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Eliana Malizia

Carrancas (MG): Cachoeiras e a tranquilidade do Sertão

03 de May de 2013

Eliana Malizia

A cidade que já serviu de cenário para filmes e novelas, ainda não tão conhecida no ecoturismo do Brasil,   mantém suas características naturais, cidade típica mineira, tranquila e aconchegante.

A Cidade
Carrancas com média de 4 mil habitantes, está localizada na rota do comércio do Ouro, conhecida como Estrada Real, no antigo caminho entre Ouro Preto (MG) e Paraty (RJ). Nos trechos da Estrada Real, existem sinalizadores com a história, assim nos permite entender mais sobre o famoso caminho.

O nome de Carrancas se deu por conta de duas grandes rochas que foram escavadas por garimpeiros. De longe, essas rochas lembram duas caras, por isso o nome da cidade. Uma das mais importantes fontes de renda do município é a pecuária de corte e leite, também são produtores de cachaça, café, cana, eucalipto, milho, queijo, mandioca, feijão e arroz.

Em Carrancas existem em torno de setenta cachoeiras, sendo que seis delas são as mais visitadas. Possui sete poços, três grutas e dois escorregadores naturais.

Bom demais da conta
Para chegar nesta encantadora cidade, parti da capital de São Paulo, montada em uma Kawasaki Versys 650cc. Segui pela Rodovia Fernão Dias. Os primeiros 100 quilômetros estavam bem movimentados. Depois que a estrada ficou tranquila, com pouco fluxo de carro e caminhão, o verde das montanhas começou a aparecer, cheio de curvas, deixou a viagem mais prazerosa.

Numa tocada só, pilotei até a cidade de Lavras- MG. Mais 48km até a cidade de Itutinga, entrei na cidade e precisei perguntar o sentido para Carrancas, pois as placas sumiram de vista. Rapidamente moradores locais me orienteram e a partir daí foram mais 27 km.

Esses últimos quilômetros foram os mais bonitos da viagem: estrada linda e diferente, enormes montanhas de pedras beirando a estrada e ainda tive a alegria de presenciar o Por do sol. Foi o total de 470 quilômetros de estrada, mas me senti segura e confortável com a moto escolhida. Claro que cheguei um pouco cansada e como já estava anoitecendo, fui direto para o Chalé da Pousada relaxar.

A aventura
Acordei cedo, tomei um maravilhoso café da manhã para recarregar as energias, montei na moto com meu kit caminhada por debaixo do equipamento. Levei água, barrinhas de cereais e protetor solar. Parti para a Agência de Turismo “Carrancas Eco Aventura” ao encontro da Guia Erika Santos. De lá, fomos para a estrada de terra, no meio do sertão, passando por fazendas em um cenário bucólico, sentido as lindas cachoeiras.

Cachoeira da Fumaça e Véu da Noiva foram as primeiras a serem visitadas, depois caminhamos ate a Pedra do Índio. Seguimos até a Cachoeira da Zilda, Cachoeira da Esmeralda, Poços da Vargem Grande, Cachoeira dos Índios e, por fim, as pinturas rupestres. Elas são autênticas, pintadas nas rochas em tom vermelho, e especialistas dizem que foram feitas cerca de 3.500 anos atrás. Divertido ficar tentando achar o significado de suas formas.  “Viajei” um pouco por ali e escolhi uma cachoeira para dar um mergulho, apesar que, mesmo com um lindo dia de sol, fazia frio. Com um pouco de coragem, desafiei a baixa temperatura da água e posso dizer: valeu muito a pena! Foi perfeito para revigorar e relaxar.

Também fiquei encantada com a vegetação, a Erika me mostrou uma de planta carnívora chamada Drozera, “Vermelha Achatada”, que cresce em formato de roseta e não possui caule. É sempre bom conhecer uma vegetação diferente.  Terminei o roteiro feliz e claro com muita fome. Então vamos para próxima parada?

Hora da comidinha mineira sem Misère
Depois das aventuras, parti para outra parte boa da viagem; desfrutar a comidinha mineira. De comidinha não tem nada! Comida deliciosa e sem “misère”. O restaurante escolhido foi o Massaroca, situado no centro da cidade em um grande casarão antigo. Um prato serve duas pessoas ou até três. Optei por um mix típico mineiro (tutu de feijão, creme de abóbora, ovo frito, linguiça, arroz com ervas, mandioca frita e torresmos bem crocantes) por 60 reais. Sem dúvidas foi a melhor comida mineira que já provei! Depois fui à Sorveteria Gut Gut e, para fazer a digestão, uma caminhada no centrinho, com a parada básica na Igreja Matriz, chamada Nossa Senhora da Conceição das Carrancas. Toda feita em Quartzito, construída na metade do século XVIII, sob o assoalho foram enterrados muitos dos primeiros habitantes da cidade, um costume comum na época.

A despedida
Depois de tantas visitas, hora de curtir o Chalé da Pousada Mahayana, colocar os pés para cima, acender a lareira, curtir uma hidro quentinha, tomar um bom vinho e olhar para o céu estrelado. A despedida foi um momento mágico, de encher os olhos: um espetáculo encantador de estrelas cadentes que eu pude apreciar e levar como mais uma lembrança.
No dia seguinte, despertei cedo e parti muito feliz com a viagem.

Onde comer
- Restaurante Massaroca  Rua Elson Teixeira de Andrade 11 – Centro. Telefone (35) 9930-3348

Onde Ficar
- Pousada Mahayana - chalés charmosos e aconchegantes no alto da Serra – no seu topo, vista para o campo, 1.200 m de altitude com vista exuberante.
Estrada Carrancas/Itutinga,  Km 20  (5 km do centro da cidade). Possui pequeno trecho de terra em bom estado.
Telefone: (35) 9155-3464
E-mail: atendimento@navinet.com.br

Como chegar
Para quem sai de São Paulo, existem duas opções:
A primeira é pela Rodovia Fernão Dias (BR381) até Lavras e de lá entrar em Itutinga. (a mais usada). A outra é seguir pela BR116 até a cidade de Cruzeiro. Quase chegando a Cruzeiro, pegar as indicações para Pouso Alto ou Circuito das Águas (Caxambu, São Lourenço, Lambari e Cambuquira). Passar por Pouso Alto, Caxambu, Cruzília e Minduri. De Minduri a Carrancas são 44 quilômetros por estrada de terra.

Agência de Turismo de Aventura
Caso não queira colocar sua moto na terra, fique tranquilo, a agência te leva aos passeios de carro e faz um pacote de visitação conforme a sua vontade. A agência também oferece esportes de Aventura.
Rua Coronel Rosendo, 635 – Centro Telefone VIVO (35) 9900-5838
E-mail: ecocarrancas@gmail.com
Site: www.carrancaseco.com.br
 
Dicas importantes:
- A Maioria do comércio de Carrancas não aceita cartão. Leve dinheiro e cheque.
- A Cachoeira Véu da Noiva, embora seja linda, não é apropriada para banho.

Eliana Malizia é graduada em educação física, tem formação em fotojornalismo e MBA em Marketing. É colaboradora há vários anos da revista MotoAdventure. Acelerada por natureza, divide o tempo com as responsabilidades da vida profissional com viagens e aventuras de moto. Fundou o site Acelerada (www.acelerada.com.br) que oferece informação e serviço sobre o mundo das duas rodas e estilo de vida.

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