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Moto

Nova Hayabusa é avaliada no sul do país

22 de April de 2008

Tivemos a oportunidade singular, neste mês, de fazer o primeiro teste de pista da nova Hayabusa 2008, também chamada de “geração II”, que, aqui no Brasil, ainda não se encontra para venda nas concessionárias autorizadas da Suzuki e, quando vier, será identificada como modelo 2009.

Temos uma larga identificação com esta moto, pois fomos os primeiros da imprensa especializada brasileira a divulgar o seu lançamento mundial em junho de 2007, quando muitos até duvidavam de sua continuidade.

Fomos os primeiros a registrar a chegada de uma nova Hayabusa no porto de Rio Grande (RS), por importação direta. Fomos os primeiros a flagrar uma rodando em solo brasileiro, vinda do Uruguai, em um moto encontro que aconteceu na cidade de São Lourenço (RS) e, agora, com a especial colaboração da Maker Importação e Exportação, de Novo Hamburgo (RS), somos os primeiros a relatar um teste dinâmico para os leitores.

Tudo isto porque a J. Toledo Suzuki Motos do Brasil, distribuidora oficial para o Brasil, não disponibiliza as novas Hayabusa em sua rede de concessionárias, procurando desovar seu estoque de modelo 2007, atitude que abriu uma boa oportunidade de mercado para vários importadores, pois desde novembro passado esta moto já é vendida nos Estados Unidos e na Europa.

A moto que usamos para o teste é a segunda importada pela Maker, que já tem programado para chegar mais três unidades para o mês de maio, sendo uma laranja, igual a que usamos, uma preta e uma azul. A de cor branca também pode ser obtida, mas nos foi informado que custa muito mais caro, por se tratar de uma série limitada.

Na manhã de 12 de abril, levamos a nova Hayabusa laranja em uma pick-up até um autódromo situado na cidade de Viamão (RS). Para melhor ilustrar o teste, levamos também nossa própria Hayabusa 2006, que havíamos customizado com o mesmo esquema de cores desta 2008, ainda no ano passado.

De cara, a primeira impressão que se tem sobre a nova cor da Hayabusa é que ela é muito diferente, oferecendo vários tons de acordo com a incidência de luz. Não é um tom de laranja puro, mas um laranja misturado com a cor de cobre e muito perolizado, uma cor que não se consegue retratar adequadamente em uma foto. Por isso, quando customizamos a nossa Hayabusa 2006, usamos apenas um laranja perolizado, que agora se vê ser diferente do tom real.

À primeira vista, a nova máquina não parece ser muito diferente da anterior, mas olhando as duas, logo começamos a perceber que o design da antiga já tinha envelhecido.

Os detalhes de atualização da nova Hayabusa realmente a deixaram mais moderna. O farol dianteiro maior, a reestilização dos piscas dianteiros e entradas de ar, a nova forma do tanque, que é mais baixo e melhor acomoda o piloto na bolha, a nova rabeta com piscas acoplados, tudo proporcionou à esta Suzuki um traço mais moderno, embora com sutileza.

Segundo a fabricante, uma pesquisa com os consumidores americanos, que são os que mais compram esta moto, indicou que havia um desejo de que a moto não mudasse muito. Acreditamos, porém, que o verdadeiro motivo para a manutenção do projeto básico tenha sido fatores aerodinâmicos, o que num futuro breve, explicaremos melhor.

Das impressões estáticas, temos por fim o painel, que agora está bem mais moderno e, finalmente, incorpora um indicador de marchas.

O motor, agora bem mais potente e mais forte, alcança 194 HP com 8,5% mais torque e, com a nova eletrônica embarcada, possibilita ao piloto ajustar três diferentes modos de operação. Um moderníssimo sistema de gerenciamento do motor e da injeção de combustível que, por um simples controle no manete direito, proporciona ajustar o desempenho do motor para potência total no modo “A”, sendo este o modo padrão.

No modo “B”, há a possibilidade de limitar a potência a fim de se obter maior economia e, no modo “C”, uma maior redução de giro para trafegar na chuva ou pisos escorregadios.

Já há algum tempo, os fabricantes optaram por limitar a velocidade máxima das motos de série em 300 Km/h, o que não impediu que, em 2006, a Hayabusa antiga fosse superada pela Kawasaki ZX-14, não tanto no quesito velocidade, é claro, mas com mais potência incorporada e sem tanto compromisso aerodinâmico. A nova Ninja se apresentou bem mais macia e confortável para guiar, com grande ganho na aceleração.

Esta é a primeira grande diferença para quem está acostumado com a velha Hayabusa e começa a pilotar esta nova. Ela está bem mais macia e suave no funcionamento de seu novo motor de 1340cc. Os novos escapamentos abafam muito seu ruído, tornando-a bem silenciosa, mas o que mais se sente é que ela parece bem mais equilibrada e sobe o giro com muita rapidez, mas de forma mais linearmente contínua.

Andando, ao fechar o punho, a moto responde imediatamente e com muito mais rapidez, ou seja, a aceleração ficou ainda mais forte. Não é a toa que uma comparação feita por uma publicação americana especializada, ao comparar a nova Hayabusa com a ZX-14, constatou números muito próximos entre as duas, tanto em velocidade máxima quanto em aceleração, embora com ligeira vantagem para a nova Busa.

Ao se verificar os dados técnicos da nova moto, constatam-se — além do aumento da cilindrada e da incorporação da eletrônica embarcada — novos pistões mais leves e mais resistentes, novas válvulas de titânio com o controle dual da Suzuki e o aumento da taxa de compressão em 1,5 ponto, que passou a ser de 12,5:1. Detalhes que colaboraram muito para este desempenho superior.

Na pista, tudo isso se traduz em um tempo menor para se alcançar altas velocidades, porém com uma sensação de mais maciez e sem tanto barulho ou vibração. Não é preciso nenhuma habilidade para empinar a roda dianteira da moto, basta acelerar rapidamente e é necessário cuidar também da troca de marcha, pois ela empina até na troca de segunda para terceira, tudo com muito mais suavidade, embora com bem mais vigor e rapidez, em qualquer faixa de giro.

As retomadas ficaram mais aceitáveis, dispensando, em alguns casos, reduzir marcha para ganhar giro. Como o peso foi aumentado em apenas dois quilos, só se sente ganho de desempenho.

Andando mais e melhor, tornou-se necessário melhorar a capacidade de frenagem da Hayabusa. Os discos de freio novos são menores, com 310 mm, mas são mais grossos, com 5,5mm.

Comprida e pesada, sempre foi um dos seus pontos de maior crítica ser um pouco difícil de manobrar em curvas e frear agressivamente nas entradas de curva, tal qual as superesportivas de 1000cc. Isso não mudou muito, mas dá para sentir que, com o grande aumento de potência, a capacidade de frenagem continua boa, mas não se pode esperar segurar tamanha massa com uma “alicatada”, como se faz com uma moto de 70 ou mais quilos a menos.

A redução de marcha, se não for bem aplicada, facilmente faz a roda traseira travar, tornando perigosa uma manobra de curva em alta velocidade, assim como, durante todo o contorno, a aceleração deve ser bem dosada, pois como qualquer “beliscada” no acelerador tem uma rápida e efetiva resposta, o controle da moto pode ser perdido.

A suspensão não apresenta grandes diferenças ao se pilotar, mas foi recalibrada para agüentar uma maior força de mergulho, em frenagens mais bruscas decorrentes de uma maior capacidade de aceleração. Tudo continua funcionando com muita harmonia, mas com mais desempenho, principalmente na aceleração, suavidade, conforto, menos ruído e vibrações.

Isto é o que se sente com a nova Hayabusa. Palavra de quem está bem acostumado com a “velha”.

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