Os limites dos competidores e suas máquinas foram testados ao extremo, sob o calor escaldante do Centro-Oeste, mas ao mesmo tempo foi uma
adrenalina viciante. Foi mais ou menos assim, a 25ª edição do
Rally dos Sertões que terminou no sábado (26/08), em Bonito, no Mato Grosso do Sul, passados três mil e trezentos quilômetros de puro
Cross Country.
Com dever cumprido, os cinco pilotos da Bianchini Rally cruzaram a rampa de chegada, mas a festa já começou ao final da sétima e última Especial (trecho cronometrado), quando a equipe já os aguardava.
A equipe teve dois representantes no pódio. O paulista Yuri Aizemberg (Husqvarna TE450) #31 conquistou o 3º lugar na Super Production, enquanto o gaúcho Marcos Colvero (KTM 500 Six Days) #20 terminou em 5º na Over 45. Ambos dividiram uma típica história do espírito de equipe que o rali proporciona, na última Especial de 240 km, entre Aquidauana e Bonito (MS).
“Logo após o abastecimento fiquei sem o odômetro e no “voo cego”, então por cerca de 200 km vim atrás do Marcos Colvero, se não fosse ele talvez não tivesse conseguido esse resultado. Por outro lado, ele já estava um pouco desgastado fisicamente e como sabia que eu dependia dele, acabei sendo um estímulo de uma certa forma. Nos ajudamos”, conta. Devido a um acidente em 2008, não completou a prova em sua estreia. “Estou muito feliz, consegui completar uma das edições mais difíceis do Rally dos Sertões e, ainda, em terceiro na categoria. Vinha sonhando com esse momento há nove anos”, completa.
Em seu quinto Rally dos Sertões, o piloto de Porto Alegre (RS) comemorou o pódio. “Bem gratificante poder levar mais um troféu para casa de uma edição tão exigente como essa. No primeiro dia não tive um bom desempenho, mas fui recuperando, tanto que na penúltima etapa fiquei em 2º na categoria. Mas essa edição foi especial também porque minha esposa acompanhou todo o rali e vivenciou os bastidores comigo”, diz Marcos Colvero. Ele e Jennifer Wittmann Colvero, piloto de motocross, se casaram há alguns meses mas não tiveram tempo de viajar, então resolveram fazer uma “lua de mel” em pleno Rally do Sertões e trouxeram um motorhome somente para eles. Jennifer foi a única mulher da Bianchini Rally e adorou sua estreia nos bastidores da prova.
André Guerra (Husqvarna 450) #38, por pouco não subiu ao pódio na Super Production. Terminou em 6º, a apenas 6m33s do 5º colocado da categoria. Retornou ao grid após 17 anos, quando navegavou na categoria caminhões e, neste ano, estreou nas motos. ”A missão foi cumprida estou sem palavras por completar o Sertões e, em paz comigo mesmo, por ter realizado este sonho”, destaca o piloto paulista.
O cearense Adhemar Pereira (KTM Réplica 450) #28, conhecido como Índio no meio off-road, estava feliz da vida por completar seu sétimo Rally dos Sertões. Terminou em 6º na Production Aberta. “Somente pelo fato de poder andar de moto sete dias seguidos, enquanto todos estão trabalhando já é sensacional. Imagine poder completar esse desafio que é o Sertões, estar entre amigos e na Família Bianchini Rally, isto é maravilhoso! Gostei muito do roteiro”, afirma Índio.
Outro que aprovou a experiência foi o estreante Luis Rodrigues (KTM 500 Six Days) #46 que finalizou o rali em 6º na Over 45. “Completei meu primeiro Sertões. Vivenciar isso foi muito desafiante e prazeroso. Levei um tombo na reta final do rali e cheguei a pensar que não largaria no dia seguinte, mas aqui a gente arranja forças e se supera diariamente”, ressalta o piloto.
Para Fabrício Bianchini, que neste ano não competiu, foi chefe de equipe, o rali foi perfeito. “É uma outra visão quando a gente fica nos bastidores, mas é muito gratificante também ver os amigos completarem cada etapa, se superarem e cruzar a rampa de chegada compartilhando do mesmo sentimento. A nossa equipe procura oferecer o ambiente mais familiar possível e com toda a infraestrutura que um piloto precisa, este ano tivemos até um fisioterapeuta que é quiropraxista e deu todo o suporte”, explica o piloto que já participou de 14 edições, sendo 11 de moto.
A 25ª edição largou em Goiânia (Goiás) no dia 20, passou pelo Mato Grosso e terminou em Mato Grosso do Sul no dia 26, foram quase 2.000 quilômetros de trechos cronometrados, divididos em sete etapas e participaram 161 veículos (motos, quadriciclos, UTVs e carros) e 280 competidores. Mas informações sobre resultados no www.sertoes.com
A equipe Bianchini Rally pratica a compensação e a neutralização de carbono, por meio da Iniciativa Verde, que concedeu pelo nono consecutivo o selo Carbon Free. É a pioneira a ter o selo no grid do Rally dos Sertões. Nasceu em 2005, quando Fabrício Bianchini decidiu montar a sua própria equipe que tem sede em Alphaville, Barueri/SP. Dois anos depois, com patrocínio do Grupo Infinity Bio Energy, juntamente com o piloto Marcos Finato, desenvolveram as primeiras motos de rali movidas a álcool no Brasil.
Pioneira com o projeto tornou-se a primeira equipe Carbon Free do grid. Entre 2007 e 2010 se chamou Infinity Rally Team, mas a partir de 2012, passou a adotar o nome Bianchini Rally. Nas edições de 2007 e 2008 foi premiada como Melhor Equipe do Rally dos Sertões. Pela tradição e profissionalismo conquistados, o time trabalha com pilotos campeões do segmento duas rodas no Rally dos Sertões, Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country e Baja.
Entre 2013 e 2016, a equipe disputou com duas duplas a Mitsubishi Cup. E marcando um novo ciclo, no ano passado, Bianchini estreou no Rally dos Sertões com piloto nos carros. Neste ano mais uma novidade, Bianchini e Finato estrearam nas provas de Rally de Velocidade, sendo que em maio, Bianchini disputou o Rally Erechim. Mais informações no site bianchinirally.com.br.
Fotos: Marcelo Maragni, Doni Castilho, Victor Eleuterio e Magnus Torquato (Fotop)/ Bianchini Rally
Fonte:
Equipe MOTO.com.br
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