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MotoGP

MotoGP Japão: Terra onde não é preciso vencer para ganhar

13 de October de 2014

Giglio Val

Assim foi a corrida de Motegi, no Japão.

Ao chegar em segundo lugar Marc Marquez sagrou-se bicampeão mundial levando o caneco este ano faltando 3 corridas para o fim da temporada.

A primeira grande surpresa do fim de semana foi a pole de Dovi! Uma prova irrefutável de que a Ducati já esta próxima do nível necessário para ganhar corridas. O trabalho que o italiano está fazendo pelos lados de Bologna é muito bom.

Marc saiu em 4º no grid, e sabia que se vencesse não precisaria de mais nada para ser o campeão, mas dependendo de quem e onde chegasse, poderia chegar mais para trás obtendo o título. Era uma corrida para se pilotar no “modo segurança”, se é que para ele existe isso!

Na largada, as Yamaha pulam adiante, com Rossi adiante de Lorenzo, ambos em boa fase... seguidos de Dovi , Iannone e Marc Marquez, que fez mais uma largada sofrível.

Rossi parecia muito sólido e nas primeiras voltas dava pinta que poderia ganhar... chegou a abrir um pouco de Lorenzo, assim como Dovi parecia que os poderia acompanhar por mais tempo que o de costume . Dovi quase passa Lorenzo, que se mostrava muito forte, e não iria deixar o osso escapar.

Lorenzo marcou bem o ritmo e começou a se aproximar de Rossi, e ainda no primeiro terço da corrida, passa o colega de equipe, para não mais perder a posição.

Na pista do Japão, o bom gerenciamento dos pneus definiria o destino da classificação, e o campeonato.

Aliás, pneus é algo muito importante nas competições a motor, e muitas vezes são os que decidem uma corrida... Lembro ao leitor que no caso do MotGP, a relação potência versus superfície de contato é muito maior que nas competições a 4 rodas...

Os carros de corrida tem a disposição muito mais superfície de contato com a pista disponível para a transferência da potência do motor, e transformá-la em locomoção...

Os cerca de 260HP de uma moto de ponta do MotoGP tem apenas uma pequena superfície de contato para tal, e claro esta superfície é variável no caso da moto, já que ela muda conforme vai curvando.

A tecnologia, portanto, é brutal na composição destes pneus. Uma complexa composição de borracha, fibras plásticas, resinas e minerais.

É bom lembrar que, atualmente, existem 2 fabricantes que fornecem pneus para o campeonato. A Bridgestone para o MotoGP e a Dunlop para o Moto2 e Moto3.

Retornando a corrida, Iannone, que havia largado bem, e esteve por pouco tempo em 4º, foi ultrapassado por Marc e começou a ficar, mais cedo que seu compatriota Dovizioso.  Iannone terá melhor equipamento no próximo ano para brigar mais na ponta.

Marc começa a buscar Rossi e passa, apesar do italiano dar muito combate, mas sempre com sua tradicional elegância. Mas não deu, Rossi tinha mesmo dificuldade de acompanhar Lorenzo que já abria um pouco, e aí creio, Marc em 2º, virtualmente abrindo 84 pontos de Rossi, já estava com o título na mão. Ele conseguiria alcançar Jorge?... Acho que não, mas nem precisaria arriscar.

Ele tinha sim que manter-se rápido, pois Rossi estava por lá, e o desaparecido Pedrosa também vinha chegando.

Nas últimas 2 voltas, Lorenzo já com a vitória quase garantida, administra, com Marc mais preocupado com o campeonato que qualquer outra coisa, então pra que arriscar?

Final feliz para todos! (mais para Marc!) Lorenzo em grande tocada vence o GP do Japão com méritos, e Marc em segundo é campeão. Aliás, o mais jovem bicampeão da história!

No Moto2, outra surpresa! Luthi vence após um longo inverno (de vitórias), com Viñales em 2º e Rabat em 3º.

Aliás, Viñales vem andando muito bem neste final de temporada.

No Moto3, Granado bate na trave e chega em 16º, sem marcar pontos.

Vamos para Austrália! (será que o pneu aguenta desta vez?)

Giglio Val é engenheiro e administrador de empresas. Fundou o Blog do Giglio (gigliof1.blogspot.com), que trata do mundo das competições. Foi patrocinador principal e manager do piloto brasileiro Danilo Lewis, que correu o Italiano de Stock 600cc Michelin Power Cup em 2011 e o SuperBike no Brasil 2011 e 2012, assim como o WSBK Superstock 1000 em duas etapas em 2012. Destemido, segue em busca de outro talento, e trabalha intensamente no projeto “Brasil no pódio da MotoGP 2015”.

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