Dúvidas comuns sobre óleos

Dois mecânicos das duas rodas respondem algumas perguntas freqüentes.

Por Thiago Fuganti

Um assunto que freqüentemente aflige os neurônios dos motociclistas está ligado ao óleo das máquinas de duas rodas. Quando trocar, qual tipo utilizar e de qual marca são alguns dos questionamentos comuns de serem feitos e que poucas vezes são respondidos.

Para sanar as dúvidas, conversamos com dois mecânicos do cenário motociclístico do Brasil: José Luiz Panadés Carrilho, mais conhecido como Nenê Panadés, e Jefferson Leite Furlan.

Nenê, da Andorra Racing, disse que o prazo para troca depende muito do tipo da moto. “Para as grandes, de altas cilindradas, eu costumo usar o Motul 5100, que garante uma vida útil de cinco mil quilômetros até a troca seguinte”, afirmou.

“Nas motocas menores, o Motul 3000 é uma das melhores opções e deve ser trocado numa margem de mil a 1500 km”, acrescentou. Jefferson, da Guapira Motos, concordou com o colega de profissão nesse aspecto. “Realmente é difícil se precisar a quilometragem para a reposição do fluido sem saber de qual equipamento estamos falando”, destacou.

“Mas essa casa de mil e 1500 km para as pequenas e cinco mil para as de grande porte é mesmo a ideal para se seguir. Eu apenas destaco que a Motul não é a única opção boa de óleo encontrada no mercado. A minha preferência, por exemplo, é pelos produtos da Castrol”.

Para Nenê, outro detalhe a ser passado aos pilotos é o de que “todo óleo tem um prazo de validade”. “Basta olhar no recipiente — seja ele de fluido de freio, suspensão, radiador...— e você verá a inscrição seis meses. Isso quer dizer que há uma vida útil a ser seguida; portanto, temos de trocar o óleo quando se chega uma das marcas: validade ou quilometragem estipulada”, ressaltou.

“Muita gente não sabe disso e acha que só pelo fato da moto não ter alcançado um número ‘x’ de quilômetros, pode rodar com tranqüilidade por tempo indeterminado. Está errado”.

Quanto à escolha entre mineral ou sintético, nossos entrevistados optaram por tipos diferentes. “Na minha opinião, mineral é melhor por ser mais grosso e mais barato. O sintético é ideal para países menos quentes que o nosso, por ser mais fino”, comentou Jefferson. “No meu caso, prefiro o sintético, pois é uma tecnologia nova”, resumiu Nenê.

O óleo mineral é oriundo da prospecção do petróleo — após o refino, ele é aditivado para a formação dos óleos disponíveis no mercado. O sintético tem sua base “sintetizada”, feita em laboratórios, sem a necessidade de utilizar a origem mineral.

A principal diferença entre os dois está na capacidade de manutenção da estabilidade do produto. O sintético, na essência, mantém a estabilidade por mais tempo do que o mineral. Contudo, há outros fatores relacionados que costumam influir nessa teoria, como a gasolina.

Por não ser puro (leva a mistura de álcool), o combustível gera o aparecimento de substâncias que fazem com que a estabilidade conseguida com o óleo sintético não seja tão efetiva, diminuindo a capacidade de lubrificação.

Além disso, os fluidos sintéticos têm determinadas características lubrificantes que podem ser prejudiciais a determinados motores de motos, reduzindo a vida útil do sistema de embreagem.
 
Devemos lembrar também da existência do óleo semi-sintético, um meio termo entre os extremos. “A melhor dica para isso é seguir a orientação das empresas fabricantes de motocicletas. Basta dar uma olhadinha no manual, ou então entrar em contato com a montadora. Dessa forma não haverá mais dúvidas”, finalizou Nenê.

Confira algumas dicas importantes:

- Procure optar, desde a aquisição da motocicleta, por um tipo de óleo (mineral ou sintético). Caso seja uma moto usada, tente manter a característica adotada pelo antigo dono.

- Se a opção de troca for por intervalos curtos (antes do previsto pela fabricante da motoca), o ideal é fazer a mudança do filtro de óleo “vez sim, vez não”. Caso contrário, troque sempre o filtro.

- Não misture óleo sintético com mineral. Há algumas marcas de sintético que não se misturam ao mineral.

- Use sempre um óleo de boa qualidade, já que as temperaturas do país são bastante variáveis. Portanto, o fluido precisa ser bastante forte e resistente para as nossas condições climáticas.

- Deixe o óleo escorrer o maior tempo possível. Para certificar que todo o fluido foi despejado, coloque a moto na posição vertical ou abaixe e levante a traseira para escorrer o “restinho”.

- Não exagere na quantidade de óleo. Mantenha o nível apenas no máximo da marcação. Óleo em excesso prejudica uma série de coisas em seu motor, como a vida dos retentores.


Agradecemos à Moema Motos pelas imagens que ilustram essa matéria.

Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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