Honda CG Titan 150 ESD: A mais vendida

Agilidade, economia e fama de resistente são os principais trunfos da street da Honda.

Por Leandro Alvares

Arthur Caldeira

Quando testamos uma moto, procuramos analisar as qualidades e eventuais defeitos de cada modelo de acordo com sua proposta. Mas o que dizer de uma motocicleta que, além de existir há 31 anos, é o veículo mais vendido do Brasil, seja em duas ou quatro rodas? Pois assim é a Honda CG 150 Titan.

Lançada em 1976, sua história confunde-se à popularização das motocicletas e à própria história do motociclismo no país. Afinal é raro encontrar um motociclista que não tenha pilotado uma CG.

Seus proprietários costumam qualificá-la de robusta e durável; “pau-pra-toda-obra”, no português claro. Adjetivos que ajudam a entender porque 389.263 unidades da Titan 150 foram emplacadas de janeiro a dezembro de 2006, fazendo dela o best-seller da indústria nacional.

Só para se ter uma idéia, o VW Gol, o carro mais vendido, chegou à marca de 189.119 vendidas no ano passado. Ou seja, vende-se mais que o dobro de CG do que do carro mais vendido.

Neste ano, os números de emplacamentos mostram que deve haver outro recorde: antes mesmo do fechamento do mês de julho, 239.951 novas CG 150 ganharam as ruas. É bom lembrar que não só a popular Honda está alcançando vendas impressionantes, mas também todas as motocicletas estão aproveitando o fácil acesso ao crédito e o aumento da renda para bater recordes. Mas o que faz da CG 150 o verdadeiro best-seller?

Constante evolução

Ao longo do tempo, a “CGzinha” evoluiu e passou por diversas modificações: na mais recente, em 2004, ganhou um motor maior de 150cc e mais moderno, recebendo o nome de CG Titan 150. O monocilíndrico de exatos 149,2 cm³, comando simples no cabeçote (OHC) e refrigerado a ar, produz 14,2 cv de potência máxima a 8.000 rpm e 1,35 kgf.m a 6.500 rpm. Não é um desempenho excepcional, porém, suficiente para sua proposta urbana e utilitária. A vantagem fica por conta economia, já que a média de consumo gira em torno dos 30 km/l.

Outro ponto forte da Honda é o grande número de revendas no país, o que facilita bastante o acesso às peças de reposição. Sem falar que com o grande volume de vendas, existem diversas opções de peças no mercado paralelo.

Ciclística robusta

Quando trocou o motor OHV de 125cc pelo OHC de 150cc, a CG também ganhou novo quadro, do tipo diamante estampado em aço, mais resistente às péssimas vias brasileiras. No conjunto de suspensões, soluções comprovadamente resistentes. Na dianteira, garfo telescópico com curso de 130 mm, enquanto na traseira dois amortecedores com 101 mm de curso.

Privilegiando o conforto, o sistema faz com que a CG pule bastante em ondulações nas ruas de grandes cidades, como São Paulo. Porém, agüenta o tranco sem grandes problemas e sem causar instabilidade na condução.

O sistema de freios na versão top de linha, a ESD, é formado por um disco simples de 240 mm de diâmetro, na dianteira, e tambor, na traseira. Com isso, dá conta do recado. Nas outras versões (ES e KS) o freio dianteiro também é a tambor. Não se trata de um freio muito eficiente, mas que reduz os custos do modelo e contribuí para os exorbitantes números de venda. Completam o conjunto da Titan 150: pneus Pirelli City Demon, projetados pelo fabricante especificamente para este modelo. 

Itens de luxo

Todas as versões dessa Titan 150 contam com o sistema de “shutter key” (bloqueador de acesso à ignição com chave sextavada e com codificação magnética) e trava do guidão associada à ignição. Tudo para evitar furtos, pois como todo modelo campeão de vendas, a CG sofre com o assédio dos “amigos do alheio”.

O painel é simples, tem somente velocímetro, marcador de combustível e luzes de advertência. Um conta-giros seria bem vindo. A ESD traz, além do hodômetro total, presente em todas as versões, um parcial. Outro item extra da top de linha é o suporte da garupa em alumínio fixado ao quadro.

Nas versões mais simples, a pedaleira do carona é fixada na própria balança. Porém, todas elas vêm equipadas no pneu traseiro com o sistema tuff-up, desenvolvido em conjunto entre a Honda e a Pirelli. Trata-se de uma câmara de ar dupla com um líquido selante que é liberado quando o pneu é perfurado. Evitando assim o esvaziamento imediato do pneu.

Opinião de milhões

Difícil rodar com a CG 150 e não se convencer que se trata de uma motocicleta que atende ao uso que se propõe. Ágil no trânsito e econômica, ela é o transporte ideal para fugir do ônibus lotado ou do trânsito engarrafado. Já a célebre resistência do modelo é comprovada pelos milhões de exemplares em bom estado que povoam nossas ruas — muitos de versões antigas do modelo.

A qualidade da Honda CG Titan 150, aliada ao seu papel na trajetória de crescimento da indústria de duas rodas no Brasil, fez com que ela se tornasse um sucesso de vendas, que dificilmente será alcançado. Afinal, como discordar dos milhões de motociclistas que optam pela Honda CG?

Ficha Técnica

Motor: 4 tempos, um cilindro, 2 válvulas, comando simples no cabeçote (OHC) e refrigeração a ar 
Capacidade cúbica: 149,2 cm³ 
Potência máxima: 14,2 cv a 8.000 rpm 
Torque máximo: 1,35 kgf.m a 6500 rpm 
Câmbio: 5 velocidades
Transmissão final: corrente
Alimentação: carburador a vácuo de 25 mm de diâmetro
Partida: Elétrica
Quadro: tipo diamante em aço estampado
Suspensão dianteira: Garfo telescópico com 130 mm de curso
Suspensão traseira: Duplo amortecimento com 101 mm de curso
Freio dianteiro: Disco de 240 mm de diâmetro e pinça de pistão duplo
Freio traseiro: Tambor de 130 mm diâmetro
Pneu dianteiro: 80/100 - 18 M/C (47P)
Pneu traseiro: 90/90 - 18 M/C (57P) 
Comprimento total: 2.002 mm 
Largura total: 743 mm 
Altura total: 1.085 mm 
Distância entre eixos: 1.323 mm 
Distância do solo: 175 mm
Altura do assento: 792 mm
Peso seco: 121 kg 
Tanque de combustível: 14,0 litros (incluindo 2,0 L de reserva)
Cores: Azul, prata, preta e vermelha   
Preço: R$ 6.588,00 (preço sugerido pela montadora base Estado de São Paulo, sem incluir despesas com frete e seguro)

Fotos: Renato Durães.

Fonte:
Agência Infomoto

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