Teresina e seu calor receberam pilotos de todo o nordeste para a sexta edição do Brasil Nordeste de Regularidade. Foram dois dias de prova, nos últimos 13 e 14 de outubro, nos quais o calor e as serras da região trouxeram bons momentos de aventura e adrenalina para os participantes.
O presidente da FMP (Federação de Motociclismo do Piauí), Paulo Melo, foi o diretor do evento e responsável pelo levante do percurso — quem o ajudou neste trabalho foi o piloto Thiago Parente. A CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo) foi quem supervisionou a corrida.
Tudo começou ainda no feriado do dia 12, com a confirmação de inscrições, briefing e entrega do material de prova e últimos ajustes nas máquinas. Acima de tudo, foi uma grande confraternização entre os 46 competidores que se inscreveram, representando os Estados do Ceará, Maranhão, Pernambuco, Bahia e Piauí.
Os detalhes do Brasil Nordeste foram transcritos minuciosamente pelos organizadores e são agora repassados aos amantes do mundo das duas rodas:
Relato do 1º dia : Os pilotos largaram em Teresina e seguiram em direção ao município de Altos, onde se concentram as melhores trilhas da região. Antes de partirem para os 157km de trilha do dia, o Posto São Raimundo, local da largada, ofereceu um farto café da manhã para que todos tivessem energia suficiente para as mais de seis horas de atividades programadas.
Logo no início, um laço, ou balaio como chamam os baianos, testou a navegação dos participantes e o que se constatou era que muitos não estavam ainda “quentes” para a prova, pois cerca de dez corredores não passaram no PC (Ponto de Checagem) de forma correta.
Em seguida, o comboio passou pela trilha do Túnel do Tempo, do Chaguinha, estrada do Boi, estrada do assentamento, até chegar à região das serras. A essa altura já eram mais de 10 horas da manhã e o sol já começava a mostrar que estava presente. A primeira serra enfrentada foi a descida do Meio e logo em seguida muita trilha travada até a subida do Collor.
Pelas dificuldades do trecho, os novatos tiveram de seguir um caminho diferente. As serras, portanto, estavam esperando os marters e seniors. Depois desse desafio, um pouco de estradinha para todo mundo recuperar o fôlego. Novamente uma descida, a do São Benedito, e após ela mais uma pegadinha: em vez de subir o Estradão do Moleza, os pilotos deveriam subir por uma vereda que segue ao lado do estradão dentro da mata fechada, uma subida sem grandes batentes, mas muito íngreme e cheia de cotovelos.
Muitos passaram direto, e o que se viu foi uma verdadeira confusão; era moto para todas as direções imagináveis. Quem pensava que o sufoco tinha acabado não acreditou no que ainda vinha pela frente: a descida do Cedro, uma serra toda de pedra, com batentes de cerca de dois metros e completamente a céu aberto, sem nenhuma sombrinha para quem quisesse descansar. Na verdade, isso era apenas o inicio de mais um laço preparado pelos levantadores.
Após descer o Cedro, os pilotos seguiram para uma subida logo ao lado, a do Barro Vermelho, que terminou onde começava novamente a descida do Cedro. Então, os competidores voltaram a descer e seguiram para o bar do Chico para o principal neutralizado da prova.
Saindo do bar do Chico, a descida do King passou a ser o destino. Muitas erosões esperavam as feras, logo após muita trilha até a subida do Pombo. O sol estava escaldante e muitos pilotos exaustos. Após a subida do Pombo, a trilha seguiu novamente rumo a Teresina, onde se encerraria o primeiro dia. Chegando lá, um descanso de duas horas de parque fechado na Churrascaria Alemão +, que serve uma das melhores picanhas de Teresina.
Relato do 2º dia : No sábado, a largada mais uma vez foi realizada no Posto São Raimundo, às 8 horas. Alguns corredores, no entanto. não partiram, pois estavam muito cansados por causa do dia anterior. Só quem teve “sangue no olho” seguiu para mais um dia de desafios.
Dessa vez, um percurso mais light no quesito serras e mais difícil no quesito trilhas e laços. O destino era Altos, e muita trilhinha levou os pilotos até a primeira serra, a subida da Madalena. Após essa serrinha, mais trilhinha até a cidade de Altos, onde o principal neutralizado foi realizado no Posto São Raimundo, um dos patrocinadores da prova, mas não antes de mais uma pegadinha: como sábado é dia de feira na cidade, a organização colocou um pequeno deslocamento numa estrada estadual, e ao entrar no município, desviou o roteiro das principais vias por conta da movimentação.
O trecho era navegado e muito pilotos não viram esse detalhe, seguindo como se ainda fosse deslocamento. No meio do caminho, um PC fez muitos caírem na tabela. Depois do neutralizado, mais serra: a Casa do Bill esperava todos para uma descida bem técnica, seguida pela subida do Vale da XT.
Após mais esse desafio, um trecho de estradão com média alta para todos compensarem o calor, e mais uma subida, a XT 600. Na seqüência, mais uma vez os pilotos desceram a Casa do Bill e só aí a prova seguiu o caminho de volta para Teresina. Mas nem tudo foram flores, pois muitas pegadinhas fizeram com que os competidores perdessem mais pontos em seus boletos de passagem.
A chegada aconteceu na Churrascaria Alemão +, e todos comemoraram mais uma etapa vencida. Às 19 horas, ocorreu a entrega dos boletos de passagem dos pilotos e, em seguida, a divulgação do resultado final. Era o fim do Brasil Nordeste de Regularidade 2006.
Confira os resultados:
Master
1) Albert Miura (PI)
2) Marcelo Bombana (PI)
3) Constantino Castro (MA)
Sênior
1) Helandio Onofre (CE)
2) Daniel Lima (BA)
3) Luis Eduardo (PE)
Júnior
1) Ricardo Chaves (CE)
2) Manoel Araújo (PI)
3) Paulo César (PI)
Over
1) Fortes Filho (PI)
2) Olinto Correa (CE)
3) Marden Frota (PI)
Novato
1) Pedro Emilio (PI)
2) Luis Lobão (PI)
3) Bruno Martins (PI)