Quais cuidados devemos ter com nosso nariz ao pilotar?

Médica otorrinolaringologista dá dicas de equipamentos e cuidados freqüentes que os motociclistas devem tomar

Por Leandro Lodo

Alessandra Zanoni

Estou aqui de volta, desta vez para “meter o nariz onde fui chamada”. Quando dirigimos ou andamos de carro, mal lembramos que temos nariz! Estranho, não é mesmo?! Pois é só começar a pilotar sua moto pelas ruas da cidade e estradas, que logo irá notar a importância do seu nariz, quer seja para a respiração ou para o olfato.

E será que todos os motociclistas sabem sobre as importantes funções do nariz? Pois acreditem, são muitas.
Assim que o ar entra no nariz, já começa o trabalho de remoção de várias partículas inaladas e que podem desencadear irritação para a mucosa. Essas partículas vão aderindo ao muco e formam as crostas, caracterizando um processo de filtração. Para que o ar continue seu caminho pela via aérea, ele precisa de aquecimento, antes que chegue aos pulmões. E para que existam as trocas gasosas nos alvéolos pulmonares, este ar necessita umidificação, que ocorre no interior da cavidade nasal.

Durante a pilotagem, essas funções podem ficar comprometidas por uma série de fatores. O contato com poluentes veiculares e industriais, fumaça de queimadas nas estradas, além da exposição ao tempo frio e seco causam ressecamento da mucosa e podem facilitar a ocorrência de doenças respiratórias.

O desconforto inicial pode se manifestar apenas por coceira, espirros e coriza, mas logo pode aparecer obstrução nasal, secreção, dor de cabeça e mal estar. Os sintomas podem ser somente leves e passageiros, mas às vezes chegam a ser tão intensos a ponto de interferir nas atividades habituais, seja do dia-a-dia, do estudo ou trabalho, e limitar seu desempenho.

Os motociclistas adeptos da pilotagem com capacete aberto ou viseira levantada estão ainda mais propensos ao contato com poluentes em suspensão e com ar frio e vento, e desta maneira se expõem mais às doenças das vias aéreas.

Obstrução nasal, secreção aquosa ou mesmo amarelada, tosse, dor de cabeça, alteração do olfato e paladar, piora do ronco e dificuldade para dormir, febre, dor de garganta e sensação de pressão no ouvido são sintomas comuns das doenças respiratórias e, quando demoram a desaparecer ou apresentam piora a cada dia, o médico deve ser consultado. A avaliação médica pode identificar com precisão o que está ocorrendo no nariz, nas cavidades próximas ao nariz (seios paranasais), na garganta e ouvidos, para que logo seja iniciado um tratamento adequado.

Para os apaixonados pelas duas rodas, deixo as dicas de se manter sempre uma boa hidratação, bebendo bastante água, especialmente em dias secos, além de realizar limpeza frequente das narinas com soro fisiológico. O uso de jaquetas ajustadas e com gola alta, assim como os protetores de pescoço e capacetes fechados, também ajudam a evitar entrada direta de frio. Se o nariz receber os cuidados adequados, certamente irá retribuir com a satisfação de respirar bem e sentir os perfumes gostosos da vida!

A “motonauta” Alessandra Zanoni participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Envie sua notícia!

Foto: Divulgação


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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