Sonho de um velho motociclista

O internauta Rodrigo Escóssia conta como realizou o sonho de mais de 30 anos de seu pai.

Por Roberto Brandão

Rodrigo Escóssia

Meu Pai sempre foi o meu herói, sempre gostou de motos e foi quem me ensinou a andar de moto, numa CG-125 azul que já era velha em 1990, quando eu tinha 10 anos.

Eu acompanhei uma fase muito dura da vida do meu herói. Quando roubaram a CB-450 novinha dele, durante o assalto ele foi jogado no chão. Na queda, fraturou o ombro e teve que fazer operação, fisioterapia e ficou sem poder andar de moto por anos. Devido a este acidente ele nunca mais comprou outra moto.

Meu pai sempre me ajudou e apoiou na conquista dos meus sonhos. Hoje considero que já fiz quase tudo que eu queria na vida. Ele foi, e ainda é, meu maior apoiador. Já estava na hora de eu dar uma ajuda para ele realizar seu sonho.

Ele sempre foi louco pela Goldwin, da Honda, e enquanto eu estava de bobeira encontrei uma Goldwing GL1100, Interstate, 1979 à venda. Ela estava enguiçada no Interior do Rio Grande do norte.

Comprei a moto, trouxe para o Rio, levei na oficina e gastei um pouco com peças do carburador da CB450, óleo, uma bateria nova, muita pasta de polir, estopa e limpador de metais. A moto ficou ótima!

Levei a moto para casa do meu pai, desmontei e retirei a porta da garagem com a ajuda do síndico e do zelador, e coloquei a moto lá dentro com uma fita vermelha.

Depois de montar a porta da garagem, tomei um chá de cadeira de duas horas e meia até ele chegar. Ele ficou muito bravo de terem colocado uma moto na vaga dele, saiu reclamando do carro e queria empurrar a moto para fora da vaga, mas se arrependeu quando viu a moto que era e começou a perguntar para o zelador de quem era a moto. Quando ele me viu com os documentos da moto e o cartão ficou todo bobo e até chorou.

Hoje a moto está muito melhor do que quando eu deixei com ele. Com tempo e paciência ele comprou acessórios originais da Gold Wing, como rádio PX, som, baú, compressor da suspensão a ar, e mais algumas coisas. Eu fiz uma exigência para ele, que me devolvesse a moto quando ele não pudesse mais dirigir. Ela vai voltar muito melhor do que quando eu dei a moto para ele! Semana passada meu pai foi escudado no meu moto grupo e eu tive o privilégio de ser seu padrinho. Abraços

O “motonauta”  Rodrigo Escóssia participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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