Arthur Caldeira
Desde que a Sundown anunciou o lançamento da STX 200 em duas versões, todas as atenções voltaram-se para a Motard, que realmente causou alvoroço por ser a primeira supermotard de série a ser produzida no Brasil. Entretanto, a versão trail também agrada aos olhos e traz ainda outras qualidades.
Para os fãs do estilo trail, as rodas aro 21 polegadas na dianteira e as suspensões de curso longo são qualidades que não podem ser dispensadas em prol do desenho atraente de uma supermotard. No quesito visual, a STX também agrada a quem curte motos off-road. Traz pára-lama alto, tanque estrito e banco bicolor em tecido antiderrapante. Seus grafismos seguem a mesma inspiração.
A proposta de uso misto da STX não fica apenas no visual. Ela oferece outros itens ideais para o uso no fora-de-estrada, como protetor de cárter em alumínio; pedaleiras em aço inox; pedais de freio e câmbio articulados; balança traseira em alumínio; assim como os aros no mesmo material.
Bom desempenho
Outra qualidade para quem quer enfrentar maus caminhos com a novidade da Sundown é o motor de um cilindro e 199,1 cm³ de capacidade. Com duas válvulas e comando simples no cabeçote (SOHC), refrigerado a ar, o propulsor é de mecânica bastante simples, uma vantagem para quem quer se aventurar por estradas de terra.
Alimentado por um carburador a vácuo, produz 16,7 cv de potência máxima a 8.000 rpm. Assim como o torque máximo, 1,45 kgf.m a 7.000 rpm, não são números impressionantes, porém, dão conta do recado e levam os 117 kg (a seco) da STX a 120 km/h no velocímetro.
Chamam a atenção também as respostas rápidas ao acelerador. Basta reduzir um marcha e “enrolar o cabo” para a STX continuar esperta e manter a velocidade. Com a estreita faixa útil do motor, entre os 7.000 e 8.000 giros, o consumo fica um pouco acima do esperado: cerca de 25 km/L. Com o tanque de 10,6 litros a autonomia fica na casa dos 250 km.
Ciclística
Como em outros itens, a Sundown adotou receitas tradicionais das motos trail na ciclística da STX. O quadro é do tipo diamante e as suspensões são: garfo telescópico com 220 mm de curso, na dianteira; e braço oscilante com único conjunto mola-amortecedor fixado por links com 200 mm de curso, na traseira.
A inovação fica no freio dianteiro, com disco de 241 mm, no formato margarida. Apesar de contar com flexível com malha de aço, o freio da unidade testada estava um pouco “duro” de ser acionado e o funcionamento bastante “borrachudo”; demorava a parar a motocicleta. Sem falar que não conta com nenhum tipo de ajuste. Na traseira, o freio a tambor dá conta do recado em função do baixo peso da STX.
Uso misto
Quem não está acostumado às máquinas trail, logo de cara estranha a posição de pilotagem ereta e o banco estreito e fino da STX. Não dá para se pensar em viajar muitas horas no banco anti-derrapante. Contudo, não é essa a proposta dessa (e também de nenhuma) trail. A STX seria a moto ideal para se rodar na cidade ou para se ter na fazenda, para deslocamentos mais curtos e por estradas ruins.
São nessas situações de trânsito urbano e em estradas de terra que a motocicleta mostra suas qualidades. Com sua altura avantajada e guidão alto ela passa facilmente por entre os carros. Suas suspensões absorvem as imperfeições do solo e ignoram lombadas e valetas, porém, não estariam prontas para se fazer um trilha, por exemplo.
A altura do banco é outro ponto que pode incomodar quem tem menos de 1,70 m. Localizado a 92 cm do solo, é preciso certa manha para subir e manobrar a STX. Mas no fora-de-estrada essas são suas vantagens. Com distância livre do solo de quase 30 cm e ainda com o protetor de cárter, não é preciso se preocupar com pedras e obstáculos, pois a STX passa com desenvoltura por eles.
As rodas em alumínio aro 21 na dianteira e 18 na traseira são calçadas com os bons pneus Pirelli MT 60 de uso misto. Vão bem na terra e também no asfalto. Ficam devendo um pouco no desempenho na lama, mas como já foi mencionado, STX é uma moto de uso misto e não uma “trilheira” nata.
Enquanto se pilota o modelo da Sundown, outro detalhe que chama a atenção é o painel de instrumentos bastante completo. Conta com as tradicionais luzes de advertência, além de velocímetro e conta-giros. Este último, um item geralmente ausente em motos do segmento.
Apesar de completo, o painel tem tamanho reduzido o que dificulta um pouco a visualização, atrapalhada também pela mangueira do freio dianteiro que fica no campo de visão do motociclista.
Mercado
A Sundown STX não tem nenhuma concorrente direta no mercado nacional. Honda e Yamaha oferecem modelos de maior capacidade e mais modernos, mas com preços maiores. Enquanto a trail da Sundown tem preço praticado de R$ 8.900,00, a Honda XR 250 Tornado custa em média R$ 11.900,00 e a Yamaha XTZ 250 Lander está cotada em R$ 10.990,00 — todos preços praticados na Grande São Paulo.
A diferença é grande tanto em valor, como em desempenho. Mas, sem dúvida, a nova trail da Sundown é uma boa opção para quem quer entrar no segmento de motos de uso misto por um preço mais acessível.
Ficha Técnica
Motor: 199,1 cm³, monocilíndrico, 4 tempos, 2 válvulas, SOHC, arrefecido a ar
Potência máxima: 16,7 cv a 8.000 rpm
Torque máximo: 1,45 kgf.m a 7.000 rpm
Partida: elétrica
Capacidade do tanque: 10,6 litros (reserva 1 litro)
Câmbio: 5 velocidades
Embreagem: multidisco banhado a óleo
Suspensão dianteira: garfo telescópico com 220 mm de curso
Suspensão traseira: mono amortecedor com link e 200 mm de curso
Freio dianteiro: disco de 241 mm de diâmetro
Freio traseiro: tambor de 130 mm de diâmetro
Pneu dianteiro: 80/90 – 21 Pirelli MT 60
Pneu traseiro: 110/80 – 18 Pirelli MT 60
Quadro: diamante
Dimensões (comp. x largura x altura): 2.190 x 830 x 1170 mm
Peso seco: 117 kg
Cores: amarela, azul, branca, preta e vermelha
Preço sugerido: R$ 8.200,00
Fotos: Caio Mattos
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