Moto
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A centenária fabricante Royal Enfield chega oficialmente ao Brasil em 2017. A marca de origem inglesa foi fundada em 1891, mas desde a década de 1990 pertence à empresa indiana Eicher Motors . A primeira concessionária no País estará aberta ainda no primeiro trimestre de 2017, garante o diretor de negócios internacionais da Royal Enfield, Arun Gopal.
“Nessa primeira fase, as motos serão fabricadas na Índia e exportadas para o Brasil completamente montadas, pelo sistema CBU (completely built-up)”, revelou o executivo, durante o Salão de Motos de Milão, realizado na Itália no início de novembro. A loja ficará próxima ao parque do Ibirapuera , na cidade de São Paulo (SP).
“As motos já chegaram ao Brasil e estão homologadas. Vamos comercializar inicialmente três modelos: Classic , Bullet e Continental GT . Todas têm injeção eletrônica e opcional de freios ABS. São as versões vendidas na Europa”, ressaltou Raul Fernandes Jr ., um dos sócios da concessionária, que irá ser chamar Royal Enfield SP .
A marca ensaia entrar oficialmente no País desde o final de 2015, após o antigo representante de vendas encerrar suas operações, mas adiou os planos em função da crise econômica e política. Agora, de forma oficial, a Royal Enfield já tem uma subsidiária brasileira com escritório em São Paulo (SP) e pretende expandir as operações, mas com cautela.
“Acreditamos no potencial do mercado brasileiro e queremos crescer, mas de forma sustentável. Escolhemos especialistas no mercado de motocicletas para esse início, mas futuramente queremos abrir novas lojas e até mesmo ter uma linha de montagem no Brasil”, explicou Gopal.
Raul Fernandes terá sociedade com seu irmão Maurício, que também é sócio do grupo que detém a concessionária paulistana Triple Triumph, a primeira da marca inglesa no País, e a Power BMW, que tem lojas nas cidades de Santo André e Santos, no Estado de São Paulo.
Para o executivo da Royal Enfield, a marca atua em um nicho pouco explorado por aqui: as motos de média capacidade. “E não só no Brasil, mas em todo o mundo, as fábricas ou produzem motos pequenas ou motos grandes. Há poucas opções de média cilindrada e é nesse nicho que estamos atuando com sucesso em todo o mundo”, afirma o executivo.
Na Índia, a empresa comercializa três modelos com estilo clássico que têm motores entre 350cc e 500cc, e a cafe racer Continental GT, de 535 cc. No Salão de Milão, a Royal Enfield apresentou uma nova aventureira. Batizada de Himalayan, em referência à famosa cadeia de montanhas da Ásia. A moto tem um motor completamente novo de 410 cc e atende às novas normas antipoluição Euro 4.
“O segmento aventureiro é composto por motos de grande capacidade e que não podem rodar em qualquer terreno de verdade, porque são pesadas, complicadas e intimidadoras”, disse Gopal.
O executivo indiano e os empresários brasileiros afirmaram que a Himalayan também virá para o Brasil, mas somente no segundo semestre do próximo ano. Com crescimento de 50% nas vendas a cada ano nos últimos cinco anos, a Royal Enfield projeta vender 675.000 motos no ano fiscal 2016-2017.
A empresa inaugurou recentemente uma nova planta fabril em Chennai, na Índia, para dar conta da crescente demanda. Segundo o diretor da empresa, o objetivo é produzir 900.000 motos em suas três fábricas até 2018. Entretanto, Gopal e nem os empresários brasileiros arriscam uma previsão de vendas para o mercado nacional.
Classic 500cc – A Classic utiliza o mesmo motor monocilíndrico da Bullet, porém tem visual mais clássico e ambas as rodas aro 18. O modelo também tem câmbio de cinco marchas e 27,2 cv de potência. A Classic virá em diferentes versões, cada uma com cores e acessórios específicos. Destaque para a versão Chrome, com detalhes cromados, e também para a Battle Green, que tem visual de uma moto da Segunda Guerra Mundial.
Continental GT – Apesar do visual clássico das cafe racers dos anos de 1950, o modelo foi um dos mais recentes lançados pela Royal. Desenvolvida no centro técnico da marca na Inglaterra, a Continental GT tem tudo para gradar os fãs de customização com seus dois semiguidões, banco solo e cobertura na rabeta. O monocilíndrico injetado tem 535 cc, refrigeração a ar e produz 29 cv de potência máxima. Na parte ciclística, utiliza garfo telescópico na dianteira e dois amortecedores da marca Paioli na traseira. As rodas aro 18 calçam pneus Pirelli Sport Demon e freio a disco em ambas as rodas – a pinça dianteira é da grife Brembo.
Fotos: Royal Enfield