Honda Pop 100 na Serra da Canastra

Modelo equipado com pneus biscoitos encarou uma aventura ideal para motos grandes.

Por Leandro Alvares

Eduardo Caldas

Tudo começou quando meus amigos Marcelo, Elias, Dudinha, Dú Mendes e Rafa marcaram mais uma viagem para a Serra da Canastra (MG). No entanto, eu estava sem moto apropriada para acompanhá-los, mas a vontade de curtir uma trilha era tanto que pensei num desafio: colocar pneus biscoitos na minha Honda Pop 100 e verificar a performance da maquininha na terra.

Imaginei a dificuldade em encontrar os pneus na medida correta quando, sem compromisso, passando em uma loja de motos em Ribeirão Preto, perguntei ao vendedor sob pneus biscoitos nas medidas da Pop 100 e o mesmo em dois minutos colocou-os no balcão.

Não tive dúvida. Comprei e instalei, mas o traseiro estava pegando no suporte (vareta) do freio traseiro, restrição fácil de ser resolvida pelo meu irmão, Comandante Napa, que alongou um dos parafusos e resolveu o problema. Ficou muito engraçado, fato inédito para nós, uma Popzinha com biscoito, mas ficou muito lindinha.

Popzinha na caçamba, eu e o Rafa partimos rumo a Serra. O resto da turma já estava lá, quando chegamos, a curiosidade era grande. Os amigos estavam jogando uma partida de sinuca na balsa, mas logo já rodearam a Pop para observar o fato inédito para eles. Fotos, piadas e muita risada.

Sábado, dia 18 de outubro, tomamos café da manhã, vestimos os equipamentos e saímos para o posto para abastecer, calibrar pneus e seguir em direção à cachoeira do ouro, com parada na cachoeira da Maria.

Foi realmente muito engraçado a Popzinha saindo no meio das WR´s 450, quadricíclo Raptor 450, Tornado e XR 200. Durante os primeiros 5 km de estrada batida, achei que os pneus estavam muito cheios e baixei um pouco a pressão. O traseiro ficou ótimo, mas o dianteiro ficou um pouco abaixo do esperado.

Para as curvas ficou excelente, mas para as pedras e buracos grandes foi um pouco complicado, mas a maioria do percurso era estradão, então deu para administrar legal.

Durante o percurso a galera não acreditava na velocidade da pequena moto, que andava muito bem. Devido a pouca potência e o atrito dos pneus biscoitos, porém, nas subidas ela sofria muito. Pedia segunda marcha sempre, mas em geral, no estradão depois que ela embalava dava para curtir bastante.

Quando chegamos ao rio da cachoeira da Maria, as WR´s, Raptor, Tornado e XR atravessaram numa boa, mas a Popzinha foi no braço mesmo. Na volta, o Marcelão até arriscou um paredão, mas a terra estava muito fofa e a potência do motor também não ajudava, além do excesso de peso do piloto, é claro.

Eu também durante o percurso até a Cachoeira do Ouro arrisquei um paredãozinho, e a Pop surpreendeu, subiu e desceu algumas vezes. Na chegada ao nosso destino, mais sucesso. Lá só tinha as grandes: Gas Gas, CR, entre outras, quando aparece a brava Popzinha com biscoito. Só ouvia os comentários: “Olha lá a Pop com biscoito!”. Teve um cara de São Paulo que até falou que vai colocar pneus na dele também.

Na volta, devidamente alimentados e abençoados pelo visual que a Serra nos proporciona, estávamos preparados para encarar os 34 km finais. Novamente a Pop se mostrou uma mini-guerreira, viemos numa velocidade bem razoável, enfrentando as curvas de mão cheia, sempre chegando no limite do equipamento.

Perto de Delfinópolis, chegamos à fatídica “trilha da chegadinha”, onde só o Marcelão, Dú Mendes e Rafa encararam. Eu, o Elias e o Dudinha com muito acerto pegamos o caminho de volta e às 18h já estávamos sentadinhos no boteco tomando uma geladinha, onde ficamos um bom tempo esperando o resto da turma que ficou para trás, com muita estória pra contar.

Além dessa grande aventura da Popzinha, encarando os caminhos off-road da Serra da Canastra, com até alguns pontos de certo grau de dificuldade, fica como uma grande mensagem para todos nós que, com criatividade, humildade e companheirismo, podemos alcançar e realizar muitas coisas legais e difíceis que parecem impossíveis para alguns.

Alguns dados da trilha
Hodômetro da viagem: 75,4 km
Tempo de deslocamento: 2h20min
Tempo parado: 6h15min
Deslocamento médio: 33,6 km/h
Velocidade máxima: 74,80 km/h

O “motonauta” Eduardo Caldas participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.


Fonte:
Moto Repórter

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