Quer seja no mundo das profissões, do esporte ou até mesmo nas relações do cotidiano, as mulheres ocupam um espaço de extrema notoriedade. O machismo, ainda existente, aos poucos vai se convencendo de que elas são, de fato, poderosas, detentoras de um estilo, beleza e, principalmente, inteligência, que se mostram distante do universo masculino.
O que é mais belo e sedutor do que uma linda motoca? A resposta está na combinação das velozes máquinas à delicadeza e ao charme feminino. As mulheres motociclistas, sem dúvida, chamam a atenção de qualquer pessoa, mesmo a quem não se interessa pelas aventuras sobre duas rodas.
Prova disso são as quatro amigas de Balneário Camboriú, Santa Catarina, as quais comprovam a presença feminina em um universo que há tempos deixou de ser exclusivo dos homens. Andréia de Souza, Cristiane Guedes, Gisele dos Santos e Mariana Reis se tornam celebridades por onde passam; cada uma a bordo de sua moto - Honda CBR 900rr, Yamaha R1, Honda 954 e Honda CBR 600rr, respectivamente -, seguindo na direção do horizonte pelas estradas do país.
Jovem empresária, de 22 anos, Cristiane tem pelas motos uma paixão de infância. "A loucura por motos surgiu quando eu roubei uma RD 350 do meu tio, quando tinha apenas 11 anos", conta. "Acelerei e abriu giro; mas eu permaneci sobre ela, firme na motoca, e todos gritando 'pula, pula!', e eu querendo andar. A velocidade, o vento no rosto, fizeram com que eu me apaixonasse pelas motos", ressalta a bela loira, dona de uma loja de motos. "Para variar", brinca.
As amigas da piloto também alimentam uma forte relação com as charmosas máquinas desde pequenas. "Acredito que isso está no sangue. Meu pai curtia muito as Lambretas na sua época, e desde a minha adolescência eu já participava de encontros de motos", revela a também empresária Mariana Reis, de 27 anos. Gisele, publicitária de 33 anos, vai além e destaca a liberdade que sente sobre uma motocicleta. "É quase indescritível. Parece que a moto faz parte do meu corpo, as curvas das estradas me dão muito prazer".
Representante de vendas, Andréia descobriu sua relação com as motos por meio das trilhas que realizava na companhia de amigos. "Eu tinha 17 anos quando percebi que a vida sobre duas rodas teria de fazer parte do meu cotidiano. Só uma moto faz com que eu me sinta realizada", garante a motociclista de 31 anos.
Nesta matéria especial, o MOTO.com.br entrevistou as quatro aventureiras das estradas, a fim de saber os principais detalhes das viagens e da vida das belas amigas. Confira o bate-papo:
Moto.com.br: Como vocês se conheceram?
Gisele: Conheci a Mari numa peixada, na casa de uma outra amiga nossa. A Cris, de frente ao Chaplin, um point das motocas. Ela estacionou ao meu lado e, óbvio, falamos como duas tagarelas empolgadas. A Andréa já tinha amizade com a Cris, daí naturalmente se tornou tanto minha amiga quanto da Mari.
M: Como costumam ser as viagens de vocês?
Cristiane: Nossas viagens são sempre diferentes. Ficamos muito unidas, uma cuidando da outra, conversamos bastante sobre a estrada e em relação a onde vamos parar. O mais lindo nas viagens é aquele momentinho indispensável entre nós, de acelerar tudo o que podemos.
M: Qual a maior (ou melhor) lembrança que guardam a respeito das viagens e da vida sobre duas rodas?
Andréia (Honda CBR 900rr): Quando arrastei o joelho no chão pela primeira vez. Foi inesquecível!
Cristiane (Yamaha R1): Tenho tantas imagens e lembranças de lugares lindos pelos quais viajamos, mas a primeira viagem de nós quatro juntas, neste ano, para mim foi tudo. Sei que vou manter essa lembrança sempre comigo. Foi lindo!
Gisele (Honda 954): Quando comecei a andar, testei demais os meus limites. Tomei uns três "chãos", mas quem sofreu mesmo foi a moto. Saí bem dessa e resolvi fazer um curso de pilotagem em Interlagos. Depois que aprendi a fazer curvas fiquei muito emocionada; poder controlar a máquina dá muito prazer.
Mariana (Honda CBR 600rr): A passagem pela Cordilheira dos Andes, sem dúvida, é minha melhor lembrança.
M: Já sofreram algum tipo de preconceito por serem mulheres a bordo de uma super-máquina de duas rodas?
Andréia: Nunca.
Cristiane: Até hoje só recebi elogios, admiração pelo que faço.
Gisele: Num evento em que fui acompanhada de minha filha, de 12 anos. Assim que chegamos um babaca gritou: "trouxe a namorada?" Acho que essa foi a única vez que escutei uma imbecilidade. No geral é muito pelo contrário. Quando paro no posto para abastecer, tiro o capacete e caem os cabelos sobre meus ombros; as pessoas vêm me cumprimentar: "nossa, é uma mulher! Que legal, você passou pela gente lá atrás..."
Mariana: As pessoas pensam que nós, mulheres, não temos condições de pilotar e ter uma moto, já que a maioria dos pilotos é formada por homens. Já escutei engraçadinhos falando que a moto é do meu marido e que estou dando uma voltinha. Também ouvimos muitas gracinhas quando estamos com amigas ou irmã na garupa. Os comentários são maldosos e grosseiros.
M: Além de moto, quais são suas outras paixões?
Andréia: Gosto de pedalar. Prova disso é que sou campeã catarinense e vice-campeã Brasileira de moutain bike.
Cristiane: Amo minha família, meu lar e também curto muito pegar onda, malhar.
Gisele: Meus filhotes, os quais amo demais; também o meu trabalho, que adoro, e mergulhar.
9/12/2005 Mariana: Pratico mergulho há 12 anos, adoro esportes radicais e amo cosméticos, perfumes, maquiagens...
M: Vocês consideram importante a participação de mulheres em eventos - quer seja esportivo ou de lazer - motociclísticos?
Andréia: Eu acho que as mulheres têm de estar em todas, mostrando que possuem o mesmo potencial demonstrado por qualquer homem.
Cristiane: Eu acho importante participar e fazer bonito! Mostrar que temos garra, seja no esporte ou no lazer.
Mariana: Sim. Acho que toda mulher motociclista deve prestigiar, apoiar e dividir suas experiências femininas.
M: Como é o dia-a-dia de vocês?
Andréia: Trabalho muito. No fim do dia pedalo um pouco e, depois, faço aquela volta de moto!
Cristiane: Trabalho pouco. Curto os meus dois filhos, faço musculação e, claro, sempre a moto me acompanhando.
Gisele: Tenho uma vida bem corrida. Trabalho bastante, corro na praia, tenho de dar atenção para os filhotes. Nem toco na moto durante semana, mas o simples de fato de olhá-la na garagem, quando pego o carro pela manhã, já me dá uma grande satisfação.
Mariana: Praticamente uma rotina de trabalho e academia. Sempre na espera do final de semana ou feriado para extravasar na moto.
M: Já sofreram algum acidente?
Andréia: Graças a Deus não.
Cristiane: Fui fazer curvinhas em um dia de chuva e levei um "chão". Não colidi com nada, apenas tive uns raladinhos.
Gisele: Digamos três escorregões. Não cheguei a bater, pois foi uma derrapagem seguida de frenagem dianteira forte e, depois, a moto virou sobre mim. O outro imprevisto aconteceu porque insisti em seguir viagem depois da moto ter caído sobre a minha perna. Levantei a motoca e cai de novo...
Mariana: Um nada grave e outro mais preocupante, em Londrina. Conseqüência: fratura na patela e dois pinos!
M: Quais são suas motos de paixão?
Andréia: Sem sombra de dúvidas a Yamaha R1. Ela é perfeita e é a que sonho comprar.
Cristiane: Moto para mim é a Yamaha R1! Já pilotei todas, mas só a R1 tem aquela beleza que me fascina e me faz parar para admirar os detalhes.
Gisele: Sempre fui apaixonada pela minha Honda 954. Penso em trocá-la no futuro pela 1000rr.
Mariana: Não tenho uma moto de paixão. Todas têm duas rodas e vão para onde você quiser. Mas ainda pretendo pegar uma de 1000 cilindradas.
M: Quantas motos vocês já tiveram?
Andréia: Já tive duas: uma Kawasaki Ninja e outra Honda CBR 900rr.
Cristiane: Minha primeira moto foi uma Suzuki srad 750, ano 2000, que comprei quando fiz 18 anos. E agora a R1, que sempre foi meu sonho, realizado no ano passado.
Gisele: Se contar desde criança, já tive umas oito motocas.
Mariana: Já tive seis: Mobilete, DT 180 Trilha, CB 500 (2001), GSX 750 F (2002), CBR 600F (2002) e CBR 600 rr (2004).
M: Vocês se preocupam com a segurança nas viagens?
Andréia: Sempre. Ando muito bem equipada e com a moto revisada.
Cristiane: Claro. Acho de extrema importância estar com as revisões em dia.
Gisele: Com certeza! Pneus e manutenções sempre em dia.
Mariana: Muito. Principalmente depois do meu acidente, no qual quebrei o joelho.
M: Qual foi a conquista mais importante de suas vidas?
Andréia: Minha maior conquista foi o título catarinense e o vice-campeonato Brasileiro de moutain bike.
Cristiane: Foi quando comprei a moto (R1) e vi que ela foi feita para mim.
Gisele: Minha total independência. Trabalho desde os 13 anos e em 2005 consegui montar minha empresa. Eu tinha outra agência, durante oito anos em sociedade, a qual me trouxe excelentes experiências, mas ser dona de meu negócio foi uma grande conquista pessoal.
Mariana: Minha primeira moto, pilotada na BR 101.
M: Vocês consideram expressiva a participação de mulheres no mundo da velocidade sobre duas rodas?
Andréia: Ainda não, mas sei que as mulheres são guerreiras e um dia vamos apavorar total.
Cristiane: São poucas as que realmente pilotam. Acho importante o incentivo, a força de vontade. Mas sei que vamos ter muitas outras amigas de estrada.
Gisele: Ainda não, mas os meninos que se preparem, pois estamos inspirando muita gente.
M: O que ainda sonham em fazer com uma moto?
Andréia: O sonho de nós quatro é correr profissionalmente. Já conversamos muito a respeito, e a Cris já está trabalhando que realizemos algo em breve.
Cristiane: Eu ainda sonho em chegar aos encontros de moto acompanhada dos meus filhos, cada um com a sua máquina. E pretendo também levar meus netos e bisnetos na garupa. Sei que Deus vai me ajudar nessas realizações.
Gisele: Cruzar a Europa. A Mari e eu já chegamos até a desenhar um traçado. Ainda é complicado abandonar meus negócios e me mandar numa aventura dessas, mas estou trabalhando nisso.
Mariana: Pretendo, em breve, viajar pelo litoral do Brasil, parando em pontos de mergulhos. Ou rodar pelo exterior acompanhada do meu futuro marido motociclista, lógico!
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