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Na Estrada: O pouco que aprendi e venho aprendendo

05 de February de 2018

Tiago Feliziani

Não tive a sorte de ter irmãos nem a felicidade de ter filhos . 

Logo, são mínimas as chances de passar adiante os poucos conhecimentos que adquiri ao longo do tempo, seja com meu avô , meu pai ou amigos de infância . Não que eu fosse bom em alguma coisa. Pelo contrário. Nunca aprendi como fazer e empinar uma pipa, mas conheço os perigos de linhas com cerol. Também não aprendi a manejar bolinhas de gude com a destreza do meu avô, ou a girar o pião por longos minutos com apenas um barbante. Futebol: nem vale a pena comentar sobre a minha total falta de talento com uma bola nos pés.

Porém, uma das poucas coisas valiosas que aprendi foi a aproveitar o prazer e a liberdade que duas rodas proporcionam . A maioria das pessoas aprende a pedalar e abandonam esse hábito quando crescem. Alguns passam para a mobilette ou compram algo de baixa cilindrada para fugir do trânsito do dia a dia. Poucos transformam essa brincadeira de criança em hobby, em terapia, em estilo de vida . Assim que o meu avô tirou as rodinhas auxiliares da minha primeira bicicleta eu já saquei: opa, esse negócio é muito bom. Desde então é um aprendizado que venho aprimorando – e o melhor, compartilhando – durante a vida. 

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Porque,  junto com a habilidade que se desenvolve quando se pilota todos os dias ou apenas nos fins de semana,  também se cria um sentimento de irmandade , de cumplicidade e de responsabilidade muito grande. Por mais que você rode sozinho, pode ter certeza, com a sua motocicleta você nunca se sentirá solitário . 

As amizades forjadas sobre duas rodas são duradouras . Uma das minhas maiores alegrias é dividir a estrada com um grande número de amigos. Olhar para frente ou para trás e ver dezenas de motos rumo ao mesmo destino , seja uma cidadezinha perdida no meio do nada, uma fronteira com outro país ou um boteco para tirar o pó da garganta. 

Agora, quando você consegue passar adiante algo sobre o prazer de uma boa pilotagem , alguma ideia sobre a liberdade das duas rodas, a delícia que é visitar lugares desconhecidos e descobrir novas paisagens para alguém que nunca imaginou comprar uma motocicleta, meu chapa, essa é uma das sensações mais gratificantes que existem . 

Isso aconteceu há poucas semanas comigo e com um grande amigo que eu não via há anos. Quis o destino que ele começasse a trabalhar no mercado de motocicletas , a se dedicar, a conhecer mais e, enfim, a tirar habilitação. Até aí era apenas trabalho. Então num sábado o convidei para um passeio com outros camaradas. Nós fomos com nossas máquinas grandes , pesadas e barulhentas; meu amigo foi com uma pequena moto de apenas 500 cilindradas e monocilíndrica, emprestada por uma montadora. Depois de rodar por uma rodovia a 120 km/h , pegamos uma rota vicinal chamada Estrada dos Romeiros, que serpenteia por entre morros, paisagens e pequenas vilas.

Chegando perto no final do percurso, paramos para fazer uma foto dos pilotos e das motos , todos felizes e relaxados depois de um maravilhoso passeio. Não tenho ideia de como o sorriso no rosto do meu amigo coube dentro do capacete . Ele estava em êxtase e não tinha palavras para descrever o que estava sentindo. Fizemos a foto, nos despedimos e pegamos a estrada em direção a nossas casas. Uma semana depois ele me manda uma mensagem: comprei uma moto . Dessa vez foi o meu sorriso que quase não coube na cara.

Se não tive irmãos nem filhos, tenho a sorte de ser motociclista e compartilhar um pouco dessa paixão com pessoas que respeito , admiro e quero sempre comigo pelas estradas e caminhos que a vida nos leva.

Tiago Feliziani  nasceu em 1981 na cidade de Sorocaba/SP. É publicitário, redator, escritor e motociclista. Não sabe nada de mecânica ou motor e vive se perdendo por aí.


 

 

 

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Fotos: Arquivo Pessoal

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