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Motovelocidade

Valentino Rossi e Ducati: Sonho realizado

25 de August de 2010

Arthur Caldeira

Em 1972, Giacomo Agostini conquistava seu sétimo título mundial na categoria 500 cc da motovelocidade ao comando de uma MV Agusta. Desde então, nenhuma outra dupla - motocicleta e piloto italianos - sagrou-se campeã mundial na principal categoria do motociclismo. Porém esse tabu pode ser quebrado nas duas próximas temporadas. Ao menos é isso que espera a Ducati ao assinar um contrato de dois anos com o ídolo Valentino Rossi.

A sonhada parceria entre Rossi, o bambino d’oro dos italianos, e a lendária fábrica de Borgo Panigale finalmente se confirmou no último final de semana em Brno, na República Checa. Depois de muitos boatos e anúncios prematuros, a Ducati confirmou o sonho de todo tiffosi (fanático, em italiano): Valentino Rossi, depois de sete anos na Yamaha, vai pilotar a moto da marca italiana nas temporadas 2011 e 2012.

Para entender o que isto significa, é preciso entender que a motovelocidade significa para os italianos mais do que a Formula 1 significou para os brasileiros nos tempos de Ayrton Senna. Afinal, o país da bota é fanático por esportes a motor e ainda mais por motocicletas. A Ducati é praticamente uma instituição italiana e Rossi, mais que um ídolo. Quase um Pelé sobre duas rodas para os torcedores italianos.

Currículo invejável

A expectativa de que a parceria pode quebrar o tabu de 38 anos sem uma vitória de um piloto italiano com uma moto italiana tem sua justificativa no vitorioso currículo de Valentino. Aos 31 anos, o piloto de Urbino tem uma carreira impressionante: são nove títulos mundiais, 104 vitórias em Grandes Prêmios, 59 pole-positions e 83 voltas mais rápidas em 14 anos no Campeonato Mundial de Motovelocidade.

Rossi só não supera a lenda Giacomo Agostini em número de títulos mundiais e em vitórias – Agostini venceu 15 campeonatos e cruzou a linha de chegada em primeiro em 122 GPs. Em resumo, Rossi tem todas as credenciais para realizar o sonho do torcedor mais fanático. Resta saber se a Ducati, que até hoje venceu apenas um campeonato mundial na categoria principal, a atual MotoGP, em 2007 nas mãos de Casey Stoner, vai oferecer ao italiano uma moto italiana a sua altura.

Talvez essa não seja a principal preocupação da Ducati, afinal quando Rossi chegou à Yamaha em 2004 a YZR M1 não passava de uma moto mediana entre tantas outras no grid, como ele frisou em sua carta de despedida, de próprio punho à imprensa. “Agora, depois de tê-la ajudado a crescer e melhorar, vejo o sorriso em seu rosto nos boxes, sendo cortejada e admirada, tratada como a melhor da categoria”, afirmou o piloto referindo-se à M1.

Talvez a Ducati só tenha de se preocupar em escolher um lugar para a estátua de Rossi. Afinal, como brinca um conhecido, que é jornalista italiano especializado em motos: “Se Valentino conquistar um título com a Ducati, mandam fazer uma estátua dele em praça pública”.

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