Rally Dakar
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A questão de parar o Rally Dakar surge na França, sede da ASO, organizadora do Dakar, após a explosão contra um veículo, de acordo com o ministro francês das relações exteriores Jean Yves Le Drian.
Fonte Paris (AFP) 7/01/2022
O incendio com o carro de Alexandre Pesci, presidente da Rebellion, e o navegador Stephan Khuni, aconteceu no dia do Shakedown. Nenhum dos pilotos sofreu lesões.
A questão de parar o Rally Dakar-2022 na Arábia Saudita "surge" após a explosão que atingiu um veículo e que "possivelmente" está ligada a um ataque terrorista, disse sexta-feira o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian.
“Achamos que talvez valesse a pena desistir desse evento esportivo. Os organizadores decidiram continuar”, disse Le Drian à rádio francesa BFMTV e RMC.
"Nestes casos, é preciso ter muito cuidado, pelo menos colocar em prática dispositivos de proteção suficientes e reforçados. Acho que eles fizeram isso, mas em qualquer caso a questão permanece sem resposta", disse ele. “Pode ter havido um ataque terrorista contra o Dakar”, disse o chefe da diplomacia francesa, pedindo às autoridades sauditas que “sejam o mais transparentes possível”.
Uma explosão que atingiu o carro em 30 de dezembro em Jeddah, a segunda maior cidade da Arábia Saudita, feriu gravemente o motorista francês Philippe Boutron. As autoridades sauditas descartaram no sábado um ato criminoso para explicar o que chamaram de "acidente".
Mas o ministro francês frisou desde o início que a "hipótese de ato criminoso não foi descartada'' e que "a ameaça terrorista persiste na Arábia Saudita".
A Agencia Nacional Anti-terrorismo francesa anunciou que abriu uma investigação preliminar na terça-feira por "tentativas de assassinato em conexão com uma empresa terrorista".
“Dissemos aos organizadores do Rally Dakar e às autoridades sauditas que tínhamos que ser muito transparentes sobre o que acabava de acontecer, porque havia hipóteses de que poderia ser um ato terrorista”, observou Jean-Yves Le Drian.
“Já houve atos terroristas na Arábia Saudita contra os interesses franceses”, observou.
Em outubro de 2020, um ataque com faca feriu um guarda do consulado francês em Jeddah. Duas semanas depois, um atentado na mesma cidade teve como alvo uma cerimônia pelo aniversário do armistício de 11 de novembro de 1918, na presença de diplomatas ocidentais, especialmente franceses, deixando dois feridos.
Em 2008 o Rally ainda Paris / Dakar quando ainda era realizado na África, não aconteceu pela primeira vez desde sua criação em 1978. A prova de 2008 foi cancelada por causa de ameaças terroristas à caravana do Rally. Em 2009 o Rally veio para a América do Sul onde ficou até 2019. Em 2022 está em sua terceira edição na Arábia Saudita.
Quando eu fiz o Rally Dakar com uma moto de 250cc em 2002, a 20 anos atrás, na época era Rally Paris / Dakar que era realizado na África, também esteve sobre ameaças de terroristas, atravessamos trechos de fronteira, sob a orientação dos militares africanos, locais que possivelmente eram minados na Mauritânia, eles faziam um corredor para podermos passar em segurança.
Os acampamentos do Rally na época, eram todos cercados por militares africanos que faziam a segurança dos pilotos e organizadores que trabalhavam na prova do Rally. Me lembro de alguns assaltos que aconteceram, um deles com um piloto chileno, (Luiz Eguigurem, que está disputando a prova de 2022 nos UTV’s) que estava um número à frente do meu, em uma etapa no deserto entre as dunas, foi atacado por tuaregues, foi assaltado e teve que abandonar a prova.
Eu e outro piloto brasileiro da equipe, o famoso Juca Bala, durante uma etapa atravessando um vilarejo africano dois tuaregues com pedaços de pau e pedras tentaram nos atacar. Juca, mais rápido, largava na minha frente, ele disputava a categoria 400cc e eu a 250cc, quando Juca passou neste vilarejo, foi atingido por uma pedrada, mas conseguiu fugir, quando eu passei eles tentaram me derrubar da moto com pedaços de pau. Na hora fui em direção a um deles que fugiu e consegui passar ileso, mas foi um grande susto.
Neste mesmo vilarejo, o ex-piloto de fórmula 1 Jean Louis Schelesser que na época disputava o Dakar com um Bug, também teve que romper uma barreira de pedras que foi feita pelos mesmos tuaregues para bloquear sua passagem na tentativa de assalta-lo, ou seja, estou falando de algo que aconteceu, acontece e sempre acontecerá.