Tokyo MotorShow é vitrine para o futuro em duas rodas

Evento japonês abre as portas para o público e mostra os novos conceitos do mercado e dá pistas de como serão as motos de amanhã

Por Aladim Lopes Gonçalves

Realizado há 60 anos, o Tokyo Motor Show sempre serviu como vitrine de futuras tecnologias e tendências em duas e quatro rodas. A 44ª edição do evento, que acontece com muita badalação até o dia 8 de novembro na capital japonesa, não foi diferente. As principais fabricantes nipônicas de motocicletas mostraram como poderão ser as motos do futuro. 

A Kawasaki continua apostando em motores superalimentados (supercharged) para oferecer desempenho com menor consumo de combustível; Suzuki e Honda dão pistas de como as motos podem resolver o futuro da mobilidade, mas a Yamaha foi ainda além: apresentou o primeiro projeto de um “robô-motociclista”.

Acompanhe os destaques em duas rodas da edição 2015 do Tokyo Motor Show.

Honda
A maior fabricante de motocicletas do mundo e dona de uma dos maiores estandes no salão mostrou novos automóveis, mas também apresentou diversos conceitos. A começar pela EV-Cub focada na mobilidade urbana. Usando uma bateria recarregável, que pode ser retirada e carregada na tomada, a motoneta é uma releitura da pioneira Super CUB, porém com propulsão elétrica.

Talvez o mais revolucionário seja o protótipo Neowing de três rodas que inclinam nas curvas, o que, segundo o fabricante, proporciona ao piloto a sensação de estar em uma moto. Embora a ideia não seja nova, afinal Piaggio e Yamaha já produzem triciclos semelhantes, o Neowing usa propulsão híbrida (propulsor de 4 cilindros a explosão e motores elétricos).

Apesar dos conceitos futuristas, foi uma pequena esportiva batizada de “Supersport” que despertou a imaginação dos jovens pilotos. O modelo traz equipamentos agressivos para a categoria como suspensão dianteira invertida, pinças de fixação radial e sistema de escape esportivo Akrapovic – e tudo indica deverá ser a substituta de CBR 250R para brigar com Kawasaki Ninja 300 e Yamaha R3.

Outra novidade mais “palpável” da Honda foi a reformulada linha “X”, formada pela CB 500X, NC 750X e a VFR 1200X. Todas ganharam um desenho mais moderno, com linhas angulosas, e melhorias pontuais, como suspensões ajustáveis e outros detalhes. Produtos globais da Honda essas novas “X” certamente virão ao Brasil.

Suzuki
Com o tema “os próximos 100 anos”, a Suzuki chamou a atenção com seus conceitos. O pequeno Hustler Scoot é a aposta da fábrica para executivos e jovens urbanos: além do tradicional espaço sob o banco, o scooter vem com uma mala, que pode ser encaixada na plataforma entre as pernas do piloto. Outro conceito que atiçou os fãs de motos esportivas foi a GSX-Concept, um mocape que mostra as linhas da futura esportiva de quatro cilindros da Suzuki – uma nova 1.000cc, apostam alguns, ou a nova sport-touring para substituir a Hayabusa, crêem outros.

Porém o grande destaque não tinha rodas: era um motor bicilíndrico turbo, descrito dessa forma pela fábrica. Sem mais informações, a imprensa japonesa afirma que o projeto se chama EX7, tem cerca de 600cc e poderá equipar uma moto média no futuro – é o “downsizing” chegando às motos.

Kawasaki
Quem também apostou em motores superalimentados foi a Kawasaki. Quer dizer, manteve a aposta, pois a fábrica de Akashi já vende dois modelos – as superesportivas H2 e H2R com motores supercharged. Chamado de “Balance Supercharged Engine”, ou seja, motor equilibrado e superalimentado, promete alto desempenho com economia de combustível e baixos níveis de emissão. Trocando em miúdos: o sonho de qualquer fabricante.

Para provar que não estava apenas “delirando”, a Kawa ainda mostrou um esboço chamado de SC 01 Spirit Charger, que mostra como poderia ser uma futura moto com esse novo motor. Vale sempre lembrar que a Ninja H2 e H2R surgiram assim, neste mesmo salão, há dois anos.

Yamaha
Se uma fábrica soube explorar o 44º Tokyo Motor Show como vitrine de futuras tecnologias, essa marca foi a Yamaha. Basta dizer que em seu estande havia desde um carro esportivo até um robô capaz de acelerar a nova esportiva R1 a mais de 200 km/h.

Batizado de “Sports Ride Concept”, o tal carro esportivo foi concebido pelo processo i-Stream, do designer Gordon Murray, com chassi tubular rígido e painéis, sistema semelhante ao utilizado nos carros de Formula 1. O propósito é aproximar o motorista do veículo que conduz como em uma moto. Pesando apenas 750 kg, o conceito esportivo tem 3,9 m de comprimento e 1,72 m de largura.

Mas foi a primeira versão do “Motobot”, o robô motociclista que repercutiu em todo o mundo. O robô humanóide rígido funde as tecnologias da divisão de motos e de robótica da Yamaha. O departamento de pesquisa e desenvolvimento trabalha para que o Motobot possa acelerar uma moto a mais de 200 km/h na pista! Por quê isso? Segundo a fábrica, a tarefa de controlar os movimentos de uma moto em altas velocidades requer infinitos sistemas de controles que exigem muito precisão. O objetivo é entender esses processos para aplicá-los em sistemas de segurança para as motocicletas.

Completando as inovações, uma moto de três rodas, chamada de MWT-9, que utiliza o sistema de Leaning Multi-Wheel (rodas que inclinam) já adotado no urbano Tricity, um scooter de três rodas já à venda na Europa. Com o propósito de ser uma “devoradora de curvas”, a MWT-9 tem o visual e o motor da MT-09: um 3 cilindros de 850 cm³.

- Confira o vídeo do Yamaha MWT-9 Leaning Multi-Wheeler

- Confira o vídeo do Yamaha Motobot Ver. 1


Fonte:
Agência Infomoto

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