Rally dos Sertões: Pilotos encaram o Prólogo nesse sábado
Grande expectativa para a 22ª edição da competição que vale pontos para o Mundial de Rally Cross Country
Por Aladim Lopes Gonçalves
Por Aladim Lopes Gonçalves
A disputa da categoria motos promete ser uma das mais acirradas e quentes da 22ª edição do Rally dos Sertões, que começa neste domingo (24/08), em Goiânia (GO), e vai até o dia 30, em Belo Horizonte (MG). A prova é válida pelo Campeonato Mundial de Rally Cross Country para veículos duas rodas.
Para superar os adversários ao longo dos sete dias de prova, em 2.609 quilômetros de percurso total, sendo 1.573 de trechos cronometrados, a esperança nacional é o paulista Jean Azevedo, de São José dos Campos. Pentacampeão da competição, ele também é o piloto com mais participações no Rally dos Sertões (total de 19).
"Eu me preparei muito bem nos últimos meses, estou ótimo física e psicologicamente. Estou bastante motivado e vou fazer o meu melhor para buscar o hexa", afirma o brasileiro, da categoria FIM 450cc.
Entre os estrangeiros, destaque para a vinda do atual campeão do Sertões e campeão mundial, o português Paulo Gonçalves. Ele é um dos mais entusiasmados para disputar o rali.
"É muito legal correr no Brasil, pois tem uma prova bem desenhada e ótimos lugares para competir. Estou bastante empolgado, principalmente por saber que teremos o suporte da Honda do Brasil. Eles são muito profissionais e nos tratam como uma família", destaca Paulo Gonçalves.
Neste ano, a prova passará por sete cidades, sendo três inéditas: Catalão, em Goiás, e Paracatu e São Francisco, em Minas Gerais. A redução no número de etapas em relação a 2013 (dez para sete) faz os participantes acreditarem em uma disputa bastante igual.
“Achei interessante o percurso, com novos lugares. A prova vai ser super disputada e o campeão será decidido nos detalhes. Temos que estar 100% focados a cada segundo”, completa Jean Azevedo.
O mineiro Nielsen Bueno, que competirá pela terceira vez consecutiva, projeta um ritmo mais intenso. “Para este ano minha estratégia será menos conservadora, afinal o rali terá sete dias. Meu objetivo é imprimir mais velocidade, do início ao fim”, comenta o piloto, que utilizará a Honda CRF 450X.
Já Júlio “Bissinho” Zavatti terá a oportunidade de competir pela primeira vez em uma equipe de ponta, como a Honda Mobil.
"É uma grande responsabilidade representar esse time, mas se estou aqui porque tenho potencial. Ter o Dário [Júlio] como chefe deixa a equipe mais unida. Trocamos informações e nos ajudamos o tempo inteiro. Nosso clima é muito legal", comenta.
PRÓLOGO EM GOIÂNIA (GO)
23/08 – sábado
Deslocamento Inicial: 22,65 km
Prólogo: 10,82 km
Deslocamento Final: 18,75 km
Total: 52,22 km
O prólogo será em piso predominante de cascalho, estradas de fazenda com muitas lombas, bem sinuosa, com poucas pedras e uma travessia de riacho.
ENTENDA O RALLY DOS SERTÕES
O que é: Competição disputada em estradas de terra, com muita pedra, poeira, travessia de rios, serras, areia fofa, dunas e trilhas. O competidor não conhece o roteiro antecipadamente e usa a “planilha”, uma espécie de mapa que indica o caminho. Ele só recebe a planilha na véspera de cada largada.
A categoria moto é a mais difícil e atraente de um rali, já que piloto de moto também precisa navegar (seguir a planilha); Já carros, caminhões e UTV’s têm piloto e navegador. Ou seja, um dirige e outro vai “indicando o caminho”.
Como é: A organização bloqueia as estradas e o caminho fica “livre” para os competidores. Mas às vezes aparecem pela frente algumas carroças, animais, caminhões de leite e etc.
A largada: Ao contrário de outras corridas, onde todos largam juntos do grid, como no Superbike e Fórmula 1, no rali é diferente. Os pilotos largam um a um, com intervalos que podem variar entre 2 minutos e 30 segundos. Algumas provas, em busca de inovação, como o Dakar, já fizeram largadas com todos juntos em pleno Saara ou de dois em dois e etc.
O que é trecho especial: O trecho chamado de “especial” é aquele onde os competidores realmente podem acelerar à vontade e correm contra o relógio - cronometrado. A soma do tempo de cada dia determinará os campeões.
O que é deslocamento: Existe o deslocamento “inicial” e o “final”. O inicial é o trecho entre a cidade dormitório até o ponto da largada em uma estrada de terra. Às vezes esse deslocamento pode chegar a 100, 200 e 300 quilômetros de distância. Às vezes não há deslocamento, já que a largada pode ser na própria cidade. A chegada idem.
Exemplo de deslocamento e especial. Imagine uma etapa entre São Paulo e Rio de Janeiro. Os competidores saem da Avenida Paulista e vão até São José dos Campos pela Dutra. Devem obedecer as leis de trânsito e etc. Esse é o deslocamento inicial. A etapa especial começa em São José dos Campos, por estradas de terra (trecho cronometrado). Depois há um deslocamento final até a praia de Copacabana.
O que é etapa Maratona: Criada para dar mais “emoção” à competição, a etapa Maratona proíbe que mecânicos e equipes de apoio façam a manutenção dos veículos no final do dia – tarefa reservada aos próprios pilotos e navegadores.
Essa etapa é a mais emocionante porque os participantes precisam saber poupar os veículos, peças e etc, já que não contarão com a ajuda dos mecânicos e grandes peças de reposição.
O rali é em um circuito fechado, como um autódromo?: O rali, na maioria das vezes, é feito em linha entre uma cidade e outra. Os pilotos param e dormem cada dia em um ponto. Mas algumas provas têm o formato de laço, com largada e chegada na mesma cidade. Essa é uma das alternativas para diminuição de custos para organização e competidores, já que não são feitos deslocamentos de toda a infraestrutura.
Como é definido o campeão: O rali tem a Geral, entre todos os competidores, e várias categorias, dependendo da preparação dos carros, motos, caminhões, quadriciclos e UTVs. O campeão do rali é determinado pela soma dos tempos das etapas especiais. Quem fez todo o rali em menor tempo é o campeão.
RALLY DOS SERTÕES EM NÚMEROS
- A prova terá 2.608,98 quilômetros de percurso total
- 1.572,32 quilômetros de especiais (trechos cronometrados)
- Sete etapas e sete cidades: Goiânia, Caldas Novas e Catalão, em Goiás, e Paracatu, São Francisco, Diamantina e Belo Horizonte, em Minas Gerais
- 126 equipes (motos, quadris, UTVs, carros e caminhões)
- 198 competidores: 39 nas motos, 17 nos quadris, 42 nos UTVs, 86 nos carros e 14 nos caminhões
- Pilotos de dez países: Brasil, África do Sul, Argentina, Chile, Espanha, França, Polônia, Portugal, Reino Unido e Uruguai
Fotos: Idário Café e Team HRC
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