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Moto-Dicas

CUIDADO COM A GASOLINA BATIZADA

12 de August de 2006

Todo mundo, ao menos uma vez na vida, já ouviu a expressão “tome cuidado com estranhos”; típica numa conversa dos pais com os filhos pequenos. No cenário do motociclismo essa frase se enquadraria perfeitamente para destacar as dores de cabeça ocasionadas por uma gasolina adulterada, a famosa batizada.

Oriunda da mistura de substâncias estranhas à composição básica do combustível, a “fórmula santa” traz uma série de empecilhos aos equipamentos de duas rodas, como queda de rendimento e falhas no funcionamento do motor. “A moto simplesmente fica sem poder de aceleração”, afirma Geraldo Lima, mecânico de Jean Azevedo, o principal representante brasileiro entre as motos do Rally Dakar.

A gasolina deve obedecer a padrões mínimos de qualidade estabelecidos pela ANP (Agência Nacional do Petróleo). Um deles diz respeito à porcentagem de álcool a ser adicionada, de até 25%. “O que muitos postos de combustível fazem é ultrapassar esse limite imposto, formando assim um dos tipos de gasolina batizada existentes”, destaca Geraldo.

“Para a motocicleta, a reação dessa mistura ilegal não é das melhores, pois ela não foi construída para funcionar com esse combustível impróprio. Daí surgem os problemas nos componentes internos do motor, principalmente juntas, retentores e componentes feitos de borracha”.

Os carburadores de pistão a vácuo, instalados em diversos modelos e marcas de motos, também são vítimas da gasolina adulterada. “A queima do líquido propulsor cria resíduos que aderem às sedes das válvulas de admissão e à parede da câmara de combustão. Isso causa um desgaste prematuro dos componentes internos do motor e carburador, chegando até a colar os pistões”, alerta o mecânico.

“Outras conseqüências geradas por uma gasolina de baixa qualidade são a instabilidade da marcha lenta, aumento no consumo, engasgo do propulsor, batida de pinos, travamento das válvulas por conta da carbonização, danos à bomba de combustível, aumento de emissão de poluentes; enfim, inúmeras coisas chatas para a moto e para o motociclista”.

Como se não bastasse o dissabor em ter a máquina com fraco desempenho, o consumidor ainda enfrenta a punhalada no bolso, na hora de fazer os reparos. “Uma moto de 125cc em estado crítico, graças ao ‘batismo’, chega a gastar 200 reais de manutenção. Numa esportiva a situação é bem pior, com um prejuízo que pode chegar aos dois mil reais facilmente”, aponta Geraldo.

Por tais motivos se faz necessária a utilização de um combustível de qualidade, preferencialmente em postos de confiança. “Eu recomendo o uso de gasolina aditivada, por ser de maior qualidade e mais difícil de ser adulterada”, diz um dos braços direitos de Jean Azevedo nas competições off-road.

“Diria até mais: é bom usar a Podium, dos postos Petrobras. Não estou fazendo propaganda. O fato é que esse combustível é muito bom, ideal para quem busca a manutenção do bom desempenho da moto”.

Para aqueles que optarem pela troca de marca da gasolina, Geraldo aconselha a não fazer a mudança de maneira imediata. “Deve ser uma operação gradual, pois os aditivos podem causar impactos no motor. Comece com 30% de gasosa nova e 70% da habitual; aos poucos passe para 50% a 50%, até finalmente alcançar o 100% de outra fornecedora”, completa.

Façamos uso, portanto, do velho e conhecido — neste caso, adaptado — dizer: Tome cuidado com os combustíveis estranhos! As motos certamente agradecem.

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