CONVERSA COM FELIPE ZANOL

Tetracampeão Brasileiro de Enduro fala da carreira e dos planos para 2007.

Por Leandro Alvares

Nas horas vagas, ele é uma pessoa caseira, bastante ligada à família. Gosta de vários tipos de música, é adepto à caminhada, pedaladas e ao bom futebol. Na profissão, vive a adrenalina da velocidade e das disputas off-road travadas no mundo das motocicletas. É jovem, é campeão; na verdade tetracampeão Brasileiro de Enduro.

Aos 25 anos, Felipe Augusto Miranda Zanol carrega um currículo recheado de conquistas. Em entrevista ao MOTO.com.br, o mineiro de Belo Horizonte falou sobre sua carreira, das dificuldades enfrentadas para alcançar as proezas e de muitos outros assuntos, como os planos para 2007.

Sua trajetória no motociclismo teve influência do pai, Jacyr. “Ele sempre gostou de fazer trilhas, então eu absorvi essa paixão”, contou Felipe. “Comecei a andar de moto aos 14 anos, com uma DT 180cc 1986. Minha primeira corrida foi em 1995, numa prova da Copa de Enduro de Regularidade. Pilotei uma KDX 200cc e terminei em sexto lugar. No ano seguinte eu disputei a temporada completa e faturei o título da categoria estreante”.

Desde então, o competidor passou a angariar prêmios. Campeonato Mineiro de Enduro, Copa Mineira Cross Country, Enduro da Independência, e os torneios Brasileiros — tanto de Cross Country como de Enduro — são alguns dos feitos encontrados em seu portfólio. De todos esses, o mais difícil na opinião do colecionador de troféus foi o alcançado em 2003.

“Naquele ano eu conquistei o meu primeiro título Brasileiro de Enduro. Ganhei num momento muito bom, pois precisava mostrar meu potencial para conseguir novos patrocínios e manter os que já possuía. Neste esporte, isso é fundamental”, destacou o piloto, que havia estreado na categoria nacional no ano 2000.

Em 2006, Zanol levou o tetra após vencer oito das 12 etapas realizadas. Facilidade para a confirmação do êxito? “Não diria isso. O campeonato foi muito disputado. A prova está no fato da decisão ter acontecido somente na última corrida. Quanto mais você vence, mais pessoas querem destroná-lo. Por isso estou muito feliz, pois vencemos após um ano de muito trabalho e adversidades”, respondeu.

Todo piloto tem sempre uma “pedra em seu caminho”. Para Zanol, seu algoz neste ano foi o mineiro Nielsen Bueno. “Ele é o meu principal adversário. Duelamos no Brasileiro e agora pelo título do CNCC Series. Mas há outros pilotos muito bons, que prometem dar trabalho nos próximos anos. É o caso do Sérgio Henrique Klaumann, um garoto de forte potencial”, elogiou Felipe.

Além de já fazer planos para conquistar o pentacampeonato consecutivo de Enduro, Zanol cogita a possibilidade de competir no exterior em 2007. “Quero mais desafios e gostaria de disputar algumas etapas do torneio mundial. Além disso, quero a medalha de ouro no próximo Six Days”, avisou, referindo-se ao tradicional evento que reúne os melhores pilotos de Enduro do mundo para uma competição de seis dias.

“Fui três vezes medalha de prata. Está faltando o topo do pódio, e eu vou atrás disso lá no Chile, local em que acontecerá a próxima edição”, acrescentou.

Quanto ao maior sonho na profissão, Zanol deixou muito claro o que almeja. “Ser competitivo no Mundial de Enduro. Falta muito, mas eu acredito que tenho condições de andar forte entre os melhores do planeta. Sobre título eu já não sei o que dizer, mas é óbvio que eu farei de tudo para conquistá-lo, no dia em que eu participar do torneio”.

Fora da moto, Zanol é uma pessoa como outra qualquer. “Eu gosto de ficar em casa, curtir a família e a namorada. Fico muito tempo longe do lar, então quando estou de folga prefiro o sossego para descansar. Mas é claro que também encontro os amigos para colocar a conversa em dia e bater uma bola de vez em quando”, finalizou.

Curiosidades:

Ídolos: Ricky Carmichael e Stefan Merriman.

Música: Sou bastante eclético. Gosto um pouco de tudo.

Filmes: Prefiro os de ação. “Missão Impossível” é um dos meus prediletos.

Apoio: Da família. Meu pai me acompanha em todas as provas e minha mãe sempre me dá muita força.

Satisfação: Com a parceria feita com a Gas Gas. Muita gente não acreditava que iríamos vencer logo no primeiro ano juntos, mas provamos o contrário. A equipe me disponibilizou um bom equipamento e eu fiz a minha parte nas provas.

Aposentadoria: Quero correr enquanto eu estiver competitivo. Acho que até os 35 anos dá para andar.

Mensagem: Quem sonha em vencer no esporte precisa de muita determinação e dedicação. Um dia você chega lá. O importante é nunca desistir.

Currículo:
- Tetracampeão Brasileiro de Enduro: 2003, 2004, 2005 e 2006 (Categoria B e Geral)
- Campeão Brasileiro de Cross Country: 2003 (250cc)
- Tetracampeão Mineiro de Cross Country: 2001, 2002, 2003 e 2004 (Pro)
- Bicampeão Mineiro de Enduro: 2003 e 2004 (B e Geral)
- Campeão Copa TCMG de Cross Country: 1999 (Enduro)
- Campeão do Enduro da Independência: 2003 (Velocidade)
- Pentacampeão da Copa TCMG de Cross Country: 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004 (Pro)
- Campeão Mineiro de Enduro: 1999 (Categoria 125cc)
- Campeão Copa Estreante de Enduro de Regularidade: 1996 (Estreante)
- Campeão Copa Estreante de Enduro Regularidade: 1997 (Novato)
- Medalha de Prata: Six Days 2001 (França), 2002 (República Tcheca) e 2003 (Brasil)

Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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