A Ducati, marca mais bem sucedida no Mundial de Superbike, ameaça abandonar a categoria de máquinas superesportivas em 2008. O time italiano disse nesta semana que só permanecerá no certame se os dirigentes aprovarem o uso dos motores 1200cc V-twin — o regulamento atual limita os propulsores a 1000 cilindradas.
O motivo da insatisfação está ligado ao mercado de duas rodas, afinal, o modelo 999 utilizado pela equipe no WSBK parou de ser fabricado para o uso nas ruas. A meta agora é levar para o campeonato a versão 1098, empurrada por um “coração” de 1198cc.
“Não dá mais para continuarmos com os motores de 1000cc, e o veto às nossas exigências fogem ao espírito do Superbike, já que paramos de produzir motos desta cilindrada para o uso urbano”, afirmou Claudio Domenicali, chefe da escuderia. “Abandonaremos a categoria se as regras atuais forem mantidas”, ameaçou.
Há 20 anos, o WSBK estabeleceu a proposta de ser uma competição destinada às motos esportivas de rua. Numa comparação com o mundo das quatro rodas, o Mundial de Superbike estaria equiparado às categorias de carros de turismo, assim como a MotoGP está para a Fórmula 1.
“A filosofia maior deste certame é correr com aquilo que você vende para as pessoas, mas não é o que está acontecendo agora”, destacou Domenicali, responsável pelo comando de uma montadora que, em duas décadas no Superbike, conquistou 12 títulos e 254 vitórias.
O protesto-exigência da Ducati foi feito diretamente à FIM (Federação Internacional de Motociclismo). E a equipe, campeã no ano passado com Troy Bayliss, também solicitou que as modificações precisam ser oficializadas em no máximo seis semanas, para que os times tenham tempo de se preparar para a temporada 2008.
A entidade máxima do motociclismo ainda não se pronunciou sobre o caso.