Leandro Alvares
A rodada dupla da Husqvarna Cup, disputada no último fim de semana em Piracicaba (SP), contou com a participação de uma lenda viva das provas off-road, que encantou o público presente ao mostrar que os 14 anos longe das pistas não o deixaram enferrujado.
Gene Fireball, norte-americano detentor de um currículo respeitável em competições nos Estados Unidos, Europa e Brasil, foi o mais recente convidado do MOTO.com.br para ser o companheiro do colunista Claudio Teixeira na antepenúltima e penúltima etapas do torneio promovido pelo Grupo Izzo.
Em uma experiência inédita em sua carreira, afinal jamais havia andado de Supermotard, o “gringo abrasileirado” impressionou ao demonstrar um forte ritmo já nos treinos e, principalmente, pelo quinto lugar obtido na corrida do domingo.
“Foi uma sensação maravilhosa correr nesta categoria da Husqvarna. Esforcei-me ao máximo, cansei bastante, pois usei um macacão cerca de dois números menor que o meu tamanho, mas fiquei muito feliz com os resultados”, afirmou o veterano de 44 anos, que há quase duas décadas e meia dedica-se ao mundo dos rodeios.
“Desde o tempo em que vivi nos EUA, tinha uma forte ligação com o country, mas foi aqui no Brasil que eu me entreguei de vez a essa paixão. Depois de muitas vitórias e títulos, abandonei as corridas para cantar e viver das festas de peão. Porém, levei a moto comigo para fazer apresentações”, contou Fireball, cuja carreira no motociclismo teve início aos 14 anos.
“Comecei a correr de Motocross e Supercross em meu país. Aos 19, fui para a Europa, onde fiquei por dois anos até me mudar para o Brasil. Por aqui, fiz parte da equipe Hollywood e alcancei ótimas conquistas, como o Campeonato Supercross de Praia. Quando percebi, já estava enraizado nesta nação, permanecendo nela até hoje”, destacou o piloto, que por três anos correu também de Fórmula Truck.
Sobre o retorno às pistas, Fireball disse que não pensou duas vezes ao aceitar o convite do “Canal da Moto”. “Quando o Claudio Teixeira me ligou, eu respondi na hora: ‘Vamos que vamos. Loucura é comigo mesmo’”.
Na primeira corrida, disputada no sábado, Gene ocupava o quinto lugar quando sofreu uma queda. “Senti que dava para ultrapassar o quarto colocado, mas acabei perdendo a traseira da moto. Quando me levantei, vi que já não tinha mais chance de me recuperar e, por isso, optei por poupar energias para a etapa de domingo”, relatou.
“No dia seguinte, todo mundo estava andando mais rápido. Para complicar, fiz uma largada ruim e caí para 12º. Contudo, tinha em mente que eu precisava de um bom resultado. Ao menos vencer o meu companheiro de equipe para garantir o emprego”, brincou.
A determinação garantiu a Fireball o quinto degrau do pódio e a sensação do dever parcialmente cumprido. “Se eu correr de novo na Husqvarna Cup, farei de tudo — e sinto que é possível — para chegar entre os três primeiros”, apostou.
“Essa foi uma experiência inesquecível para mim, na qual reencontrei velhos amigos, fui muito bem tratado e não tive pressões para conseguir um bom resultado. Essa foi uma cobrança pessoal”, ressaltou Fireball, que terminou esta entrevista com uma revelação exclusiva.
“Tenho planos de voltar a correr em 2008. Talvez de Supermotard ou no Arena Cross. Quero colecionar mais alguns prêmios”, completou um dos pioneiros do motocross brasileiro.
Equipe MOTO.com.br
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