Yamaha YZF-R6: Genética de competição

Versão 2008 traz motor de 135cv e muitas novidades estéticas e mecânicas.

Por Leandro Alvares

Murillo Ghigonetto

Seguindo a onda de lançamentos, a Yamaha acaba de apresentar para a imprensa especializada européia a versão 2008 de sua esportiva de média cilindrada, a YZF-R6. Totalmente remodelado, o modelo ganhou alterações na parte ciclística e mecânica que deixaram o conjunto melhor e mais moderno. Um verdadeiro prato cheio para os fãs de superesportivas.

À primeira vista, a semelhança com a versão 2006 ainda é grande. No entanto, com um pouco mais de atenção as alterações e os detalhes começam a aparecer. Da mesma forma que as versões anteriores, esta nova R6 teve todo trabalho de desenvolvimento inspirado nos modelos de competição, mantendo o estilo agressivo.

Na dianteira, o desenho da carenagem sofreu leves modificações em seu desenho, quase imperceptíveis, mas que, segundo a montadora, melhoraram o fluxo de ar em altas velocidades. Os dois faróis têm formato simétrico, e entre eles está uma das entradas de ar do Ram Air, responsável por otimizar a performance do motor apenas com o fluxo de vento.
 
As carenagens laterais também foram remodeladas e ganharam novos grafismos, com adesivos maiores. O assento, em dois níveis, tem altura de 850 mm e, segundo a Yamaha, apresenta posição de pilotagem mais baixa e projetada à frente. Como em toda superesportiva, a R6 não privilegia o conforto para o garupa, mesmo com o novo desenho da rabeta. Se até aqui as modificações pareciam um tanto quanto tímidas, é na parte mecânica que a nova R6 esconde seus principais atrativos.

Neste sentido, a primeira grande novidade está na adoção do sistema YCC-I, um duto de admissão variável controlado por um chip, desenvolvido pela Yamaha e que apareceu pela primeira vez na YZF-R1 2007. Em conjunto com YCC-T (controle de aceleração eletrônico) e a ECU (central eletrônica computadorizada), os sistemas eletrônicos otimizam a alimentação, melhorando assim o rendimento do motor com respostas mais precisas.

Outro destaque da mecânica da R6 é que nesta nova versão a taxa de compressão foi aumentada. Dos antigos 12:8:1, os engenheiros modificaram o desenho dos pistões e elevaram a compressão para 13:1:1. Mais modificações incluem ainda o remapeamento do sistema de injeção, válvulas de admissão e escape em titânio, silenciador central também em titânio com sensor de O2, além da câmara de ar e seção traseira do escape em novo formato.

A nova R6 chega equipada com um quatro cilindros em linha DOHC (duplo comando de válvulas no cabeçote), com 599 cm³ de capacidade, injeção eletrônica e arrefecimento liquido capaz de produzir potência máxima de 135 cv a 14.500 rpm e torque de 7,0 kgf.m (com indução de ar), ou 129 cv a 14.500 rpm com torque de 6,7 kgf.m a 11.000 (sem indução de ar). O câmbio tem seis velocidades com a transmissão final feita por corrente.

Para a parte ciclística, a Yamaha separou algumas novidades. O quadro é em alumínio do tipo Deltabox, mas recebeu leves modificações que melhoraram o equilíbrio e rigidez do conjunto. Na dianteira, a suspensão usa um garfo telescópico com tubos de 41 mm e curso de 115 mm (ante os 120 mm na versão 2007). Na traseira, amortecedor totalmente ajustável com curso de 120 mm.

Para parar esta máquina, os freios também foram modificados. Na frente, os dois discos duplos de 310 mm ficaram 0,5 cm mais espessos. Atrás, o sistema usa um disco simples de 210 mm. O modelo, no entanto, ficou quatro quilos mais pesado, com 166 kg. Nada que chegue a ofuscar o brilho desta superesportiva nipônica.

Disponível nas cores preta, grafite, azul e amarela, o modelo tem preço sugerido no mercado norte-americano de US$ 9.599,00.  O lado negativo de toda essa história é saber que esta bela máquina chegará ao Brasil apenas pelas mãos de importadores independentes.

Fonte:
Agência Infomoto

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