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Moto

Comparativo: dois estilos de viajar

12 de May de 2007

Aldo Tizzani

Dois pilotos experientes, duas motos de estilos completamente diferentes e um único destino: a estância hidromineral de São Lourenço (MG), que fica numa posição estratégica entre três capitais da região Sudeste. Está a 260 quilômetros do Rio de Janeiro, 290 de São Paulo e 390 de Belo Horizonte.

O objetivo desta viagem-teste — com 700 quilômetros de ida e volta da capital paulista — era conferir o comportamento da Shadow 750, a classic custom da Honda, e da Suzuki Bandit N1200, uma autêntica representante da categoria naked; e analisar em condições normais de uso itens como conforto, segurança e consumo.

Detalhe: os dois modelos foram projetados para rodar em estradas em boas condições de conservação. E foi isso que aconteceu nesta viagem. Mas antes de colocar o pé na estrada, é preciso acomodar a bagagem. As duas motos não oferecem boas soluções para transportar mochilas, por exemplo. Faltam pontos de fixação.

Na Bandit, a melhor solução é a instalação de um “top case”. Já para a Shadow, a dica é colocar alforjes laterais, bolsas de couro que completam o estilo custom da moto. Se o piloto da Honda viajar com garupa, um sissy-bar (encosto) será muito bem-vindo, já que oferece mais conforto, principalmente em longas viagens.

Desempenho

Já na estrada, as motos foram idealizadas para pilotos de “tocadas” completamente distintas.  No caso do equipamento da Honda, que custa R$ 29.980,00, o motociclista deve ter consciência que a motocicleta não foi feita para altas velocidades, já que o vento também vem forte no peito (a instalação de um pára-brisa dará maior segurança na pilotagem). Sem falar que em estradas sinuosas, como as de Minas Gerais, o desempenho da Shadow fica limitado pela sua ciclística custom, projetada para as retas, e a inclinação nas curvas também é reduzida, já que as pedaleiras raspam facilmente no asfalto.

Numa velocidade de cruzeiro de 120 Km/h, o moto-viajante poderá aproveitar cada minuto sobre a motocicleta. A custom tem “cara de tiozão” e seu comportamento na rodovia vai ao encontro do motociclista que não tem a preocupação com o horário, tempo de pilotagem, mas sim com a qualidade da viagem.

Nestas condições, a moto fez 16 Km/l. Agora, se o motociclista rodar com o “cabo enrolado”, o consumo fica alto para uma moto de 745 cm³ e 45,8 cv de potência máxima — 13 Km/l. Mas temos que levar em conta a configuração do motor — dois cilindros em “V” a 45º — e também o excesso de peso da moto.

Na Bandit só alegria. A começar pelo preço: R$ 41.133,00. O motorzão de quatro cilindros em linha de 98 cv de potência máxima oferece ao piloto boas doses de adrenalina — a moto chega a 230 Km/h.

Na estrada é possível manter a quinta marcha praticamente o tempo todo, devido ao torque abundante desde as baixas rotações. O consumo é praticamente o mesmo se comparado à custom da Honda: 16 Km/l. Só que esta Suzuki tem um propulsor de 1.157 cm³ de capacidade e tanque para 20 litros. Com isso, sua autonomia é bastante superior ao modelo “adversário”, que tem apenas 14,3 litros. Isso, sem dúvida, é uma vantagem da Suzuki em longas viagens.

Mas caso o condutor seja mais “nervoso” ao girar o acelerador, o consumo da Bandit pode aumentar bastante, forçando mais paradas para abastecimento. Por isso, às vezes, é melhor acelerar menos e também parar menos. A viagem acaba rendendo mais e sendo mais econômica, já que as visitas ao posto de gasolina são menos freqüentes.

Ciclística

Nos quesitos quadro e suspensões, as duas motos apresentam configurações completamente diferentes. A Shadow conta com chassi berço duplo em aço, em que são fixadas a suspensão dianteira telescópica e a traseira duplo-amortecida. A geometria das suspensões, o baixo centro de gravidade e os pneus largos favorecem a condução em estradas retas. Isso aliado ao guidão largo, banco no melhor estilo “sela” e as pedaleiras avançadas deixam o piloto “sentado” sobre a moto.

Numa viagem solo, a dica é posicionar a bagagem bem próxima do corpo do piloto, formando uma espécie de encosto. Já freios estão de acordo com sua proposta; disco simples na dianteira e a tambor na traseira.

Na Bandit, o quadro é tubular pintando na cor da moto. A suspensão dianteira usa garfo telescópico tradicional e a traseira, um único conjunto mola-amortecedor fixado à balança por meio de links.

O conjunto dá conta do recado de absorver bem as ondulações do piso irregular. Numa pilotagem mais radical, principalmente em curvas, a Bandit 1200 “deita” quase como uma esportiva, mas sem deixar o conforto de lado, já que conta também com banco largo e em dois níveis. A posição de pilotagem é quase perfeita. Para finalizar, os freios a disco são absurdamente eficientes — duplo na dianteira e simples na traseira.

Agora, é só escolher a moto de sua preferência, um destino e boa viagem!

Fotos: Arthur Caldeira e Renato Durães.

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