Taxação de Seguros

Confira o segundo artigo de Cesar Cavalcante, diretor da corretora AllRiders.

Por Leandro Alvares

Notei que a publicação do primeiro artigo, no qual falo sobre a figura do corretor de seguros, gerou vários questionamentos sobre o “sistema” de seguros.

A opção por começar descrevendo “o que é” um corretor de seguros deriva da necessidade de passar aos motociclistas/consumidores que somente um profissional preparado pode responder a questões técnicas sobre a matéria.

Antes de falarmos sobre a taxação dos riscos (seguros), devemos entender que uma seguradora é uma “empresa”, que objetiva como qualquer outra dar lucros aos seus acionistas. Sendo assim, ela precisa fazer seus preços de modo a proporcionar rentabilidade ao seu negócio.

A diferença das seguradoras para outros modelos de atividades é que a seguradora não “fabrica” seu produto final, o sinistro.  A seguradora não vende seguros, ela assume riscos dos seus clientes. Ela administra os recursos financeiros oriundos de um grupo, visando cobrir as perdas patrimoniais dos componentes desse mesmo grupo.

Dentre os vários quesitos que compõem a montagem de uma “tarifa de seguros”, o principal é a ocorrência dos sinistros. O “índice” de sinistralidade, que é apurado por modelo do veículo, por região da Federação e até por região local (CEP), é que indica “qual” o preço que será atribuído a cada tipo de risco de uma forma geral. Após isso, se aplica então outras pontuações (positivas ou negativas), franquias, bônus e, finalmente, todas essas já voltadas ao perfil de cada cliente.

Exemplificando o índice de sinistralidade

Podemos imaginar que a seguradora calcula, por métodos estatísticos, quanto de cada R$ 1,00 arrecadado na contratação dos seguros  — prêmio, que é o que o consumidor paga — ela irá gastar com o pagamento de sinistros, de qualquer natureza: colisão, roubo/furto ou terceiros.

A conta “ideal” numa seguradora gira em torno de sessenta centavos,  pois os R$ 0,40 que sobram seriam suficientes para custear sua reserva de sinistros, custos administrativos e lucro.

Desses sessenta centavos para pagamento de sinistros, ela observa quem mais contribuiu para os sinistros (modelos de veículos e perfil do cliente), evitando assim sobretaxar aqueles que menos contribuíram.

Essa contribuição é dividida em freqüência e severidade. A freqüência é a quantidade de ocorrências num período. A severidade, o valor da indenização considerando a média dos riscos assumidos.
 
Daí sai o “preço do seguro” (prêmio), previsto nos softwares de cálculo que as seguradoras disponibilizam aos corretores. Nesses softwares é que o corretor aplica os detalhes do perfil de cada cliente, gerando um custo (prêmio) quase que individual para aquele consumidor.

Nesse perfil individual, os dados que mais pesam (positivamente ou negativamente) são: idade do condutor, estado civil, CEP de pernoite do veículo e se existem eventuais condutores entre 18 e 25 anos.

Obviamente, não podemos esquecer que existem as margens comerciais que cada corretor tem em função da “qualidade” da sua carteira. Essas margens são convertidas em descontos aos clientes, de acordo com a estratégia de cada corretor.

O que apresentamos neste artigo é uma visão geral absolutamente resumida, cujo objetivo é familiarizar o consumidor com o produto seguro.

Abraços e até a próxima.

Para conferir o Artigo 1, clique aqui.

Cesar Cavalcante, o Cavalka, é corretor de seguros e sócio fundador da AllRiders Corretora de Seguros.

Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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