Honda Pop 100 versus transporte público

Economia de tempo e dinheiro faz do modelo de duas rodas um bom investimento.

Por Leandro Alvares

Aldo Tizzani

Como diz a máxima popular, “contra números não há argumentos”. Então vamos a eles. Num trecho de 16 quilômetros entre as zonas norte e sul da cidade de São Paulo, o paulistano gasta R$ 4,00 de condução (integração ônibus-metrô) para ir ao trabalho.

O tempo para percorrer a distância é de pouco mais de uma hora. Como este trabalhador tem que voltar para casa, ele gasta duas horas e R$ 8,00 por dia no transporte público. No final do mês lá se vão mais de R$ 176,00 só para ir e voltar do trabalho.

Para fugir desta “camisa-de-força” que sufoca milhões de cidadãos brasileiros, uma alternativa vem ganhando cada vez mais força, a aquisição de uma motocicleta. Hoje, há no mercado algumas opções de motos “populares” como, por exemplo, a Sundown Hunter 90 e a Honda Pop 100.

Para esta análise econômica tomamos como base o último lançamento da marca japonesa. No mesmo trajeto de 32 quilômetros por dia, o motociclista ganha cerca de uma hora no deslocamento entre os bairros da Vila Guilherme (zona norte) e Praça da Árvore (sul). Além da economia de tempo, sem contar com o desconforto das filas e vagões lotados, o mais impressionante é o que se economiza em dinheiro.

Nas primeiras avaliações com a Pop, a moto da Honda faz cerca de 36 Km/L. Com seu tanque de apenas quatro litros é possível rodar 144 quilômetros. Ou seja, dá para este trabalhador rodar praticamente a semana inteira com um tanque de combustível, gastando aproximadamente R$ 10,00 por semana. Na ponta do lápis, a conclusão é simples: a aquisição de uma moto popular é um bom negócio.
 
Então voltamos aos números. Economia de tempo: uma hora por dia, 22 horas por mês, contra as 44 horas em média que seriam gastas dentro do ônibus e metrô. Economia de dinheiro: R$ 176,00 gastos em transporte coletivo contra R$ 40,00 de combustível na Pop 100.

Com a diferença — R$ 136,00 — é possível pagar o consórcio da Pop 100, composto de 72 parcelas de R$ 75,08, e ainda sobra um troco (R$ 20,92) para comer uma pizza ou tomar um sorvete no final de semana. É, com certeza, uma alternativa racional ao ineficiente transporte urbano. Sem dizer que está ao alcance de muitos brasileiros.

Pilotando a Honda Pop 100

Andando pelas ruas da capital paulista, a Pop 100 chama a atenção dos outros motociclistas. Muitos querem saber se o modelo é realmente o último lançamento da Honda. Outros brincam questionando se é o relançamento da Caloi Mobilete. Mas a pergunta mais comum é, “quanto custa?”.

Com certeza, o preço de R$ 3.990,00 é um grande atrativo para a compra do modelo. Ao subir na moto, boas surpresas para o motociclista. O banco é largo e pode transportar duas pessoas com conforto. Infelizmente, o modelo popular da Honda perdeu aquele prático “porta-malas” sob o assento, marca registrada da Biz. O guidão, que parece bastante com os das antigas bicicletas, está bem posicionado e ajuda o condutor a mudar de direção com facilidade. Os espelhos retrovisores ovalados oferecem uma boa visão dos veículos de trás. Já os comandos são “espartanos”, mas cumprem o seu papel.

Agora é hora de enfrentar o caos do trânsito urbano. A moto não tem partida elétrica, porém pega de primeira. Para quem está acostumado a rodar de Biz vai estranhar um pouco a embreagem, já que agora tem acionamento manual. Assim, o modelo ficou com mais cara de moto do que de scooter.
 
Já o conhecido motor de 97,1 cm³ atende à proposta urbana. Apesar de seu baixo desempenho, há torque e potência (6,5 cv) suficientes para se rodar na cidade, a uma velocidade média de 70 km/h. Na largada, o propulsor é bastante esperto, mesmo com garupa. Além disso, oferece uma absurda economia de combustível.
 
No conjunto suspensão e freios nenhuma surpresa, já que trabalham de acordo com seu tamanho e peso. Na dianteira, a suspensão de maior curso suporta bem os solavancos dos pisos irregulares. O freio é a tambor.

Neste projeto, a Honda fez de tudo para montar uma moto boa, “bonita” e barata, porém poderia ter investido um pouco mais no quesito segurança, principalmente com a adoção do freio a disco.

Na traseira, suspensão bichoque — com as molas dos amortecedores amarelas em todas as versões — e freio a tambor. Em função do curso do amortecedor 83 mm, a suspensão é firme e o freio bastante eficiente para sua categoria. O chassi monobloco, feito em tubos de aço, é um dos responsáveis por deixar a moto na “mão”. Enfim, um conjunto que impressiona pela economia e agilidade.

Fotos: Aldo Tizzani / Divulgação.

Fonte:
Agência Infomoto

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