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Motovelocidade

BARATINHA ANALISA CAMPEONATO

17 de November de 2006

Início vencedor, liderança do campeonato, briga direta pelo título, acidente, fratura na clavícula, recuperação e afastamento por duas etapas, retorno positivo, falta de patrocínio, saída de time, ausência em mais duas corridas, convite de outra escuderia, pódio, planos para o futuro.

Assim poderia ser resumida a temporada 2006 do Campeonato Brasileiro de Motovelocidade para Pablo Henrique Martins, o Baratinha, considerado pelos especialistas como um dos melhores pilotos em atividade no motociclismo nacional.

Em entrevista ao MOTO.com.br , o paulista de 26 anos admitiu certo desapontamento com os percalços enfrentados ao longo do certame, afinal de contas considerava este o torneio em que teria maiores condições de conquistar o título na categoria Superbike, para motos de 1000cc.

“Eu iniciei o ano com uma vitória em Interlagos, após boa briga com o Gilson (Scudeler)”, lembrou o então corredor da equipe Suzuki, que na ocasião alcançou o lugar mais alto do pódio por apenas dois milésimos de segundo.

“Depois disso, fomos para a rodada de Santa Cruz, no Rio Grande do Sul, onde cheguei em segundo e permaneci na liderança da classificação, empatado com o Scudeler, que venceu a prova”, recordou Baratinha.

As dificuldades começaram a surgir a partir da terceira corrida do calendário, em Campo Grande (MT), quando um forte acidente nos treinos livres fez Martins fraturar a clavícula. “Esse imprevisto acabou me prejudicando, pois fiquei de fora de duas etapas e vi minhas chances de brigar pelo título ficarem bastante complicadas”, ressaltou.

No retorno às pistas, em Interlagos no mês de agosto, Baratinha pilotou a moto da Suzuki mesmo sem estar 100% recuperado fisicamente e teve como recompensa o segundo lugar, tanto no grid como na corrida. À sua frente, em ambos os momentos, somente o multi-campeão Scudeler.

Quando as coisas pareciam melhorar, contudo, Martins se viu imerso a problemas financeiros, ocasionados pela falta de patrocínio. Tal imprevisto o fez, inclusive, a deixar a escuderia oficial da Suzuki e ficar a pé na sexta e sétima etapas do Brasileiro. “Para correr eu teria de colocar dinheiro do meu bolso, o que infelizmente não puder fazer. Por isso, optei por comunicar a equipe e me ausentar dessas duas corridas”, disse o corredor.

Restava, então, a oitava e última prova do certame, novamente no circuito paulista de Interlagos. Surpreso, Baratinha recebeu e aceitou um convite do Team Scud Petrobras — time de Scudeler — para participar da rodada e mais uma vez alcançou uma posição no pódio, de novo o segundo lugar. A vitória foi conquistada por Pierre Chofard, outro competidor da equipe, que fez a trinca no GP graças à terceira posição de Gilson.

Apesar de contente com o resultado e satisfeito com o desempenho a bordo do equipamento da Honda, Martins salientou que não tem garantias de continuidade na equipe em 2007.

“Adorei a experiência e gostaria de disputar mais corridas com o Team Scud. Só que o meu futuro segue indefinido. Há negociações, é verdade, mas ainda não posso dizer por quem eu vou guiar. Somente destaco que quero continuar correndo”, avisou.

Considerando todos os ocorridos neste ano, Baratinha avalia como bom o quarto lugar obtido na classificação. “Das oito etapas, eu participei de quatro e alcancei uma vitória e três segundos lugares. Se olharmos desta forma, o balanço foi positivo”, analisou.

Sobre o grande desejo na carreira, Martins não titubeou ao revelá-lo. “Quero pilotar uma moto que esteja no mesmo nível da do Gilson e do Pierre. Mostramos, em Interlagos, que, nessas condições, a corrida se torna muito mais acirrada. E, claro, pretendo lutar para ser campeão em 2007”, finalizou.

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