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Rally Dakar

Rally Dakar: Grande duelo entre equipes de fábrica

02 de January de 2014

Desde que chegou à América do Sul, há cinco anos, o Rally Dakar tem alcançado inéditos países e conquistado novos participantes, em razão do fácil acesso, segurança e evolução de toda a estrutura e parte técnica da prova. Somado a isso, houve o retorno das equipes de fábrica, que hoje dão uma competitividade ainda maior à competição. A 36ª edição do Dakar, que ocorrerá de 5 a 18 de janeiro de 2014, com largada em Rosário (ARG), passagem inédita pela Bolívia e chegada em Valparaíso (CHI), contará com pilotos oficiais das principais montadoras do mundo.

A categoria motos é sem dúvida a mais desafiadora e a mais acirrada. A briga pelo lugar mais alto do pódio tem pelo menos 20 competidores em condições iguais de serem campeões, devido a troca de pilotos nos times, novo trajeto e um percurso total de 8.734 km, sendo 5.228 km de especiais. O pentacampeão (2005, 2007, 2010, 2012 e 2013) Cyril Despres (FRA) está de casa nova e lidera a Yamaha Factory Racing, que também terá os conterrâneos Mickael Metge e Olivier Pain. Além disso, o holandês Frans Verhoeven, da Yamaha Netherlands Verhoeven, representa os azuis.

Apesar da baixa de Kurt Caselli, que faleceu recentemente em um treino para competição, a Red Bull KTM Factory Team reunirá todas as forças para fazer uma prova de superação. A equipe austríaca deposita suas fichas no espanhol Marc Coma, tricampeão do Dakar. Ruben Faria, de Portugal; Francisco “Chaleco” Lopez, do Chile; e Jordi Viladoms, da Espanha; completam o time. Outro destaque é o francês David Casteu, que deixou a Yamaha e correrá com a modelo 450 KTM Rally.

Na Team HRC, equipe oficial Honda que corre pelo segundo ano consecutivo na prova após ausência de 24 anos, a disputa interna promete ser um capítulo a parte. Com a versão 2014 da CRF 450 Rally, moto desenvolvida especialmente para o Dakar, a montadora japonesa tem fortes candidatos ao título, como os portugueses Helder Rodrigues e Paulo Gonçalves, além do espanhol Joan Barreda. Javier Pizzolito, da Argentina, e Sam Sunderland, do Reino Unido, também fazem parte da Team HRC.

Ainda nas motos, são dois os brasileiros com a missão de representar o Brasil. Pela primeira vez com uma equipe oficial no Dakar, a Honda do Brasil terá o experiente Jean Azevedo, único brasileiro a vencer etapas da prova na classificação geral (2007 e 2005), e o estreante Dário Júlio, tricampeão brasileiro de Rally Cross Country. Com a CRF 450 Rally, mesmo modelo dos competidores da Team HRC, Jean fará sua 16ª participação. Já o mineiro Dário estará a bordo da CRF 450X.

Nos quadris, 60% dos 40 competidores da categoria são da América do Sul, o que aumenta a rivalidade entre os representantes do continente. Bicampeão (2010 e 2013), o fenômeno Marcos Patronelli é o favorito e põe à prova a dinastia da família, que desde 2010 é campeã da categoria (o irmão Alejandro Patronelli venceu em 2011 e 2012). Mas o argentino da Yamaha Racing Argentina não está sozinho nesta disputa. O chileno da Tamarugal XC Rally Team, Ignacio Casale, vencedor do Desafio Inca, e o argentino Lucas Bonetto (Honda), vitorioso neste ano do Dakar Series e do Desafio Ruta 40, prometem dar um ponto final ao primeiro lugar dos irmãos Patronelli.

A briga pelo pódio não é apenas sul-americana. O polonês Rafal Sonik (Yamaha), terceiro colocado no ano passado, continua com o mesmo apetite. Com um modelo Honda, o holandês Sebastian Husseini também tenta surpreender os favoritos.

 

RALLY DAKAR 2014 EM DETALHES

Domingo, 5 de Janeiro 

1ª etapa: Rosario – San Luis  

Deslocamento: 629 km

Especial: 180 km

ESTABELECENDO SUAS POSIÇÕES 

Os competidores acordarão cedo para partirem pela estrada na região de Córdoba e darem a largada à corrida em um trajeto estreito que exigirá o máximo cuidado. Cada participante ainda estará bem descansado, permitindo que encarem serenamente os trechos com pedras e saltos às cegas. As habilidades dos competidores serão recompensadas na chegada, onde já terão cravado 800 quilômetros. Apesar dos intervalos não serem tão significantes a essa altura da corrida, ainda assim é importante manter as posições que estão buscando na classificação. Segunda-feira, 6 de Janeiro

2ª Etapa: San Luis – San Rafael

Motos - Quadriciclos

Deslocamento: 365 km

Especial: 359 km

Carros

Deslocamento: 365 km

Especial: 433 km

Caminhões

Deslocamento: 365 km

Especial: 400 km

DUNAS CINZENTAS ANDAM DE MÃOS DADAS COM SURPRESAS

A etapa especial mais rápida do rali, pelo menos em sua primeira parte, também será a qual os pilotos terão que enfrentar as primeiras dunas. E não será apenas um breve encontro com a areia: nos últimos 100 quilômetros, a exploração das dunas cinzentas de Nihuil será ainda mais intensa do que nas visitas anteriores. A areia é mais firme lá, mas a experiência oferecerá uma ótima visão das habilidades técnicas de cada um dos competidores. Em resumo, será um verdadeiro teste. Terça-feira, 7 de Janeiro

3ª Etapa: San Rafael – San Juan

Motos - Quadriciclos

Deslocamento: 292 km

Especial: 373 km

Carros - Caminhões

Deslocamento: 295 km

Especial: 301 km

O ACONCÁGUA COMO UM MARCO

Os competidores do Dakar 2014 terão o gosto do primeiro contato com as montanhas ao passarem pelo Pré-Andes. O Vulcão Aconcágua tem 6.962 metros de altura e observará o progresso dos veículos, dos quais uma parte irá ensaiar suas técnicas de condução em montanhas altas. Os motociclistas subirão 4.300 metros durante a etapa especial, passando ao longo do cume onde terão a impressão de estarem sobre toda a América. A descida os trará de volta à dura realidade dos pilotos do Dakar, já que terão apenas concluído a primeira parte desta etapa de maratona. Eles terão que garantir os trabalhos mecânicos de seus próprios veículos no acampamento isolado que foi montado para eles.

Quarta-feira, 8 de Janeiro

4ª Etapa: San Juan - Chilecito

Motos – Quadriciclos

Deslocamento: 210 km

Especial: 353 km

Carros – Caminhões

Deslocamento: 211 km

Especial: 657 km

MONTANHAS E CAMPO

A estratégia dos motociclistas entrará em cena: inicialmente suas habilidades de navegação serão seriamente testadas no começo da manhã e, então, eles irão encarar o problema dos pneus desgastados, uma vez que eles já foram muito utilizados no dia anterior. Já os pilotos dos carros terão um percurso ainda mais exigente. Os competidores do Dakar não enfrentam uma etapa tão longa desde a etapa histórica de Zouerata Tichitem em 2005. Eles terão que atravessar rios e descer os cânions em um cenário de Velho Oeste, além de ter cuidado com os outros participantes: já que estes terrenos são geralmente muito abertos, será completamente possível ultrapassar companheiros de competição.

Terça-feira, 9 de Janeiro

5ª Etapa: Chilecito - Tucumán

Deslocamento: 384 km

Especial: 527 km

UMA NOITE EM CLARO EM TUCUMÁN

Após dois dias de corrida com percursos completamente separados, todos irão se reunir para encarar a etapa mais longa do rali. Eles terão que ser extremamente resistentes para superar estes dois trechos da etapa especial que apresentará basicamente areia. Durante todo o dia, os competidores avançarão sobre trechos off-road: aqueles que tiverem avaliado mal os limites de seus motores estarão constantemente à beira do super aquecimento, ainda mais que as temperaturas da região são geralmente muito altas. No acampamento em Tucumán, os candidatos ao pódio terão sido reduzidos a um grupo seleto, já que muitos deles não farão mais parte deste grupo de elite. Para muitos outros, seus percalços mecânicos e em relação aos seus tempos se tornarão aparentes apenas no meio da noite.  

Sexta-feira, 10 de Janeiro

6ª Etapa: Tucumán - Salta

Motos – Quadriciclos

Deslocamento: 64 km

Especial: 400 km

Carros

Deslocamento: 270 km

Especial: 424 km

Caminhões

Deslocamento: 394 km

Especial: 156 km

A BUSCA PELO MELHOR TEMPO

Após deixarem Tucumán, os carros seguirão para o norte, dirigirão por parte da famosa Ruta 40 e continuarão no coração de uma das mais belas paisagens argentinas. As possibilidades para se distanciarem serão limitadas, mas os pilotos mais habilidosos poderão aproveitar a oportunidade de adicionar mais uma etapa em suas listas de vitórias. Uma nova ida às montanhas levará os motociclistas às margens dos rios. Eles terão que se manter em alerta até o final da etapa, já que a região é muito frequentada por animais de todos os tamanhos. Então, eles finalmente poderão descansar.

Sábado, 11 de Janeiro

Dia de Descanso: Salta

Alcançar o dia de descanso representa uma das principais metas intermediárias no Dakar. Alguns dos novatos do rali, que estão conscientes do quão difícil é o desafio, podem até considerar isso como uma pequena vitória. Assim, os pilotos e equipes serão recebidos com as honras de um pódio da metade do caminho no acampamento em Salta, onde uma primeira comemoração será organizada. Milhares de espectadores são esperados para ver e descobrir a Vila Dakar, assim como fizeram em Tucumán no ano passado. Lá, terão a oportunidade de estarem imersos no mundo do rali, aproveitar a grande variedade de entretenimento e atividades oferecidas, além conhecerem as principais figuras da corrida. Isso também permitirá que os competidores aumentem seus níveis de motivação e recarreguem suas baterias.

Domingo, 12 de Janeiro

7ª Etapa - Carros-Caminhões: Salta-Salta

Carros

Deslocamento: 230 km

Especial: 533 km

Caminhões

Deslocamento: 230 km

Especial: 525 km

A VOLTA COM TUDO INCLUSO

Essa mega volta com uma etapa especial de 500 km na agenda testará a habilidade das equipes para se adaptarem às mudanças de ritmo. Após terrenos de pedras no começo do dia, algumas altas velocidades serão registradas na segunda parte da etapa e então as técnicas de estrada dos pilotos serão testadas. Tudo isso em uma altitude média de quase 3.500 metros. Para terminar esse dia extremamente emocionante, eles terão que cruzar um vasto salar que se estende por mais de vinte quilômetros: um trecho reto que fará a cabeça dos competidores.

Domingo, 12 de Janeiro

7ª Etapa – Motos-Quadriciclos: Salta-Uyuni

Deslocamento: 373 km

Especial: 409 km

ANTES DA SALINA PLANA, O LABIRINTO DE TRILHAS

A segunda etapa de maratona começará para os pilotos de motos e quadriciclos, que estarão saboreando a primeira visita do Dakar à Bolívia. Ao entrarem no país, os pilotos terão um choque visual e também serão perturbados pelo labirinto de trilhas pelas quais terão que navegar. Nessas áreas íngremes e montanhosas, a beleza do cenário e a variedade de cores não facilitarão nem um pouco o trabalho que os espera. As poucas vilas que serão distraidamente cruzadas pelos pilotos irão, por outro lado, oferecer pontos de passagem perfeitos. Como recompensa pelo empenho, eles poderão seguir para o acampamento em Uyuni, montado no extremo do salar a uma altitude de 3.600 metros.

Segunda-feira, 13 de Janeiro

8ª Etapa – Carros-Caminhões: Salta-Calama

Deslocamento: 510 km

Especial: 302 km

ENTRANDO NO CHILE

Hoje, os competidores atravessarão a Cordilheira dos Andes para iniciar a parte chilena do rali. Uma etapa especial de transição foi marcada por lá para o último dia em que os carros irão avançar sem ultrapassar as motos e os quadriciclos. O trecho cronometrado do dia será acessível a pilotos habilidosos que estejam à vontade em pistas rápidas em um ambiente fechado. Os pilotos são aconselhados a prestarem atenção em suas posições desde o princípio para limitar o número de ultrapassagens, mesmo assim, as rigorosas normas relativas ao uso do sistema Sentinel serão cuidadosamente monitoradas ao final do dia.

Segunda-feira, 13 de Janeiro

8ª Etapa – Motos-Quadriciclos: Uyuni-Calama

Deslocamento: 230 km

Especial: 462 km

UYUNI: A VISÃO DO BRANCO

O Salar de Uyuni é simplesmente o maior salar do mundo! E os motociclistas poderão perceber isso, já que terão que dar a volta nessa gigantesca extensão durante a oitava etapa do rali. O percurso será marcado ao redor e através do salar, uma maravilha que se estende por mais de 400 quilômetros, e também passará por diversas ilhas que tornam este local tão excepcional. A altura do Vulcão Tunupa (5.300m de altitude) será uma característica permanente na paisagem. É uma impressionante visão de estar sonhando acordado entre o céu e a terra com um pano de fundo branco, se o clima permitir.

Terça-feira, 14 de Janeiro

9ª Etapa: Calama - Iquique

Deslocamento: 29 km

Especial: 422 km

UMA DESCIDA BRUSCA: EMOÇÕES GARANTIDAS 

O Dakar 2014 alcançará seu ponto mais ao norte em Iquique, onde os competidores verão o oceano pela primeira vez este ano. Acima de tudo, os pilotos e as equipes descobrirão as Dunas do Atacama novamente após a primeira parte de uma etapa especial que será um tanto quanto tediosa. Especialistas em dunas estarão no comando por uma distância de quase 150 km. As emoções estarão garantidas bem ao final do dia, nos últimos três quilômetros da descida a Iquique: há uma diferença de mais de 30% na altura da largada à chegada e quase não se recomenda brecar. A lei da gravidade exerce seu significado total: o acampamento não é longe!

Quarta-feira, 15 de Janeiro

10ª Etapa: Iquique - Antofagasta

Deslocamento: 58 km

Especial: 631 km

NÃO SERIA O DAKAR SEM FESH-FESH!

A  especial, dividida em dois trechos com características muito distintas, começará com a descida em direção à costa do Pacífico. O progresso obtido na etapa do dia anterior pode ser aumentado na areia durante os primeiros duzentos quilômetros. Ainda mais habilidade será necessária para encarar esses trechos de fesh-fesh na segunda parte da etapa. Uma vez que esta difícil área tiver ficado para trás dos pilotos, eles estarão extremamente felizes em correr pelas trilhas das minas da região e, em especial, por serem recebidos pelo majestoso arco La Portuda, a um arremesso de pedra do acampamento em Antofagasta.

Quinta-feira, 16 de Janeiro

11ª Etapa: Antofagasta – El Salvador

Deslocamento: 144 km

Especial: 605 km

O ATACAMA EM TODO SEU ESPLENDOR

Além da distância, aqui os competidores serão colocados à prova por todas as dificuldades oferecidas pelo Deserto do Atacama e terão que mostrar todas as qualidades exigidas para corridas off-road. Após as trilhas das minas e dos vários rios a serem atravessados, os competidores terão que se diferenciar no coração das Dunas de Copiapó: os motociclistas mais rápidos devem gastar sete horas atrás dos guidões. Desnecessário dizer que neste dia decisivo não haverá falta de oportunidades para os competidores darem a volta por cima na corrida. Esta será a chave para a edição de 2014.

Sexta-feira, 17 de Janeiro

12ª Etapa: El Salvador – La Serena

Deslocamento: 349 km

Especial: 350 km

DUNAS: A ÚLTIMA CHANCE

O local escolhido em El Salvador a uma grande altitude eleva-se sobre o local usual do acampamento em Copiapó. Essa localização garantirá que a Camanchaca, a neblina da manhã que às vezes impede a largada das etapas, seja evitada. A areia estará presente no percurso novamente, em particular com uma grande cadeia de dunas a serem superadas no final da etapa especial. E se há dunas, consequentemente significa que veículos irão atolar. Sendo assim, nas categorias onde os competidores estiverem ombro a ombro, os líderes poderão se colocar em risco.

Sábado, 18 de Janeiro

13ª Etapa: La Serena - Valparaíso

Deslocamento: 378 km

Especial: 157 km

CUIDADO COM OS ESPINHOS

Antes de admirar as encostas trazidas à vida pelas casas em Valparaíso, os competidores terão que subir os morros repletos de cactos durante a última etapa especial do rali. O orgulho e alegria de atravessar a linha de chegada estão se aproximando, mas as estatísticas são duras: todos os anos, um ou mais pilotos fracassam neste exercício final, então prudência é essencial! Mesmo tão próximo à chegada, a cautela é a melhor aliada dos competidores para assegurar sua presença no pódio final.

Fotos: Maindru e Luiz Pires/Divulgação

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