Diário de um Futuro Motociclista - Parte 1
Nosso repórter mostrará como o DETRAN prepara os condutores para a vida sobre duas rodas.
Por Roberto Brandão
Por Roberto Brandão
Primeiro Dia – Aulas 1, 2 e 3
Segundo Dia – Aulas 4, 5 e 6
Roberto Brandão Filho
Desde pequeno sempre fui muito ligado em motocicletas, mas nunca tive muito apoio dos meus pais. Sempre me disseram que as motos eram máquinas muito perigosas e que eu nunca poderia ter uma. Não desisti e hoje comecei a traçar meu caminho sobre as duas rodas.
Neste espaço escreverei uma espécie de diário, mostrando o dia a dia das aulas práticas que preparam os futuros motociclistas para as perigosas ruas das cidades do Brasil.
No primeiro dia de aula para tirar a carteira de habilitação de motocicleta, os instrutores colocaram a moto no cavalete central e me mostraram as funções básicas e a estrutura de uma moto.
Em seguida, o professor me pediu para que me sentasse na moto, ainda no cavalete central, e me ensinou passo a passo como fazer o motor começar a funcionar. Ele me disse para apertar a embreagem, engatar a primeira marcha e acelerar suavemente. O motor da moto começou a funcionar, exatamente como deveria ser.
Ao ficar mais familiarizado com a funcionalidade da moto, avancei para o próximo passo. Com as duas rodas no chão, fui instruído a colocar o capacete e travá-lo. Depois, o professor me disse que a maneira correta de permanecer parado em cima da moto é apoiando o pé esquerdo no chão, sempre com a marcha engatada e com o pé direito no freio traseiro.
Assim que tomei ciência de tudo o que deveria fazer, quis colocar em prática o que havia aprendido até ali. Então, abaixei a viseira de meu capacete e me preparei para andar uns 20 metros, testando meu equilíbrio. Ao ver que conseguiria permanecer em cima da moto sem problemas, meu instrutor passou para a próxima fase.
Ele me explicou o percurso que eu deveria fazer: pilotar numa reta por uns 50 metros, fazer uma curva para a esquerda e iniciar um zig zag, o famoso slalom, da direita para a esquerda como apontava a marcação feita no asfalto. Ao final deste zig zag, deveria virar novamente à esquerda e parar onde estava escrito, PARE, no chão.
Engatei a primeira marcha e fiz exatamente como foi dito. Sai, andei na reta até fazer a primeira curva para a esquerda e então comecei a fazer o slalom, começando da direita para a esquerda por aproximadamente 50 metros.
Em 2hs30min, eu consegui fazer o traçado apenas algumas vezes. Tinha muita gente fazendo aula junto comigo naquele dia, e mesmo já sabendo pilotar motocicletas, tentei avaliar o primeiro dia de aula com olhos de quem está aprendendo, e percebi que o tempo não havia sido suficiente para me deixar completamente confiante para passar ao próximo estágio.
No segundo dia de aula, cheguei ao estacionamento do portão 3, do parque Ibirapuera certo de que seria uma dia muito produtivo.
Meu instrutor me pediu para que eu repetisse o traçado do dia anterior para ter certeza de que eu lembrava de tudo o que ele havia me explicado. Peguei a chave, liguei a moto e a conduzi para o slalom.
Assim que terminei, o professor introduziu mais um obstáculo no meu repertório de aprendizagem. Ele me levou à uma área onde tinha um “circuito” com vários obstáculos. O circuito era composto por um “8” pintado no chão, seguido por uma série de curvas quadradas e curtas, depois um slalom, com um intervalo entre os cones um pouco maior que o do primeiro estágio, e por último, a “prancha”, uma faixa pintada no chão que servia como um termômetro para meu equilíbrio.
Então, com o circuito explicado, o professor começou a me passar o que eu podia e o que não podia fazer dentro desse traçado. Se encostasse o pé, ou qualquer parte do pneu da moto em cima das faixas do “8” e das curvas quadradas, estava reprovado. Se encostasse, ou derrubasse um dos cones do slalom não precisaria mais continuar. E o mais difícil, passar em cima da “prancha” sem perder o equilíbrio e totalmente reto. Enquanto a moto estivesse em movimento, eu não poderia colocar o pé no chão.
No circuito, haviam duas paradas obrigatórias. Uma depois do slalom e a outro depois de passar pela prancha. O instrutor me disse para que parasse à aproximadamente meio metro antes da faixa com o escrito PARE dentro e me deu uma dica. A hora que avistasse o PARE logo acima do painel da moto, deveria parar imediatamente. Ao parar, tinha que me lembrar que o certo era colocar o pé esquerdo no chão, manter a marcha engatada e o pé direito no freio. Se fizesse o contrario, não passaria no exame.
Com tudo pronto e explicado, entrei na fila (que não era pequena) e esperei minha vez. De dois em dois íamos indo, a fila até que não demorava muito e logo chegaria a minha hora. Cheguei ao ponto de partida e meu instrutor, ao meu lado, me disse que eu só poderia sair assim que a segunda pessoa, que estava na minha frente, passasse pelo ponto de partida novamente, para não ter problemas com encontrões no meio do “8”.
Completei a primeira vez o traçado sob supervisão do meu instrutor, mas nas outras vezes, fui um pouco esquecido. Havia muitas pessoas e meu professor não dava aula somente para mim. Quando peguei o jeito do circuito, fui avisado de que minha aula já tinha acabado.
Mais 2hs30min de treino, e algumas dúvidas surgiram na minha cabeça. Será que só isso é o suficiente para tornar alguém apto para dirigir nas ruas de São Paulo? Ainda não sei, mas talvez descubra ao final das 15 aulas. Reportarei aqui, na quarta feira, as seis próximas aulas. Um abraço e até lá.
*Nossa equipe não foi autorizada a tirar fotos no local. Por conta disso, usamos fotos de divulgação.
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