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Moto

Harley Electra Glide Ultra Classic

02 de July de 2007

Aldo Tizzani

Uma manhã de sábado ensolarada e de céu azul, ideal para uma viagem de moto. Na garagem, um mito. Depois de separar os equipamentos e colocar a jaqueta, o capacete e as luvas, então era hora de dar o “start” e pôr o pé na estrada. Com a Harley-Davidson Electra Glide Ultra Classic, modelo top de linha da família Touring, saí de casa com a nítida sensação de que estava com “cara de tiozão”, apesar de meus 37 anos.

Na rua, o estilo retrô desta HD chama muito a atenção, seja de motoristas como também de outros motociclistas. Entre uma parada e outra no semáforo, as perguntas eram as mesmas: Que moto é essa? Têm quantas cilindradas? Quanto custa? Agora um pouco mais de paciência, pois todas estão perguntas serão respondidas.

Como principais características, a Electra está equipada com um “torcudo” motor de 1584 cm³, Twin Cam 96, pintado de preto e com as tampas cromadas, malas laterais rígidas e Topcase, com capacidade de 38,5 litros, além do banco em dois níveis e do piloto automático de série.

Esta tríplice aliança — desempenho, espaço para bagagem e conforto — faz da Ultra Classic uma excelente opção para quem pratica o mototurismo. O preço deste “sofazão sobre duas rodas” é de R$ 80 mil.

Esta clássica Harley gosta mesmo é de rodar em estradas em perfeitas condições como, por exemplo, as rodovias Bandeirantes e Washington Luis, ambas em São Paulo. Então era hora de pegar a estrada.

Na Bandeirantes, liguei o rádio. Para minha surpresa, a estação sintonizada era de uma emissora que só toca classic rock. Pura coincidência! Alguns quilômetros à frente, a trilha sonora não poderia ser outra: “Born to be Wild”, com "Steppenwolf". Depois vieram Black Sabath, Led Zeppelin e até Eric Clapton.

Resumindo: eu estava muito bem acompanhado no melhor do duo entre rock and road. À medida que a rotação do motor ia subindo, o volume acompanhava o ritmo das rpm. O bom sistema de áudio é fornecido pela Harman-Kardon e conta com quatro potentes alto-falantes.

Se a garupa não estiver satisfeita com a música, ela pode trocar de estação, aumentar e baixar o volume, já que os comandos estão nas laterais do banco. Falando em garupa, piloto e passageiro viajam confortavelmente em um banco de couro. Além disso, as pedaleiras plataformas estão muito bem posicionadas. Como tenho 1,72 m, a visão fica um pouco prejudicada, já que o escudo frontal está na mesma linha que meu campo de visão. Ou o piloto ficava com uma postura mais ereta ou relaxava e se posiciona abaixo da proteção, até achar uma posição ideal.

Motor e ciclística

O motor “V2” desta top da linha Touring da Harley-Davidson é bastante “torcudo”, são 12,3 kgf.m a 3400 rpm. A moto tem muita força em baixas rotações e isso é sentido nas “arrancadas”, como também nas retomadas. Para esta moto, a velocidade de cruzeiro é de cerca de 140 Km/h. Já a potência chega a 79 cv a 5.300 rpm. Muito pouco para uma moto de quase 1600 cm³.

Alimentado por injeção eletrônica de combustível seqüencial (ESPFI), o propulsor Twin Cam 96 conta com câmbio de seis velocidades. Detalhe: a sexta é over-drive. A transmissão da força do motor para a roda é feita por meio de correia dentada, marca registrada das motos HD. Para reduzir a vibração que é bastante sentida com a moto parada, o bloco do motor foi apoiado sobre coxins de borracha. Resumindo, na estrada a Ultra Classic sente-se em casa, já na cidade, passar com esta moto nos corredores é missão quase impossível.

Outras marcas de motos premium optaram por uma maior tecnologia embarcada, caso da BMW K 1200 LT e da Honda GL 1800 Gold Wing, primeira moto do planeta a vir, de série, com o sistema airbag. Já a Harley atualizou seus modelos, principalmente no que diz respeito ao motor e ao chassi, porém utilizou receitas tradicionais na sua parte ciclística. Ter uma Harley-Davidson é sinônimo de status, além de ser um ícone norte-americano com fãs em todos os cantos do mundo.

O conjunto de freios — disco duplo na dianteira e simples na traseira — está muito bem dimensionado. A frenagem é bastante precisa, mesmo em situações extremas. O traseiro se mostrou bastante eficiente para parar esta “jamanta” de 2,4 metros e 332 quilos (a seco).

Com relação às suspensões, nada de novo: garfo telescópico de 117 mm de curso na dianteira e, na traseira, duplo amortecedor de 76mm de curso e com regulagem na pré-carga da mola. O conjunto se mostrou extremamente eficiente nos tapetes das rodovias paulistas. Nas vias urbanas, cheias de desníveis e ondulações, HD Ultra até enfrentou bem as imperfeições do piso, levando-se em consideração seu porte.
 
Depois de mais de 400 quilômetros, ouvindo rock´n´roll e chamando a atenção de todos nas ruas e na estrada com esse mito americano, percebi que ser “tiozão” está na moda.

Ficha Técnica

Motor: Dois cilindros em “V”, Twin Cam 96, refrigerado a ar
Potência máxima: 79 cv a 5.300 rpm
Torque máximo: 12,3 Kgf.m a 3400 rpm
Capacidade cúbica: 1584 cm³
Diâmetro x curso: 95.3 mm x 111.1 mm
Sistema de alimentação: Injeção Eletrônica de Combustível Seqüencial (ESPFI)
Relação de compressão: 9.2:1
Sistema de partida: Elétrica
Câmbio: Seis velocidades
Transmissão final: Correia dentada
Capacidade do tanque: 18,9 litros
Chassi:  De aço tubular de secção quadrada na trave principal, com tubos inferiores simétricos
Suspensão dianteira: Telescópica de 41.3 mm
Suspensão traseira: Amortecedores com regulagem de pré-carga a ar  
Freio dianteiro: Disco duplo de 292 mm, com quatro pistões
Freio traseiro: Disco simples de 292 mm
Roda/pneu dianteiro: Liga-leve de 9 raios, D402F MT90B16 72H,  Dunlop® Harley-Davidson Series, blackwall
Roda/pneu traseiro: Liga-leve de 9 raios, D402 MU85B16 77H, Dunlop® Harley-Davidson Series, blackwall
Dimensões (C X L X A): 2400 mm X 970 mm X 1450 mm 
Distância entre-eixos: 1610 mm 
Altura do assento: 693 mm
Altura ao solo: 130 mm
Peso seco: 332 Kg  
Cores:  Vivid Black, Fire Red Pearl e Pacific Blue Pearl 
Preço: R$ 79.900,00

Fotos: Caio Mattos.

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