’s. Nas motos o também americano, Mason Klein de 20 anos, que está em 10º lugar na geral a 37m08s do líder, está em sua primeira participação no Dakar e já provou ser um piloto rápido, regular e que navega muito bem, qualidades essenciais para um piloto de Rally, assim como seu conterrâneo e companheiro de equipe, Bradley Cox com 22 anos, que está em 20º lugar na geral a 1h16m45s do líder, também em sua primeira participação no Dakar. Ambos são pilotos da equipe BAS Dakar Team, e vem fazendo uma excelente prova.

Além do que já sabemos sobre as dificuldades de um Rally Dakar, a edição de 2022, que começou dia 1 de janeiro, ainda tem um longo caminho até o final em Jedah, faltam mais de 3.900km entre ligações e especiais cronometradas, entre elas uma etapa total de 830 km, vai ter ainda muita areia, dunas e muitas outras dificuldades. Neste momento da prova, é previsível, mas ainda difícil apontar um favorito ao pódio.

Foto: A.S.O - J. Delfosse - DPPI

Fazer um Rally Dakar de moto para terminar, ou almejar um bom resultado, é baseado no planejamento, na preparação do equipamento, no recurso financeiro, na estrutura de apoio disponível, no condicionamento físico e mental, tudo isso antes mesmo da inscrição e principalmente, durante todos os dias durante a prova, (“tirando o fator sorte”, mas como costumo dizer, quem precisa de sorte não está preparado) pilotar rápido e navegar sem cometer erros ou sofrer um acidente, administrar o desgaste da moto, as decisões, além de superar as adversidades que acontecem. Na medida que a prova se aproxima do final, o nível da competição aumenta e junto a velocidade e o risco. São mais de 12 dias em uma longa jornada, rumo ao desconhecido, conseguir terminar um Dakar já é uma grande vitória, se for com um lugar no pódio então, é épico.