Relato: Aventura e Paz em Jaquirana(RS)

Jerre Rocha viajou pelo interior do Rio Grande do Sul e agora dá algumas dicas para você.

Por André Jordão

Jerre Rocha

“Cada vez que estou indo para a estrada, saindo da agitação da cidade, da loucura do trânsito, eu sinto as mudanças que começam a ocorrer em mim mesmo.” Vou relatando mais esta aventura pela região serrana do Rio Grande do Sul e acredito que vocês entenderão meu comentário acima. 

Ia me dirigindo a Jaquirana (RS) com estes pensamentos, cidade com seis mil habitantes que está na região dos Campos de Cima da Serra, a 212 km de Porto Alegre.  Até próximo a Cambará do Sul é asfalto. Mas quando se acessa a Jaquirana, muda tudo. Desta parte em diante o roteiro é de estradas de chão batido. A visitação na região é toda por estradas de terra. Tem como principal atividade econômica a extração de madeira, por isso também é chamada de  “Capital da Madeira”.  É uma região de muito campo, fazendas serranas, rios e cachoeiras. Região que teve como os primeiros habitantes índios, então a cidade do roteiro desta vez não fugira a regra, muita natureza, paz e silêncio quebrado eventualmente pelo grito da ave curicaca. Uma cidade com nome de origem tupi guarani, pois os índios chamavam a cigarra cantadora de “yaquirana”. Assim, ficou Jaquirana.  Como os tropeiros, o importante é não ficar parado. Fui para o primeiro ponto turístico obrigatório: 

- Cachoeiras dos Venâncios -  Após 14 km do asfalto. Existem placas indicativas do acesso. O entorno da cachoeira, o vale, tudo é belíssimo. Possui quatro quedas d’água com vários paredões formando as cachoeiras, média de 6m de altura. É uma seqüência. Só cuidado em dias chuvosos, fica difícil a saída lá das cachoeiras. Mas vale cada momento a visita! 

Até se chegar na cidade, existem várias paradas pela estrada. Apreciar os Campos de Cima da Serra. Caiu a noite, e 18/19 horas já estava o maior silencio nas ruas. Acabei ficando no Bonatto, Hotel bem no centro da cidade. Tem apenas pernoite e bom custo, simples,  anexo a um posto de gasolina. Ótimo atendimento. Pousada Bonatto Av. Central 2275 E-mail [email protected] Fone- 54-3253-1069. Levantei cedo, bagagem na moto, e uma volta na cidade. Pergunta aqui e ali, e já montei meu roteiro do dia.  

- Cristo Libertador - Do centro da cidade já se avista o Monumento do Cristo Redentor ou Libertador localizado no alto de um morro e de onde se tem uma visão panorâmica da cidade. Duas opções para se chegar lá em cima: Uma pela escadaria bem na frente, acredito que uns 160 degraus. A outra por traz, com uma subida bem íngreme. Estava seca a estrada, mas fiquei pensando se tivesse chovido. Gostei mais de subir de moto, pois se tem uma visão por de traz do morro. Cavalos pastando. Como era cedo ainda, dava para ver a névoa ao longe, nos vales.

- Igreja - No centro, igreja de São Sebastião em madeira, construída em 1948 ao lado da praça central, onde existe também uma locomotiva à vapor.  Segui em frente, fui na direção daqueles vales que havia avistado lá de cima do Cristo. Havia já sol alto, e também névoa no vale, o que dava um belo espetáculo da natureza. Não tenho queixas das estradas, roda-se tranqüilo. 

- Passo da Lage - Após Jaquirana (6Km) uma ponte por sobre as águas do rio. Quando se esta chegando já da para ouvir as corredeiras. Em seguida tem uma subida e onde começa a despontar uma bela vista.  O efeito do sol com a névoa por sobre o rio. O espectador que aqui vos descreve aprovou! 

- Cascata Princesa dos Campos - Fica na RS 476, que liga Canela a Bom Jesus. Estrutura para camping, trilhas e uma pousada. Há um Belvedere de onde se pode ter uma bela visão da cachoeira já na chegada. Mas existe uma menor em conjunto a grande pouco metros acima. Vale ressaltar as  piscinas naturais com águas transparentes. A descida até a base da Princesa dos Campos tem uma escadaria de pedras com 180 degraus, o que faz o cidadão saber se está em forma ou não. Fui brindado até com um arco-íris durante os momentos que estive na base.  

- Passo e Cascata do “S” – Aqui é para quem gosta de um pouco mais de desafio. O Passo do “S” fica a 7 km do asfalto, e quando se chega já tem uma placa avisando: Passe ao lado do Sinalizador, no caso, dependendo de onde vens, à direita ou esquerda. O motivo é que o Rio Tainhas forma uma laje de 80 metros de largura que cai em uma bela cachoeira mais abaixo do ponto de passagem. Com o rio em seu nível normal, é possível atravessar de carro ou a pé. Bom, eu fui de moto e é preciso muita calma, pois o fundo é irregular, com buracos feitos pela corredeira. No dia, limo puro no fundo de suas águas transparentes. A cachoeira é outro espetáculo. Seguindo o leito do rio se chega a cachoeira. Ficar ali foi muito bom, vendo as águas esculpindo as pedras, o silêncio quebrado apenas pelo barulho das corredeiras. “Aventura e Paz” 

Estes pontos eu visitei, mas existem outros a serem visitados, descobertos. Fiquei apenas dois dias rodando na região e ela merece mais tempo. Até a próxima estrada.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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