Avaliação off-road de uma pequena notável
Confira a primeira parte - de um total de cinco - da análise em terra da nova Yamaha XTZ 125cc.
Por Leandro Alvares
Por Leandro Alvares
O MOTO.com.br inicia nesta quinta-feira uma série de reportagens sobre o mais recente teste-viagem realizado pelo colunista Reinaldo Baptistucci. O veterano das estradas levou a nova Yamaha XTZ 125 para uma avaliação em terra, percorrendo mais de mil quilômetros em três dias de aventura pelo Estado de São Paulo e Minas Gerais. Pela riqueza de detalhes, a matéria foi dividida em cinco capítulos. Confira o primeiro:
Eram 12h do dia 18 de março, uma quarta-feira de sol, quando tocou o meu celular. Era o Leandro, direto da redação do MOTO.com.br, avisando que eles estavam indo para Guarulhos buscar a nova Yamaha XTZ 125cc para um teste.
Meu objetivo seria rodar com a moto por estradas de terra com um rumo traçado dias antes. Sairia de São Paulo com destino à região serrana de Monte Verde (MG). A previsão do tempo não era das melhores, e eu sabia que iria enfrentar muita lama no caminho tortuoso que me aguardava.
Às 8h da sexta-feira, estaciono a Suzy 1500 ao lado da XTZ 125. Confesso que ela seria tranquilamente transportada na garupa da Boulevard, já que seu peso não passa de 115 kg e as dimensões tendem a uma reduzida medida.
Sei também que ela tem 10,9 cv e, como disseram em outras avaliações, estava mais adequada ao uso urbano. Eu em particular duvidei de tal história e ia colocá-la nas rodovias e muitas vicinais de terra. Se ela ia se comportar bem, isso já era um outro assunto.
Liguei a XTZ e cheguei à conclusão de que estava surdo, pois não ouvia o barulho do propulsor. Silenciosa, muito além da imaginação e com uma postura ainda desajeitada dei as primeiras voltas com ela, aproveitei para frear forte e a máquina prontamente respondeu, jogando meu corpo para cima do guidão. Teria que ter cuidado. Quanto às curvas de esquina, fiquei surpreso. Você faz a 90 graus e ela mantém firme a trajetória, mas o que eu queria mesmo era vê-la rodando pelas estradas.
Marginal Pinheiros e Tietê, trânsito para lá de pesado, um mar de caminhões e motoboys apressados, uma verdadeira área de risco. Mergulhei de cabeça nessa loucura e não me dei mal. Nesse ponto a moto realmente é para ser usada com toda a energia, sem medo de ser feliz.
Segui em direção à rodovia Airton Senna-Carvalho Pinto e lá estacionei a 90 km/h, embora já soubesse que no máximo não passaria dos 100 km/h. Mas e daí? Essa gata não é uma R1 alucinada, porém, iria rodar muito apreciando a paisagem e foi exatamente o que aconteceu.
Abri o tanque e o frentista completou com exatos 4,36 litros, sendo que já havia rodado 185 km. Na calculadora veio o resultado: 42,38 km/l. “Não é ótimo?”, pensei. Para um ‘duro’, rodar tanto com tão pouco, e isso tudo a 80 ou 90 km/h, é excelente.
Mais uma vez na estrada, cheguei à conclusão de que essa moto foi feita para o trabalho e com proposta de diversão garantida no final de semana; sem esquecer de mais um detalhe muito importante: fila de ônibus na madrugada nunca mais.
Rodovia Dom Pedro e Fernão Dias, ali todo mundo me passou, principalmente os trucados, mas até que não foi uma experiência traumática; basta tirar proveito do vácuo com o devido bom senso de não grudar na traseira do bruto à sua frente que você com astúcia e um pouco de experiência chega a seu destino.
Foi dessa maneira que eu avistei a primeira estradinha de terra, lá para as bandas de Camanducaia (MG), e ai a XTZ mostrou as garras afiadas.
Continua...
Reinaldo Baptistucci.
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