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Lu Thomaz

Reserva minha vaga na varanda da Leda

30 de November de 2011

Lu Thomaz

Em tese, coração ralado em curva mal feita cura com porre de Jack ou viagem de moto, com a primeira opção não obtive o efeito desejado, aliás, muito pelo contrário, então parti para a outra opção: Patrick reserva minha vaga na varanda da Leda.

Ainda dentro da caixa de constatações (não reclamo, só constato) informo que em novembro a resposta foi NÃO, para os meus desejos mais importantes, diante deste cenário, achei que precisava mesmo era pegar estrada em viagem solo e tomar um banho de mar.

Mochila arrumada – aquela com os malditos cacarecos que sempre levo e nunca uso, tudo amarradinho na garupa da Preta, destino Ilhabela, litoral norte de São Paulo.

Sábado de manhã, o sol parecia que não ia dar as caras, mandei uma bicada de café para dentro e segui pelo Anchietão, peguei a saída para a Imigrantes, e rapidamente cheguei ao litoral, de lá segui as dicas do Renatão Lobo Mau : “Primeiro vai seguindo sentido Guarujá, tem um farol na pista, pega para a esquerda, se passar por cima da ponte, errou” ....

Desta vez fiz por gosto ir pela Rio-Santos para curtir a estrada que vai beirando o mar.

Estava justamente a pensar que sempre trago uma bandana “reserva” mas que desta vez esqueci e maldizendo os deuses por isto,  algumas outras caraminholas me passavam pela cabeça.

Em sentido contrário veio uma CB 400 inteirinha e o piloto me cumprimentou, como se fazia nos velhos tempos, gostei.

Fiz uma parada para abastecer onde julgo ser mais ou menos o meio do caminho – Riviera de São Lourenço – pedi um café e uma coxinha (não importa em qual boteco da galáxia eu esteja, vou querer café e coxinha),
Aproveitei para  ir ao banheiro, tá bom, é muita informação, mas é para contar que achei uma bandana vermelha... pendurada atrás da porta.

Bandana com cara de nova, agradeci a  dádiva à Nossa Sra da Graxa, amarrei a bandana no cinto e segui viagem na maior cara larga.

Curti a estrada e passei pelas praias badaladas do litoral norte paulista, com direito a uma garoa rápida um pouco depois da Riviera, no mais teto baixo, sem chuva.

A sessão nostalgia ficou por conta da praia de  Boissucanga (“Boichuvanga”) quando passei pela Padaria da Ponte não pude deixar lembrar do saudoso evento do Lobos MC que sempre reunia a bikerzada da melhor qualidade.

De Boissucanga para Maresias tem aquela famosa serrinha com muitas curvas , belos cotovelos e paisagens luxuriantes.

Respeitei o limite da via – 60 km/h, e 40 km/h mas  imaginei os meus heróis, o Eullão e o Jacaré dando um show naquelas curvas,  mas como eu sou eu ... o  bonito mesmo, é chegar sem cair e nem morrer, então me contive...

A estrada requer bastante cuidado, pois até Caraguá, é curva sem miséria e muito sobe e desce,  o visual é lindo, mas não é muito seguro parar para fotografar ou curtir a paisagem pois há pouco ou  nenhum acostamento, eu também, não tenho muita paciência para fotos...

Na espera da Balsa conversei com o casal Sérgio e Lu que a bordo de uma Boulevard também resolveram curtir o sábado, eles vieram pela Tamoios e pegaram a maior chuva ...me dei bem vindo pela  Rio-Santos.

Desembarquei na Ilha, não lembrava nem o nome da praia e muito menos o nome da rua onde o Ick mora, Só sabia que era sair da Balsa e ir para a esquerda, parei no posto e o frentista adivinhou o nome da rua AlgumacoisaINA Oliveira onde eu queria chegar me ensinou o caminho, cheguei facinho.

Fui recebida pelo Ick, Cacá , Maria Flor (filhota do casal), Leda e o Sujeira, a Cacá  passou um café fresquinho  ficamos de converse na varanda da Leda, preparamos um rango e seguimos para a Vila  pois alguém tinha que trabalhar.

O Ick abre a IlhaBela  Inck - Loja de Tatoo todo fim de semana e capricha nas cores.

Demos um role na Vila e jogamos âncora lá no studio onde já de caso pensado, aproveitei para fazer umas tatoos também,  não posso ir à Ilha e voltar sem nenhum “rabisquinho”.

Minhas tatoos ficaram prontas na madruga, fechamos “o lojinha” e  a Leda nos recebeu em casa com pipoca de panela. 

No domingão dormi até acordar e estava um dia maravilhoso e vento gelado, resolvi tomar um banho de mar, não gosto de água fria, nem de praia , sol e areia, mas devidas às circunstancias achei prudente tomar um banho de mar para espantar o voodu, que estava um marzão gelado, estava.

Depois foi mochila na garupa e estrada de novo, o bom é que moto não pega fila na balsa, a viagem de volta foi bem boa também, respeitei a estrada, as curvinhas são caprichadas.

Subi pela Anchieta só pelo gostinho das curvas conhecidas, não tinha trânsito e vim bem.

No topo da serra já fazia aquele frio tradicional da Sweet Home São Bernardo.

Lá pelas 19h30 eu já estava em casa, viagem de moto é sempre uma viagem solitária, bom para avaliar situações, colocar os “arquivos” em dia, pensar na vida, pedir bandanas aos deuses, deixar alguma tristezinha teimosa largada no acostamento e curar coração ralado.

Tá bom, não cura de tudo, tudo, mas que é bom demais, isto é!

Making-off
 
Você, mina biker ou garupinha, sua bandana vermelha está sob meu poder.

Trem Sobrenatural – diz que vocês fizeram um viajão para Foz do Iguaçu no último feriadão, acho que as fotos são tudo Photoshop e a galera ficou escondida em casa, êita que tô com dor de cotovelo do viajão de vocês, mas adorei que  me ligaram de madrugada para desejar feliz aniversário.

A Via Anchieta, é uma das minhas estradas favoritas, de um jeito ou de outro o Anchietão  sempre me leva pra casa.


Saudações Encardidas,

Lu Thomaz é uma motociclista inveterada, encardida e “harleyra” de carteirinha, uma verdadeira apaixonada por motos clássicas. Assumiu o guidão em 2001 e não largou mais. Hoje é uma grande colecionadora de viagens e causos sob o ponto de vista feminino. Blog: http://blogdaencardida.blogspot.com Email: luencardida@gmail.com

IlhabelaInk 
www.fotolog.com.br/icktattoo/30957996

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