Off-Road
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As competições off-road deste ano estão aquecidas. Na Europa, o MXGP e Enduro GP continuam com o nível técnico e organização excepcional mas parecem distantes da maioria dos espectadores brasileiros que se identificam com o esporte.
Apesar de a organização sempre postar vídeos highlights nos canais do YouTube, a emoção da corrida dificilmente acompanhamos.
O MOTO.com.br entendeu a necessidade do brasileiro e traz a série de matérias que leva aos leitores e espectadores apaixonados por off-road o que acontece de melhor na modalidade no Brasil.
Postaremos as matérias até sábado, dia em que inicia a 3ª etapa do Campeonato Brasileiro de Enduro FIM, na cidade de Campos do Jordão (SP).
Entrevistamos o piloto da MXF Team, Vitor Borges (25), da categoria E4 Pro. Borges é multicampeão do off-road brasileiro. Ele fala para o público sobre o dia a dia de um piloto nas competições de Enduro Brasileiro.
O tema de hoje é sobre sua equipe, da qual Vitor considera a base para o sucesso nas pistas.
As equipes do Campeonato Brasileiro de Enduro FIM são consideradas indispensáveis para o sucesso do piloto.
Eles percorrem o trajeto e estudam cada trecho a partir de mapas e bússolas. Demarcam cada parte do caminho com maior periculosidade e os quais a aceleração agressiva é liberada e trechos com formação de 'facão'.
Todas as equipes são compostas também por mecânicos especialistas em motos off-road.
Um piloto sem equipe pode conseguir bons resultados, mas estar integrado em uma é a melhor chance para sucesso na competição.
MOTO.com.br: Como alguém consegue acesso à competição como piloto? Ele é convidado por uma equipe, montadora ou concessionária? Se ele é desconhecido, como chegar?
Vitor Borges: A competição é aberta a qualquer um que se interesse em participar, basta fazer a inscrição e se divertir! Mas conseguir uma vaga em uma equipe já não é fácil, precisa ter bons resultados, uma boa divulgação e estar envolvido no campeonato.
MOTO.com.br: E no teu caso, que já possuía uma carreira sólida, como chegou à MXF?
Vitor Borges: No meu caso, ano passado corri algumas etapas a bordo de uma CRF 230 e consegui bons resultados, aí vejo a conversa com meu chefe de equipe, Luís, para fazer parte do Team MXF neste ano.
MOTO.com.br: Você já competiu em Mundial de Enduro em Portugal, não é? Qual a maior diferença das pistas europeias com as brasileiras?
Vitor Borges: Com certeza o nível técnico das pistas estrangeiras é o grande diferencial, exigindo uma pilotagem mais avançada do piloto, além de um preparo físico em dia.
MOTO.com.br: Qual a principal diferença entre as categorias, e qual você recomenda para um iniciante?
Vitor Borges: No campeonato brasileiro tem várias categorias, desde as principais e profissionais, separadas por cilindrada das motos, categorias por idade e também a categoria de base, que é a Amador, que eu aconselho a quem nunca correu, iniciar por ela!
MOTO.com.br: O que prevê para esta etapa de Campos de Jordão, em comparação à pista de Nova Bréscia?
Vitor Borges: Espero que seja uma etapa com menos barro (risos), a etapa de Nova Bréscia foi muito complicada pelo terreno bem escorregadio e pela chuva que não deu trégua durante todo o final de semana... as expectativas para a etapa de Campos do Jordão são boas, vamos torcer para estar um tempo bom, sem chuva.
MOTO.com.br: Voltando para as equipes, como acontece a comunicação durante a prova?
Vitor Borges: Durante a prova temos o apoio do nosso chefe de equipe em todas especiais, e também de um mecânico na área dos boxes, entre uma volta e outra. Desde já agradeço a minha equipe pelo trabalho feito.
MOTO.com.br: Se a moto quebrar, tem que abandonar a prova ou você mesmo consegue consertar? Se você não consertar, a sua equipe vai até o local?
Vitor Borges: Dependendo do problema consigo resolver sim, por levar uma pochete com algumas ferramentas, mas se for complicado, tenho que ir até a área de box (padock) para solucionar junto a um mecânico.
MOTO.com.br: Como é o processo de formação de uma equipe e qual a peça (pessoa) indispensável em uma (além de um mecânico)?
Vitor Borges: Requer investimento de uma marca grande, que acredite e invista na equipe. É indispensável uma pessoa responsável por “fazer as coisas acontecerem”, e essa pessoa é o chefe de equipe.
Amanhã postaremos a matéria #3, na qual o tema será ‘moto’: quais as principais transformações uma moto de competição precisa ter para bom desempenho nas pistas.