Histórico MX das Nações para o Brasil

Na Inglaterra, trio da Honda garante um inédito 14º lugar para o país. Estados Unidos vencem.

Por Leandro Alvares

O Brasil fez história neste domingo durante a disputa do Motocross das Nações. No circuito inglês de Donington Park, a nação verde-amarela conquistou a vitória na Bateria B, que disponibilizou apenas uma vaga para a fase final do evento, e assegurou o 14º lugar na classificação geral, superando a 16ª posição obtida no ano passado.

A seleção brasileira foi representada por Antonio Jorge Balbi Júnior (categoria Open), Leandro Silva (MX1) e Wellington Garcia (MX2). O evento, considerado a Copa do Mundo da modalidade, recebeu a elite do motocross dividida em 35 países, com um público de 60 mil pessoas. A vitória, conforme as expectativas, ficou com a equipe dos Estados Unidos.

Wilson Yasuda, chefe da delegação nacional e gerente de competições da Honda do Brasil, ficou extremamente satisfeito com o resultado. “Tivemos um dia difícil e todos — pilotos, mecânicos e staff — trabalharam muito bem. Chegamos na fase final com o objetivo de melhorar a classificação do ano passado e atingimos um resultado melhor ainda”, comemorou.

“Isso tudo demonstra que o Brasil tem condições de correr com todos esses países em uma competição tão importante. Somos uma equipe poderosa e determinada. Tenho certeza de que este resultado vai abrir novos horizontes para o motociclismo nacional”, apostou Yasuda.

O mineiro Balbi, que emplacou o melhor desempenho do Brasil nas finais com uma 12ª colocação, parabenizou a equipe. “Fiz o meu melhor resultado individual e estou muito feliz. Parabéns a todo o time do Brasil e a Honda, que acreditou no grupo. Nós conseguimos retribuir na pista e já vamos começar a pensar no ano que vem. Agora temos que continuar ‘descendo a serra’”,disse o piloto, com bom humor.

O paranaense Leandro Silva ressaltou a superação do time. “Não nos classificamos no sábado, mas levantamos a cabeça e viemos com toda a motivação para as baterias do domingo. Foi um aprendizado a cada corrida, e acabou dando tudo certo”.

Wellington Garcia, de Goiás, completou: “Foi muito positivo, bem melhor que o ano passado. Apesar da equipe não ter dependido de mim para classificar e eu não estar me sentindo bem nas provas, todos nós evoluímos neste intervalo de um ano”.

Assim como em 2007, o caminho até a fase final foi pela trajetória mais árdua. Os brasileiros não se classificaram entre os 19 nas corridas qualificatórias e tiveram de buscar a única vaga disponível na chamada Bateria B.

A repescagem, marcada por frio e chuva fina e intensa, teve os pilotos das três categorias de cada país concorrente à vaga correndo juntos. Os adversários do Brasil na Bateria B foram Irlanda, Rússia, Suécia, República Checa, Portugal, Eslovênia, Eslováquia, Venezuela, Lituânia, Noruega, Islândia e Mongólia.

Balbi e Leandro Silva fizeram uma boa largada e iniciaram a prova em primeiro e terceiro lugares, respectivamente. Wellington Garcia, de Goiás, ficou para trás e caiu logo nas primeiras voltas. Silva chegou a assumir o terceiro lugar, mas acabou cedendo à pressão do russo Evgeny Bobryshev aos seis minutos de corrida. Balbi continuou ditando o ritmo da prova, sempre acompanhado de perto pelo irlandês Martin Barr.

A chuva deixou o terreno fofo bastante escorregadio, e os pilotos precisaram de muito controle para não deixar a roda escapar. Aos 25 minutos, Balbi perdeu a liderança para Bobryshev, que já havia ultrapassado Barr. Porém, nos minutos finais, Balbi caiu em uma funda valeta e quase viu o sonho da classificação ir por água abaixo ao voltar à prova na oitava colocação. Leandro Silva seguiu em quarto lugar, atrás de Martin Zerava, da República Checa.

Enquanto Bobryshev e Barr duelavam pela primeira posição da corrida, Balbi ia ganhando posições, mostrando bastante plasticidade nos saltos com as suas “entortadas”. O mineiro fechou a prova na quarta colocação, seguido por Leandro Silva. Os dois pilotos já eram aguardados por Wellington Garcia a poucos metros da chegada, e a comemoração foi bastante intensa na pista enquanto eram saudados pela torcida. O resultado de Wellington, a 21ª posição, foi descartado.

O Brasil não teve muito tempo para festejar, já que precisou voltar à pista apenas 2h08min após o término da Bateria B para disputar as finais. Cada piloto enfrentou mais duas baterias exaustivas, as quais mesclaram duas classes, em um terreno bastante pesado.

No final, a combinação de resultados garantiu o feito histórico para o Team Honda. Balbi teve o melhor desempenho individual, com um 12º e um 19º lugares. Leandro Silva ficou em 25º e em 26º, sendo que Wellington Garcia fez um 31º e um 33º.

No ano passado, em Budds Creek, circuito norte-americano, o Brasil também teve de buscar na repescagem a então inédita vaga para a final do Motocross das Nações. Com o mesmo trio de pilotos, o elenco nacional conquistou a 16ª posição, sendo que os campeões foram os Estados Unidos.

Com James Stewart, Ryan Villopoto e Tim Ferry, o elenco norte-americano conquistou novamente a taça em 2008.

Classificação final do MX das Nações 2008:
1) Estados Unidos (James Stewart, Ryan Villopoto e Tim Ferry)
2) França (Sebastien Pourcel, Nicolas Aubin e Anthony Boissiere)
3) Bélgica (Steve Ramon, Ken de Dycker e Jeremy Van Horebee k)
4) Inglaterra (Tommy Searle, Billy Mackenzie e Shaun Simpson)
5) Itália (David Philippaerts, Alex Salvini e Manuel Monni)
6) Austrália (Michael Byrne, Chad Reed e Brett Metcalfe)
7) Espanha (Jonathan Barragan, Carlos Campano e Alvaro Lozano)
8) Nova Zelândia (Cody Cooper, Joshua Coppins e Scott Columb)
9) Suíça (Julien Bill, Arnaud Tonus e Gregory Wicht)
10) Alemanha Maximilian Nagl, Daniel Siegl e Manuel Chittaro)
14) Brasil (Balbi Júnior, Leandro Silva e Wellington Garcia)


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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