Sertões: pilotos afiam preparação para encarar a maratona
Para enfrentar 3.212 km do Rally dos Sertões conduzindo uma motocicleta é preciso ter resistência de maratonista, agilidade de ginasta e fôlego de nadador
Por Alexandre Ciszewski
Por Alexandre Ciszewski
Não é nada fácil encarar os 3.212 quilômetros do Rally dos Sertões em cima de uma motocicleta, para isso é necessário muito preparo: é preciso ter resistência de maratonista, agilidade de ginasta e fôlego de nadador. Jean Azevedo, Gregorio Caselani e Tunico Maciel, pilotos da Equipe Honda, sabem disso e vivenciam uma rotina espartana para melhorar o condicoinamento físico antes da largada, marcada para o dia 3 de setembro, em Goiânia (GO) e chegada em Palmas (TO).
Jean Azevedo, o maior vencedor entre os pilotos de moto, com seis títulos, chega a treinar oito horas por dia. “Eu corro, nado e ando de bicicleta. O objetivo é chegar no Rally dos Sertões no ápice da forma física. A prova é longa e se não estiver bem condicionado, não é possível manter a atenção”, ensina o piloto paulista. A preparação para o Rally dos Sertões durou 25 semanas. Neste período, Jean correu 2.715 quilômetros, pedalou 10.720 quilômetros, nadou 1.800 metros, fez 70 horas de treinamento neuromuscular e mais de 400 horas de treino com moto.
Nos últimos dias antes do início do Sertões, entretanto, Jean ganhou uma pequena "folga". “Já cheguei no meu ideal. Agora vou apenas fazer um treino de manutenção até a largada”, explica.
Tunico também não tem descanso. “Treino em um ritmo muito forte. Faço cross-fit cinco vezes por semana e pedalo três vezes”, conta o piloto mineiro. “Neste ano o Rally dos Sertões será ainda mais pesado, pois as três últimas etapas vão ser disputadas no Jalapão, o que vai exigir muito”, completa.
Já Gregorio vai à academia de segunda a sexta-feira, onde realiza exercícios de fortalecimento e aeróbicos, corre (em média 10 quilômetros) e nada duas vezes por semana. Além do preparo físico, a atividade ajuda a baixar ansiedade. “Não vejo a hora de iniciar a disputa do Rally dos Sertões. Nossa meta é estar no pódio”, afirma o piloto. Além do físico, é preciso aperfeiçoar também a parte técnica e isso demanda muitos quilômetros de treinos. “Ando de moto quatro vezes por semana. Chego a fazer 350 quilômetros por dia”, explica Tunico. “Mas também uso a moto de motocross”, revela.
Jean não fica atrás. Com a moto de rali anda em torno de 300 quilômetros em cada treino e quando vai para a pista de motocross, faz duas baterias de 45 minutos. Gregorio sobe na moto duas vezes por semana. O gaúcho tem se dedicado ao motocross, realiza baterias que variam entre 20 e 30 minutos.
Veja programação do Rally dos Sertões 2016:
SEXTA-FEIRA (02/09) – Autódromo de Goiânia
12h às 13h – Coletiva de Imprensa
15h às 17h – Carreata dos veículos do Rally dos Sertões em Goiânia
SÁBADO (03/09)
8h às 9h30 – Posicionamento dos veículos no Parque Fechado (Autódromo)
10h às 14h – Prólogo na Cidade Alpha Goiás (Senador Canedo)
10h30 – Largada da 1ª Moto (Na sequência largarão Quadris, UTVs e Carros)
14h – Encerramento do Prólogo
15h às 16h – Posicionamento Motos/Quadris e UTVs no Parque Fechado
16h às 17h – Posicionamento Carros no Parque Fechado
18h30 – Largada Promocional (Autódromo Internacional de Goiânia)
Total da prova: 3.212,17 km
Total de trechos cronometrados: 2.357,17 km
74% de trechos cronometrados (recorde em 24 anos de história)
04/09 – Etapa 1
Goiânia (GO) – Padre Bernardo (GO)
Deslocamento inicial: 248,43 km
Trecho especial: 111,79 km
Deslocamento final: 4,32 km
Total do dia: 364,54 quilômetros
Descrição da etapa:
A especial começa com muitas subidas e descidas. Em uma região montanhosa, com muitas trilhas estreitas e sinuosas, com abismos dos dois lados e muitos tops sem visão. O que exige total concentração dos pilotos e navegadores. O piso predominante é o cascalho e a piçarra. Será uma especial de média velocidade, com poucas retas e a poeira será muito intensa.
05/09 – Etapa 2
Padre Bernardo (GO) – Cavalcante (GO)
Deslocamento inicial: 34,27 km
Trecho especial: 374,84 km
Deslocamento final: 9,19 km
Total do dia: 418,3 quilômetros
Descrição da etapa:
A especial terá início próximo a Mimoso de Goiás e será uma das mais técnicas e duras de todos os tempos. A largada será em zona agrícola, com longas retas. A competição segue por estradas de fazendas bem estreitas, sinuosas e com muitas lombas e lombadas. A prova continua por uma região montanhosa, com muitas pedras, lajes e zonas de trial com grandes erosões. A prova fica mais rápida e com todos os tipos de terreno (cascalho, piçarra, pedras grandes e lajes), alternando trechos de média e baixa velocidade. No último quarto da especial a prova fica bem veloz, seguindo assim até a última descida de serra, próximo a Cavalcante.
06/09 – Etapa 3
Cavalcante (GO) – Posse (GO)
Deslocamento inicial: 22,95 km
Trecho especial: 376,41 km
Deslocamento final: 244,12 km
Total do dia: 643,48 km
Descrição da etapa:
Será mais uma especial muito técnica e complicada. No início haverá estradas sinuosas, com muitas erosões e depressões. A prova prossegue por uma região montanhosa, com muitas subidas e descidas fortes e com trechos de trial. A prova se mantém sinuosa por estradas menores e com velocidade média. Mais à frente, prossegue por estradas de alta velocidade. O roteiro alterna trechos de média e alta velocidade, com muita navegação até o último trecho, onde a velocidade aumenta novamente e segue assim até o final. O piso predominante é o de cascalho. Porém, com muitas pedras, estradas de piçarra e pequenos trechos de areia.
07/09 – Etapa 4
Posse (GO) – Luís Eduardo Magalhães (BA)
Deslocamento inicial: 14,62 km
Trecho especial: 361,94 km
Deslocamento final: 183,59 km
Total do dia: 560,15 km
Descrição da etapa:
O Rally dos Sertões deixa o estado de Goiás e entra na Bahia. A especial deste dia começa bem próximo a Posse. Completamente diferente das anteriores, trata-se de uma prova bem rápida, com longas retas em áreas agrícolas de altíssima velocidade e muita navegação. A expectativa é que se registre as maiores velocidades da prova. O piso predominante é a piçarra. Porém, há longos trechos sinuosos e com areia. Segue assim até o seu último quarto, quando voltam as longas retas, com muitas lombas e depressões. Seguindo assim até o final do trecho cronometrado, no Km 40 da BR-020.
08/09 – Etapa 5
Luís Eduardo Magalhães (BA) – Mateiros (TO)
Deslocamento inicial: 35,47 km
Trecho especial: 425,67 km
Deslocamento final: 00 km
Total do dia: 461,14 km
Descrição da etapa:
Em Luís Eduardo Magalhães tem início a etapa maratona, na qual somente pilotos e navegadores podem fazer a manutenção de seus veículos. A especial terá início na Cachoeira do Acaba Vidas, na BA-458, com estradas bem sinuosas, muitas lombas e depressões. A prova prossegue por um longo trecho sinuoso e estreito, com estradas de piçarra e trechos com areia, o que exige muita navegação. Com três quartos da prova o ritmo aumenta novamente. Serão longas retas de alta velocidade. Seguindo assim até o trecho final, com muita areia na trilha.
09/09 – Etapa 6
Mateiros (TO) – Ponte Alta (TO)
Deslocamento inicial: 00 km
Trecho especial: 514,98 km
Deslocamento final: 5,97 km
Total do dia: 520,95 km
Descrição da etapa:
Esta será uma das etapas mais técnicas e difíceis de toda a história do Rally dos Sertões. A largada será no portão do parque de apoio. A especial começa travada, em estradas sinuosas e com piso arenoso. Segue por trechos de savanas, onde a navegação será primordial. A prova continua por estradas de piçarra e trechos arenosos, já no deserto do Jalapão. Depois do areião, há um trecho de trial e, no último quarto de prova, estradas menores de fazendas até o final.
10/09 – Etapa 7
Ponte Alta (TO) – Palmas (TO)
Deslocamento inicial: 4,61 km
Trecho especial: 191,54 km
Deslocamento final: 47,46 km
Total do dia: 243,61 km
Descrição da etapa:
Esta etapa fecha o Rally dos Sertões 2016 com chave de ouro. A especial terá início bem próximo a Ponte Alta e segue por estradas de piçarra, com trechos sinuosos de altíssimas velocidades. Na sequência, aparecem estradas menores, com erosões, riachos, depressões e pedras. No último trecho, a prova fica rápida novamente e segue assim até a última descida da serra. O final da especial será em Taquaruçu, na TO-030. Dali, carros, motos, quadris e UTVs seguem em deslocamento até a praia da Graciosa, em Palmas.
Fotos: Divulgação/Vipcomm e Doni Castilho/DFotos
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