Uma visita à fábrica da Bimota na Itália

Ducati Clube do Brasil recebeu um adorável convite para conhecer o ateliê da ilustre marca.

Por Leandro Alvares

Beto

A Ducati, ao longo das décadas, vem fornecendo seus motores para inúmeras marcas de motos, comprovadamente de primeira grandeza em acabamento,  design e desempenho.

Entre as “privilegiadas”, estão empresas como Bimota e Vyros. Já ouviu falar nessa marca? Acesse www.vyrus.it.

Pois bem, onde bate um motor desmodrômico bate um coração ducatista, e é para lá que vamos. A Bimota, clássico Ateliê (sim com maiúscula) de moto, fica localizada na cidade adriática de Rimini.

Não vou me ater aqui à história da Bimota (de Bianchi, Morri e Tamburini), conhecida pela maioria dos apaixonados por motocicleta, e que você poderá conferir melhor aqui mesmo no site “MOTO.com.br”. Quero falar da emoção, da paixão e da atmosfera que domina essa pequena fábrica de maravilhas.

Eu estava, a convite da Ducati, participando do WPM (Wolrd Presidet Meeting), encontro mundial dos presidentes dos clubes Ducati, promovido pela fábrica, juntamente com o WDW, semana mundial da Ducati no Autódromo de Santa Mônica, em Misano, ao lado de San Marino.

Na ocasião conheci o gerente de exportação da Bimota, que me convidou para conhecer a fábrica como todo, seus processos, montagem, etc. Uma honra!

Saímos de Misano, ele com uma DB5 e eu numa Ducati Sport Classic 1000S e partimos para Rimini por estradas vicinais, com muitas curvas e delicioso asfalto. Ao lado da rodovia A14, fica o pequeno galpão. Logo de cara a fachada denuncia: estamos diante de uma fábrica artesanal. Pelo porte, arquitetura e estrutura geral.

Na recepção estão expostos apenas alguns modelos históricos, tal como a Tesi 1 (toda em fibra de carbono), a SBK 501 de Anthony Gobert, entre outras  que habitavam minha imaginação quando adolescente no interior de São Paulo.

Naquela época de importação fechada e dificuldade financeira extrema no país, o máximo que sabíamos sobre aquelas maravilhosas motos eram umas poucas reportagens “importadas” por heróis do jornalismo motociclístico brasileiro.

Confesso que esperava um acervo maior por parte da Bimota quanto aos seus produtos, mesmo levando-se em conta as adversidades financeiras vividas e as interrupções das atividades da empresa.

A fábrica é bastante pequena, talvez uns 1.500 m², como deve ser uma empresa que se propõe a fazer algo artesanal. A produção das peças não ocorre ali. Praticamente todas as peças são fabricadas fora, cabendo aos designers, engenheiros e aos mecânicos as funções em que se exige maior capacitação, experiência e refinado conhecimento.  Ajustes finos, montagem, alinhamentos, star up, etc. ficam por conta desses profissionais.

Dessa forma, os tornos, fresas, prensas e furadeiras existem para atender a uma necessidade aqui outra ali, um ajuste e coisas desse tipo. A fábrica é responsável pelo desenvolvimento geral da moto e posteriormente a montagem final e acabamentos.

Perguntando sobre qual o maior mercado da Bimota, obviamente a resposta foi os EUA, não somente em motos de série (se é que podemos chamar uma Bimota assim), mas também as motos feitas ou modificadas sob encomenda.

Após conhecer os departamentos de engenharia, design e controle de processos, visitamos outras salas onde se observam troféus das vitórias conquistadas nas 350, TT, SBK.....

Fotos de David Tardozzi, chefe da campeoníssima equipe Ducati Superbike, Peter Rubatto, Johnny Ceccotto, Walter Villa, etc. Pilotos que fizeram a história da Bimota.

Hora de conhecer a produção, em um ambiente literalmente caseiro, limpo, muito agradável e os mecânicos trabalhando de camisetas da Bimota, bermuda e tênis. Tudo muito descontraído e ao mesmo tempo organizado.

Nessa linha de montagem, nada estressante e nem um pouco cronometrada, o mecânico pára seu trabalho, deixa a ferramenta na bancada, vem em minha direção e diz: “Olá, tudo bem? Me chamo Giovanni, sou responsável pela montagem do  quadro/motor/suspensões. Se quiser fazer alguma pergunta ou algum comentário fique a vontade”. Parece brincadeira, mas é pura realidade.

Fico ali do lado pensando: “Quando encomendar minha Bimota, volto aqui na fábrica e ajudo o Giovanni fazer a montagem da minha própria moto...”. Já imaginaram? Mais exclusividade do que isso, impossível.

Falando em exclusividade, nessa fábrica de pequenos gênios um dos mecânicos construiu, em casa (eu disse em casa), uma “Tesi” ao seu estilo.Ele não utilizou nenhum ferramental, dispositivo ou material da fábrica. Tudo foi feito na sua própria casa.

Depois de meio dia respirando aquela atmosfera, chegou a hora de despedir do pessoal e tomar o caminho para o autódromo de Misano para outro passeio com o pessoal da Ducati, que contaremos noutra oportunidade.

Quer conhecer mais sobre o Ducati Clube do Brasil? Acesse www.ducaticlube.com.br e faça seu cadastro. Tendo moto ou não, será muito bem vindo.

Abraços desmodrômicos a todos!

O “motonauta” Beto participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.


Fonte:
Moto Repórter

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