Fotos trocadas e vinte e dois anos depois

Colunista relembra uma hilária ocasião que o deixou marcado entre os aventureiros membros do Phanton MC

Por Leandro Lodo

Reinaldo Baptistucci

 

Ai, Ai.......deu problema, mas agora já foi, fazer o quê?

Faz tempo, muito tempo, na banca de jornal em frente a uma revenda de motos abro a revista e vejo a besteira já feita e publicada, na hora lembrei do encontro, do texto que havia escrito e das fotos que infelizmente não tinham nada a ver com o moto clube em questão......erro meu.

Não adiantava ligar, muito menos tentar explicar o fato pro JR, que deve ter ficado uma vara com a expectativa frustrada de ver seu moto clube finalmente sendo divulgado na Revista Moto & Técnica.

Na época eu tinha uma coluna destinada a publicar tudo, absolutamente tudo o que rolava nesse mundo ainda desconhecido que eram os eventos de motos, pode parecer um exagero mas, era dessa forma que as reportagens saiam, uma a traz da outra, num ritmo frenético, eram sem dúvida outros tempos, só pra se ter uma ideia, em um simples final de semana você podia escolher no mínimo 60 eventos só no Estado de São Paulo acontecendo simultaneamente, cobrir todos era impossível, ir a todos..também não, e foi assim que parado ali, no meio da rua, com a revista aberta percebi que a coisa já tinha ido longe demais.

Novo rumo deveria ser tomado, mas qual?

Passei a dividir meu tempo, escolhendo uma região e com o mapa rodoviário preso no tanque saia para a estrada com a agenda lotada, em um mês corrido participava de 6 a 8 encontros, da pra imaginar o volume de informação que na volta eu carregava na garupa da minha Moto ( Suzy DR 800)?

Lembro que usava uma máquina fotográfica Asahi Pentax SP II com lentes 35, 135 e 400 mm, e dependendo do horário da minha chegada à festa poderia usar filme 35 mm ASA 100, 200 ou 400, sempre no Cromo.

Vou dar um exemplo real de um fato ocorrido, rolava o evento de Ourinhos (maravilhoso), mas no mesmo fim de semana prolongado também acontecia o de Campo Grande (mega evento) e um muito especial Jesus Cristo Super Star MC no interior de São Paulo, em Alumínio, que era divido! Fui aos três e acampei por cinco dias, retornei com o material escrito em pedaços de papel que ia juntando no caminho, e lógico um monte de fotos que deveriam ser reveladas, foi assim que me organizei, em envelopes bem marcados e fechados passava as informações prontas e grifadas pra não ter a mínima chance de erros como o que acabei de relatar, mas faltava alguma coisa, a minha ida a Jacareí era necessária.

Certa vez fui participar do evento dos Pregos do Asfalto MC (Miguel Pereira – RJ) ,e não perdi a minha grande chance, na volta poderia passar no PHANTON MC e rever esse povo estradeiro que da aula de humildade, não pensei duas vezes e contornado a rotatória num fim de tarde vindo do Rio de Janeiro fui parar bem em frente a sede do  “MC”, lembro que foi hilário, não teve um que não elogiasse a matéria e questionasse as fotos trocadas, e por conta e obra do destino acabei sendo um assíduo frequentador de Jacareí e dos Phantons (amigos estradeiros e verdadeiros).

Hoje olhando pelo espelhinho do tempo vinte e dois anos se passaram desde as minhas primeiras reportagens com foco nos encontros, e rever mais uma vez os Phantons, foi ter uma certeza, o movimento em prol de um motociclismo com responsabilidade ainda perdura e segue no caminho certo e com o rumo traçado correto. Foi muito bom ter participado mais uma vez desse evento, que para mim tem um sabor especial, que é o de sempre lembrar com carinho do episodio histórico das fotos trocadas.

Abraços aos irmãos Estradeiros.

 

Reinaldo Baptistucci, mais que um motociclista, contador de histórias e profundo conhecedor do mundo das duas rodas, é um verdadeiro apaixonado por viagens e aventuras pelas rodovias do país e nações vizinhas.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

Compartilhe:

Receba notícias de moto.com.br