Rally Dakar
Rally Dakar
O mineiro Felipe Zanol confirma sua participação no Rally Dakar 2012. A competição inicia em um mês, em Mar del Plata, na Argentina, e o piloto contará com patrocínio da Rinaldi nos 15 dias de disputa, que encerra em Lima, capital do Peru.
Com dois vice-campeonatos no Rally dos Sertões (2010 e 2011) e títulos nacionais nas modalidades de Enduro FIM e Cross Country, o atleta é apontado como um dos brasileiros com maiores chances de êxito entre as motos.
Integrante da equipe KTM Brasil, Zanol foi lembrado inclusive pelo francês Cyril Despres, três vezes campeão do Dakar e atual campeão do Sertões, como um dos nomes fortes desta edição. Os franceses David Fretigne e David Casteu, o espanhol Marc Coma, os portugueses Helder Rodrigues e Paulo Gonçalves, além de brasileiros como Deni do Nascimento e Ike Klaumann, também são cotados para fazerem boas apresentações.
Sem tempo a perder, Zanol intensifica os treinos e foca nos objetivos para encarar pela primeira vez esta competição “sobre-humana”, como ele mesmo definiu. Confira a seguir o que ele tem a dizer.
Quais seus planos para esta primeira participação no Rally Dakar?
Felipe Zanol: Tenho como objetivo, terminar. Acho que isso já é um resultado expressivo para um estreante. Sonhando alto, penso em chegar entre os 15 primeiros.
Como você define o Dakar?
Felipe Zanol: É uma competição sobre-humana. Se descansa pouco, come pouco, dorme pouco, e o desgaste, tanto de piloto quanto de equipamento, é gigantesco. Por isso, o grande desafio é terminar.
O que significa competir no Dakar?
Felipe Zanol: É sonho de criança. É o topo para qualquer atleta. Fui dois anos vice-campeão do Rally dos Sertões, o que me credenciou para fazer o Dakar. Esperei o momento certo e a oportunidade apareceu.
Qual o comparativo que podemos fazer entre Sertões e Dakar?
Felipe Zanol: O Sertões é uma competição muito dura e desgastante. Mas imagino que o Dakar tenha o dobro de dificuldade. Primeiro porque tem quase o dobro de quilometragem. São cerca de 9 mil quilômetros no Dakar contra quase 5 mil quilômetros do Sertões. No Sertões, a quilometragem diária gira em torno de 400 quilômetros, e o grande bicho de sete cabeças é a etapa de maratona, que tem cerca de 800 quilômetros. No Dakar, a média diária é de 800 quilômetros. É como se fosse uma maratona atrás da outra durante 14 dias (um dia é reservado para descanso).
Qual será a maior dificuldade?
Felipe Zanol: Todos falam da região de Fiambalá a Copiapó (sexto e sétimo dias), saindo da Argentina para o Chile. É uma região de muita areia, navegação, média baixa de velocidade, e muito técnico. É o trecho mais temido.
Outro detalhe muito comentado, é quanto a navegação, que no Dakar é feita por bússola CAP. Você está habituado a este tipo de orientação?
Felipe Zanol: Não. Apenas me informei bastante de como funciona, mas vou ter que pegar as manhas durante as provas. Sei que funciona mais ou menos assim: você ganha uma referência em graus e quilômetros. Por exemplo: 50 quilômetros, 130 graus à direita. Tem que alinhar a moto e seguir o máximo em linha reta possível. Nos primeiros dias, o négócio é largar mais atrás e seguir alguém. Se eu quiser um bom resultado, vou ter que me adaptar rápido.
Daqui pra frente é só treinamento, então?
Felipe Zanol: É. Não há folga pra mais nada. Próximos dias vou treinar muito na areia. Vou para uma região de dunas em Santa Catarina, um pouco ao sul de Florianópolis, para me acostumar bem a este tipo de terreno, que será corriqueiro no Dakar. Depois vou treinar estrada no interior de São Paulo. E atualmente estou muito focado no treino físico, para aguentar o desgaste.
Ficha técnica - Felipe Zanol
Nome: Felipe Augusto Miranda Zanol
Data de nascimento: 18/09/1981
Naturalidade: Belo Horizonte (MG)
Onde reside: Belo Horizonte (MG)
Principais títulos:
Heptacampeão brasileiro de Enduro FIM
Pentacampeão brasileiro de Cross Country
Bicampeeão português de Enduro FIM
Vice-campeão do Rally dos Sertões (2010 e 2011)
Fotos: Cesar Araujo (Rinaldi)/Divulgação