Um emocionado Sete Gibernau anunciou nesta quarta-feira a sua aposentadoria do cenário das competições sobre duas rodas. O espanhol de 33 anos convocou a imprensa para uma coletiva em Barcelona, na qual explicou as razões que o levaram a encerrar a trajetória de 11 temporadas como um dos protagonistas do Mundial de Motovelocidade.
“Estou saindo no topo. Tenho certeza de que eu não seria feliz se permanecesse só pelo dinheiro, sem estar numa equipe de ponta. Nunca fiz isso e não pensei em agir assim neste momento”, afirmou o duas vezes vice-campeão da MotoGP, que revelou ter recebido propostas de outras escuderias, como Kawasaki e Ilmor.
“Todos esses anos como corredor me renderam uma imensa experiência e ótimos momentos, dos quais nunca esquecerei”, acrescentou o agora ex-competidor. “Eu sempre sonhei em ser campeão do mundo e enfrentei várias situações complicadas ao longo da carreira. No entanto, sinto-me orgulhoso e contente pelas conquistas que alcancei”, enfatizou.
“Venci corridas, liderei o campeonato por diversas vezes, fui segundo da classificação por dois anos seguidos...fiz muito mais do que eu mesmo imaginava”, admitiu Sete. “Quanto ao futuro, ainda não sei exatamente o que irei fazer, mas tenho outros projetos para me concentrar”, finalizou.
Em seu último ano na MotoGP, Gibernau guiou pela equipe oficial da Ducati, com a qual passou por maus bocados. Além de quebras e do desempenho abaixo do esperado em várias etapas, o espanhol foi vítima de dois sérios acidentes.
Em junho, no GP da Catalunha, sofreu fraturas na clavícula esquerda e teve de ser submetido a duas cirurgias. Quatro meses depois, em Portugal, uma nova queda o deixou com fratura na mão esquerda e com danificações numa das placas que haviam sido colocadas em sua clavícula esquerda, no incidente anterior.
De positivo, Gibernau teve a conquista da pole position na etapa Mugello e 18 voltas na liderança. Feitos muito pequenos para equiparar, por exemplo, com a vitória de Troy Bayliss, australiano que o substituiu na última corrida, em Valência.
Entre as boas lembranças que guardará das pistas, Sete terá a façanha de ter sido o maior adversário de Valentino Rossi na MotoGP. Apesar de ter ficado com o vice de 2003 e 2004, o piloto deu muito trabalho para o “Doutor” alcançar os títulos.
Em seu currículo, carimbou nove vitórias, 13 pole positions, 30 pódios e a passagem por quatro montadoras: Ducati, Honda, Suzuki e Yamaha.