MotoGP
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Um casamento que começou errado e tem um fim prematuro: Johann Zarco, contratado pela KTM para esta e a próxima temporada, deixa a equipe no final de 2019, um ano antes do fim do contrato.
O francês, bicampeão da Moto2 em 2015 e 2016, subiu para a MotoGP em 2017 com a Tech3, ainda de Yamaha, e ficou por lá no ano seguinte. Nas duas temporadas, Zarco teve em mãos uma M1 defasada, mas que ainda assim era uma das motos mais equilibradas do grid. Com isso, o piloto obteve bons resultados, o que atraiu a cúpula da KTM.
Ao chegar na equipe austríaca, porém, Zarco encontrou na RC16 uma moto mais bruta e teve dificuldades para se adaptar, enquanto Pol Espargaró conquistava bons resultados. O desempenho abaixo do esperado e críticas públicas à moto - que o levou a se desculpar publicamente a pedido da cúpula da KTM - deterioraram um relacionamento que começou errado.
Ainda em 2017, o ex-empresário de Zarco, Laurent Fellon, assinou com a KTM. O que o piloto não sabia é que a Honda, ao decidir pela saída de Dani Pedrosa, queria Zarco como companheiro de Marc Márquez. O acerto não foi possível porque Fellon já havia feito o acordo com a KTM. Ao descobrir, Zarco demitiu Fallon.
O que fica agora é a dúvida sobre o que Zarco vai fazer em 2020, já que praticamente todas as vagas do grid já estão preenchidas. Ainda não se sabe também quem ocupará a vaga deixada pelo francês na KTM.
Jorge Lorenzo bem que tentou voltar a pilotar uma Ducati em 2020, mas vai cumprir o acordo assinado com a Honda e permanecer na equipe na próxima temporada. O espanhol, que enfrenta dificuldades de adaptação com a RC213V em um cenário semelhante ao de Zarco na KTM, tentou cavar uma vaga na Pramac Ducati, mas segue como companheiro de Marc Márquez no ano que vem.
Jack Miller, que seria o preterido no caso da contratação de Lorenzo, agora tem caminho livre para confirmar a permanência na Pramac, algo que o piloto e a equipe desejavam desde o início - a ida de Lorenzo ao time era um desejo de Gigi Dall'Igna, que trabalhou com o piloto nas categorias de base e era um dos defensores do espanhol em 2017 e 2018, quando trabalharam juntos no time de Borgo Panigale.
Miller chegou a ser procurado até pela KTM, que já estava encerrando o vínculo com Zarco, mas sempre disse publicamente que o objetivo era permanecer pilotando uma Desmosedici.