Balbi vem se destacando nos Estados Unidos

Credibilidade do brasileiro aumenta após o histórico quinto lugar no AMA Motocross.

Por Adilson

O piloto mineiro Antonio Jorge Balbi Jr., que recentemente conseguiu o melhor resultado de um brasileiro na história do AMA Motocross, o 5º lugar em Unadilla (EUA), contou um pouco sobre sua carreira fora do Brasil em uma entrevista veiculada no site oficial da tradicional categoria off-road.
 
Um dos destaques no concorrido campeonato norte-americano, Balbi vem figurando constantemente entre os primeiros colocados, mesmo correndo por uma equipe privada, sem uma grande estrutura de um time oficial de fábrica.

Balbi, o que tem acontecido desde a etapa de Washougal?
Basicamente, eu estou na minha rotina normal, treinando muito. Eu corri o X games, o que gostei de fazer. Deu uma noção de onde eu estou e o que preciso fazer para me preparar para próxima temporada do supercross. Nas próximas semanas eu planejo treinar mais forte para as três últimas provas e terminar bem a temporada.

Eu sei que Southwick e Millville serão provas duras para mim. Além do clima quente, o chão é muito duro, então planejo usar as duas semanas para que eu possa ter uma vantagem sobre os outros pilotos que já estão focando em 2009, ao invés de terminar bem 2008.   
 
Você vem correndo bem por todo o verão, mas em particular, nas últimas corridas tem corrido ainda melhor. A que você atribui isso?
Existem muitos fatores que contribuem para bons resultados na corrida. Tenho trabalhado realmente muito forte com a minha equipe desde o Motocross das Nações 2007. Eu tenho um bom grupo de pessoas ao meu redor, me ajudando e contando com o suporte de uma equipe estabelecida como a Moto XXX. Também tenho trabalhado com um técnico de motocross aqui no nordeste da Califórnia, Kurt Henricksen.
 
O que você está achando do seu desempenho na temporada até agora?
Eu coloquei algumas metas para o Motocross este ano e completei quase todas. Comecei o ano forte em Glen Helen e terminei em 11º com um pequeno erro na segunda bateria que me deixou de fora do top 10. No treino da semana seguinte, eu caí e sofri uma pequena fratura na mão direita. Isso me deixou impossibilitado de treinar por duas semanas e não pude forçar muito nas corridas. Quando terminaram as quatro primeiras provas, houve um intervalo no calendário que me proporcionou voltar aos 100% e completar minha recuperação.
 
Desde a prova de Thunder Valley, onde terminei em 14º, tenho melhorado. Sem dúvida, a minha melhor prova foi em Unadilla. Na primeira bateria eu terminei em oitavo e, na segunda em quarto, o que me deu um Top 5 no geral. Um dos meus objetivos era terminar no topo sempre que possível, e esse top 5 é a realização desta meta.     
 
Quais são as suas metas nessas três últimas provas do AMA?
Com certeza eu quero continuar no top 10, como tenho feito nas últimas duas provas. Como eu disse antes, estou trabalhando tão forte como no começo da temporada e continuo me exigindo mais para as últimas três etapas. Com um pouco de sorte eu posso passar do 12º lugar para talvez 10º no campeonato.
 
Você foi um piloto “realmente” privado (sem equipe) nos últimos anos e fez de tudo para estar numa equipe privada. O que mudou?
Muitas coisas mudaram apesar de ainda não estar recebendo um grande pagamento. Ajuda ter uma equipe por trás de você. Nos anos anteriores eu tinha que coordenar tudo, as motos, a viagem, mecânica, etc. Agora com a Moto XXX ajudando, eu tenho mais tempo para focar nas corridas, treinamento, nutrição e principalmente ter certeza que o corpo e a mente estejam 100% prontos para o dia da corrida.

A química entre mim e o pessoal da equipe tem sido excelente. Nós podemos nos comunicar e deixar a moto pronta, então eu me sinto confortável.  
 
Você é o melhor do Brasil no motocross. Deve ter sido difícil deixar seu país e basicamente começar tudo do zero aqui nos Estados Unidos.
Sem dúvida eu tive um grande sucesso no Brasil. Eu estava correndo por uma equipe de fábrica e tendo uma vida confortável. No entanto, eu sou um competidor e sempre quero ir ao próximo nível. Desde que eu era uma criança eu assistia AMA Motocross na TV e sonhava em algum dia competir lá. Até que chegou a hora de vir para os EUA e começar do nada.

Nos últimos três anos eu sinto que tenho evoluído bastante. Eu posso dizer que sou um cara de sorte. Consegui crescer no Brasil e pilotar motocross, mas não foi fácil para mim e para minha família. Minha família fez muito sacrifício para que pudesse correr e tentar ganhar. Então quando eu cheguei nos EUA eu estava pronto para lutar e dar o melhor de mim.      

Quando o AMA acabar, quais são seus planos?
Há alguns compromissos de correr no Brasil, porque tenho empresas que me ajudaram a competir esse ano e agora é minha vez de dar um retorno a elas. Fui selecionado mais uma vez para correr o Motocross das Nações na equipe brasileira e estou realmente ansioso para essa competição. Depois disso, meu foco estará no AMA Supercross 2009! Eu talvez corra o US Open, mas não tenho nada decidido ainda.     
 
Ainda falando de 2009, você já fechou com alguma equipe?
Com certeza eu gostaria de ficar com a MOTO XXX. Allan (Brown, chefe da equipe) disse que me quer lá também. O grande problema é que a economia dos Estados Unidos está muito difícil e ele não pode prometer nada ainda. Eu tenho conversado com outras equipes para ver as possibilidades. É o meu objetivo principal competir nos EUA pelo menos mais um ano.
 
Últimos comentários sobre a sua temporada e a quem você queira agradecer.
Primeiro eu queria agradecer a minha equipe e todos os patrocinadores que nos fizeram ir tão longe. Eu gostaria de agradecer principalmente ao meu mecânico, Max, ao Allan Brown, meu chefe de equipe, ao Ronnie da Race Tech e todas as pessoas que fazem parte dessa equipe. Além de todos os patrocínios da Equipe Moto XXX, eu gostaria de agradecer a Silva Mattos, a Mr. Pro, L´acqua di Fiori e Zoolo.
 


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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