Pequena notável - Parte 3
No terceiro capítulo, motociclista estradeiro leva a Yamaha XTZ 125 de Monte Verde a Joanópolis.
Por Leandro Alvares
Por Leandro Alvares
Na região por onde andei com a XTZ 125cc, deu para perceber e também entender que a maior preocupação dos motociclistas é com os quesitos que englobam leveza, agilidade, durabilidade, peças de reposição e principalmente o consumo. Por lá, injeção é assunto que deve ser tratado com o farmacêutico. Não raro foi encontrar motos muito rodadas e, mesmo assim, operantes.
Na verdade, o cavalo que era o fiel companheiro foi definitivamente trocado por uma motocicleta, mas a cultura intrínseca ao movimento motociclístico tantas vezes falado ainda não chegou por aquelas bandas. Para aquele pessoal, o que vale mesmo é ter um produto que não vá dar problemas, pois caso isso ocorra com certeza vão ficar no mato e a pé.
Parado na Mercearia, vem um rapaz puxar assunto: “É o que mesmo essa mota? Tá me parecendo uma que vi passando por aqui outro dia, o cara tava perdido procurando a saída da bifurcação pra Joanópolis”.
“Você acertou em cheio, eu também estou procurando o caminho certo, mas parece que não tem placa alguma”, respondi. “Não tem mesmo, mas é fácil. Lá na frente tem um pinheiro torto pra esquerda, então o senhor pega pras direita”, retrucou o moço.
Foi ali naquela mercearia e em mais alguns locais por onde parei para assuntar sobre os caminhos que percebi a diferença entre comprar uma motocicleta para dar umas voltinhas e a de se ter uma moto como ferramenta de trabalho, transporte familiar, lazer e a sincera e quase inocente curiosidade de querer saber quantos sacos de feijão eu já tinha colocado na garupa da XTZ.
Ribanceira abaixo, fui chegando a Joanópolis (SP), situada a leste de Monte Verde (MG). Todo o trajeto foi feito de primeira a até no máximo quarta marcha, com um uso abusivo dos freios, que não perderam ação instantânea.
O motor, que possui um relativo freio motor, também não chegou a esquentar em excesso e a carburação não engasgou em momento algum. Estava feliz com o conjunto e parei no posto para abastecer com media calculada de 35,5 km/l.
Saí dos dois mil metros de altitude para chegar aos 900. Considerei que a primeira parte do trajeto havia sido cumprida com louvor; a pequena e bem traçada Yamaha XTZ estava suja, porém, percebi que era muito pouco para nós dois.
Deveria escolher uma rota e não hesitei. Abri um refrigerante e bati o martelo: vamos ver o mar do litoral norte ubatubano, ao nível do mar (altitude zero).
Reinaldo Baptistucci.
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