NOVO AUTÓDROMO EM SP

Circuito de Cabreúva deve ficar pronto no final de 2008 e pode trazer MotoGP de volta ao país.

Por Thiago Fuganti

Uma coletiva de imprensa marcou, ontem, o lançamento oficial do projeto de criação de um complexo automotivo, automobilístico e motociclístico, diferente de todos os já existentes no Brasil.

A idéia para o SP Races, como foi batizado, surgiu de uma parceria entre Walter Derani, presidente do Grupo Projeção — nova holding paulista —, e Antônio Ermírio de Moraes Filho, que se uniram em sociedade anônima para instaurar um pólo completo no município de Cabreúva (SP), localizado junto à Rodovia Marechal Rondon e a cerca de 15 km da Rodovia dos Bandeirantes.

Inovador, o projeto, que tem o aval da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), receberá investimento inicial de R$ 42 milhões. Porém, estima-se que, até sua finalização, o aporte de capital chegue a R$ 100 milhões. O complexo deverá ocupar área de 2,1 milhões de m², quase duas vezes o tamanho do Autódromo de Interlagos. Terá, ainda, capacidade de expansão de 750 mil m².

Investimento voltado inicialmente para o entretenimento — conforme foi dito na coletiva —, o SP Races contará com parque temático infantil, shopping, centro de convenções, simuladores de corrida (configurados com a sua própria pista), automodelismo, autorama e hotel, dentre outras atrações.

As competições em asfalto serão atendidas num circuito de 4200 m de extensão (sendo pouco mais de 900m de reta principal), de sentido horário e com possibilidade para 15 diferentes configurações de traçado. Uma pista off-road, kart e outra para arrancada ou realização de testes de desenvolvimento de automóveis também serão instaladas no complexo.

“Nosso principal foco não está voltado para corridas, mas teremos condições de receber qualquer tipo de evento”, afirmou Roldo Godoi Jr., superintendente do grupo Projeção.

Ao MOTO.com.br, Godoi revelou que dentre as possibilidades de competições futuras estará a volta da MotoGP ao Brasil. “Isso não é descartado porque nosso circuito será construído para receber tanto motos quanto carros. E numa pista em que se andam motocicletas, também podem rodar veículos de quatro rodas”, disse.

De acordo com o superintendente, a CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo) já manifestou interesse em utilizar o novo complexo. “Vamos fazer uma reunião com a Confederação em breve e temos certeza de que iremos alcançar bons resultados dessa conversa”.

Luis Roberto de Souza, gerente de planejamento do grupo Projeção, revelou que embora os planos sejam voltados para o lazer e entretenimento, haverá sim o interesse do complexo em atrair competições internacionais. Entre elas, a MotoGP.

“Nós apostamos muito no mercado das duas rodas e vamos tentar conseguir a homologação da pista junto à FIM (Federação Internacional de Motociclismo). Se isso acontecer, a volta do mundial de motovelocidade ao país terá totais condições de acontecer”.

No SP Races, haverá ainda a “Driving Experience”, que permitirá a qualquer pessoa com licença da CBA usufruir as pistas, utilizando carro próprio ou alugado no local. Será permitida a entrada nas pistas de qualquer pessoa como acompanhante, desde que tenha assinado termo de responsabilidade.

O SP Races será aberto ao desenvolvimento e aplicação de ações de marketing de relacionamento ligadas ao automobilismo, abrangendo estratégias que podem ter como ferramenta os veículos de competição ou a organização de eventos especiais para os clientes. O objetivo é auxiliar os interessados a melhorar a comunicação direta com os seus públicos de interesse.

Para garantir a segurança de todos os visitantes, o complexo contará com centro equipado com instrumentos avançados de primeiros socorros, serviços médicos de primeira linha, helicóptero e ambulância, sempre à disposição para transporte a hospitais. A fim de abrir espaço a outros investidores interessados no empreendimento, o grupo Projeção está promovendo diversos workshops com especialistas de todos os ramos, garantindo informação precisa e interativa.

A construção do SP Races será iniciada após a autorização do Departamento Estadual de Proteção aos Recursos Naturais (DPRN), da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. O processo entrará em fase de aprovação no âmbito do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Numa atitude de respeito aos princípios ecológicos e à população local, será submetido ao DPRN o projeto completo, com soluções e alternativas prévias.
 
O objetivo é dar início às obras tão logo o EIA e o RIMA sejam aprovados, com expectativa de que o SP Races esteja pronto para iniciar suas operações em dez ou 12 meses após a aprovação do projeto pela Secretaria do Meio Ambiente.

“Nossa projeção é de que possamos a começar a ‘brincar’ no autódromo após o segundo semestre de 2008”, estipulou Luis Roberto de Souza.

Na fase de construção, o grupo espera que sejam criados cerca de três mil postos de trabalho e, quando estiver em funcionamento, perto de 400 empregos diretos — entre operadores de equipamentos, segurança, sala de imprensa, técnicos de automóveis de corrida, operadores de boxes, faxineiros, recepcionistas, médicos e paramédicos, dentre outros profissionais.

O grupo Projeção preocupa-se em dialogar com representantes de loteamentos vizinhos, a fim de demonstrar como serão evitados impactos prejudiciais. Além disso, desenvolveu programas de ações em benefício da comunidade e de pessoas que possivelmente encontrarão oportunidades de trabalho no empreendimento. Dentre estas ações, incluem-se, por exemplo, a criação de uma unidade profissionalizante de mecânica de competição e a implantação de centro de convivência, creche e horta comunitária.
 


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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