26 de January de 2006
A Câmara dos Deputados recebeu um projeto de lei, na última terça-feira, voltado à segurança dos motociclistas. Nilson Mourão, deputado federal do PT-AC, apresentou o pedido que visa a proteger os condutores das máquinas de duas rodas dos fios ou linhas cortantes, oriundos das brincadeiras com pipas de crianças e adolescentes.
O objetivo de Mourão é fazer com que fábricas e montadoras sejam obrigadas a instalar, como equipamento básico de segurança, uma antena de proteção nas motos, a fim de evitar a exposição dos usuários aos perigos ocasionados pelas linhas e fios, costumeiramente embainhados de cerol, uma mistura de cola com vidro moído e usado para cortar os "papagaios".
"A importância desse objeto se verifica pela grande procura em lojas de acessórios e que ora poderá se tornar um equipamento que acompanhará a motocicleta ao sair de fábrica, caso esse projeto de lei venha contar com o apoio dos nobres pares desta casa", afirmou o deputado.
A medida de Mourão vale também para as motos importadas, que - se aprovado o projeto - só poderão ser registradas pelos órgãos de trânsito brasileiro se forem equipadas com a antena protetora.
Se é motivo de diversão e entretenimento para aqueles que gostam de empinar pipas, o mesmo não se atribui aos motociclistas, que têm sido vítimas de acidentes ocasionados pelas linhas com cerol, as quais possuem um poder de corte de alto grau. "Isso vem ocorrendo com freqüência preocupante, provocando acidentes graves e até mortes de motociclistas que, ao cruzarem uma dessas linhas, têm o rosto ou pescoço cortado gravemente pelo cerol, vitimando muitos deles", argumentou o parlamentar, em defesa de sua proposta.
Ao se defrontar com a barreira de proteção, a linha desliza pela antena, ficando presa na extremidade superior disposta em curva para frente até se romper, evitando qualquer contato com o condutor. "Esse dispositivo tem livrado muitas pessoas de cortes e acidentes, salvando muitas vidas", destacou Mourão.
As montadoras, que terão papel determinante caso o projeto passe pela Câmara, ainda não comentaram o assunto.